quinta-feira, 26 de março de 2015

Coleta de provas de violência sexual poderá ser feita nos serviços de saúde

O governo federal anunciou hoje (25) novas diretrizes para a organização e a integração do atendimento às vítimas de violência sexual por profissionais de segurança pública e do Sistema Único de Saúde (SUS).
A ideia é que o registro de informações e a coleta de prova passem a ser feitos durante o atendimento prestado em unidades de saúde às vítimas de violência sexual. Desta forma, o exame não será feito mais de forma exclusiva por unidades do Instituto Médico-Legal (IML).
De acordo com o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o objetivo do governo é tornar o atendimento mais humanizado, de modo a reduzir a exposição da pessoa que sofreu a violência, evitando que a vítima seja submetida a diversos procedimentos.
"Uma vez a mulher fazendo a denúncia ou o boletim de ocorrência e necessitando desses materiais, dessas informações, não há necessidade de se repetir o exame e submeter aquela mulher aos mesmos procedimentos", explicou.
Chioro destacou, entretanto, que a pasta ainda precisa habilitar os serviços de atenção a mulheres vítimas de violência, fazer a formação dos profissionais de saúde e estabelecer as normas técnicas que vão disciplinar como serão feitos o atendimento, a coleta e o armazenamento de vestígios.
"Queremos construir uma maneira em que a mulher possa ser atendida com mais acolhimento, de uma forma mais integrada entre as áreas da saúde e da segurança pública em benefício de quem é vítima de violência", disse Chioro.
Atualmente, seis estados oferecem esse tipo de serviço por meio de pactuação local: Amazonas, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Dados do governo indicam que o país conta com 402 serviços de atenção às pessoas em situação de violência sexual. Desses, 131 não fornecem atendimento 24 horas por dia.
A secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, ressaltou que a análise dos vestígios em casos de violência sexual continuará sendo feita por um perito do Instituto Médico-Legal. "O que vamos ter é uma maior capilaridade na coleta de vestígios", afirmou. "O que nós queremos é não revitimizar e humanizar esse atendimento."
Para a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, o principal destaque das medidas anunciadas consiste na articulação entre as pastas para que as vítimas de violência sexual tenham mais celeridade na resolução de seus problemas.
"O que propomos é a articulação das atribuições em prol de um atendimento de qualidade para as mulheres, construindo e reforçando essa cadeia [de atendimento], tão necessária em casos de violência sexual", Eleonora.

Agência Brasil

Fogo destrói pilhas de madeira de loja de materiais de construção em Canoas - Crédito: Divulgação / Bombeiros / CP
Canoas

Fogo destrói pilhas de madeira de loja de materiais de construção





Na Câmara, estudantes reclamam de dificuldade de acesso ao Fies


Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas
As mudanças em regras no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e as dificuldades para renovar e firmar novos contratos foram discutidas hoje (25) por representantes do governo, de estudantes, dirigentes de instituições de ensino superior privado e parlamentares em Comissão Geral da Câmara dos Deputados.
O ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, participa de Comissão Geral na Câmara dos Deputados, que debate o Fies (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Em debate na Câmara, estudantes criticam mudança nas regras do Fies   Marcelo Camargo/Agência Brasil
Os estudantes reclamam de dificuldades para acessar o sistema do Fies e concluir a requisição de novos contratos. Também destacam as dificuldades nos pedidos de renovação e estão inseguros com a entrada e a permanência no ensino superior. “Queremos entender o que vai acontecer com os alunos que já estão matriculados e passam dias e noites na frente do computador, no site do Fies, encontrando mensagens de erros”, disse o coordenador do Movimento em Defesa do Fies, Ricardo Holz.
O ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, disse que as renovações de contratos do fundo serão garantidas. Dos 1,9 milhão de contratos do Fies em vigência, 1,2 milhão já foram renovados, informou Costa. São 200 mil os estudantes que se inscreveram para novos contratos do programa neste ano.

O prazo final para inscrições é 30 de abril. Na avaliação do ministro, não será preciso ampliar o prazo. “Todos os aditamentos serão garantidos. Problema do sistema superado, vagas garantidas para os que já estão [no Fies] e vagas novas para os que querem entrar. Este é o compromisso do governo”, disse Luiz Cláudio Costa. “Em uma época de ajustes necessários, garantimos o aditamento de todos os contratos”, acrescentou.

O ministro interino da Educação, Luiz Cláudio Costa, participa de Comissão Geral na Câmara dos Deputados, que debate o Fies (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ministro  diz  que  dificuldades  de  acesso  ao  Fies  é problema superadoMarcelo Camargo/Agência Brasil
A presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pacios, disse que as mudanças no Fies foram feitas sem discussão com as instituições. Pacios ressaltou que o clima entre os estudantes é de insegurança sobre os rumos do programa. “Os estudantes não conseguem fazer o aditamento, estão inseguros, não conseguem fazer nada. Temos estudantes de medicina que mudaram de cidade, estão tendo uma despesa enorme e não conseguem se inscrever no Fies”, relatou.
Amábile criticou o teto de 6,4% para o reajuste das mensalidades e o repasse de recursos para as instituições que esse ano será feito em oito e não 12 parcelas. “Temos 12 contas de luz para pagar e vamos receber apenas 8 parcelas”, reclamou.
Sobre o assunto, o ministro interino disse que uma comissão foi instalada para discutir os reajustes nas mensalidades. “Aumentos abusivos ninguém irá aceitar”.
A vice-presidenta da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup), Elizabeth Guedes, comentou a exigência do estudante obter 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para contratar o Fies. Segundo ela, com a regra os estudantes de baixa renda serão excluídos do acesso ao ensino superior. “A nota de 450 pontos representa exclusão. Estamos tirando do sistema alguém que o sistema já excluiu, que foi para a escola pública”, avaliou.
A nota mínima para contratação do Fies foi defendida pela representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Nara Teixeira de Souza, como critério de qualidade. “Concordamos com as medidas tomadas pelo ministério e que seja colocado um limite em relação ao número de corte. A educação no Brasil tem que ser de qualidade”, disse.
O representante do grupo educacional Unopar, André Fernandes Trindade, destacou que as instituições privadas enfrentam problemas em razão das mudanças no fundo de financiamento.“Nosso aluno não consegue acessar o sistema, temos travas que impedem, as instituições não estão conseguindo garantir sua gestão porque não sabem quanto vão receber do Ministério da Educação e se aquele aluno vai conseguir continuar em sala”, relatou.

Agência Brasil





 

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