por PERI PANE
Parece mentira. Mas, sim, água cai do céu. E é de graça (ainda). De olho nesse recurso natural, um grupo criou o movimento Cisterna Já, depois de coletar sugestões sustentáveis para enfrentar a então iminente crise hídrica, no primeiro semestre de 2014.
De todas as sugestões, a cisterna (um reservatório de água da chuva) foi eleita a solução mais imediata e barata. "Se você fizer uma cisterna hoje e chover, já começa a captar água. Uma solução em 24 horas", diz a jornalista Claudia Visoni, uma das criadoras do Cisterna Já.
Luís Pane/Vila Imagem/Folhapress
O músico Pedro Queiroz Bruschi, 27, que fez sua própria cisterna em casa, no Sumaré
Segundo ela, o movimento busca a disseminação da ideia e o "empoderamento" da população para a coleta de águas pluviais.
"Também queremos influenciar a política pública. O uso das cisternas deveria ser incentivado pelo governo. Escolas, creches, hospitais já poderiam estar equipados", diz Visoni.
Na página www.cisternaja.com, há um manual gratuito para a construção de cisternas urbanas, além de contatos de instaladores e informações sobre cursos, oficinas e mutirões.
O manual disponível no site é de um modelo compacto de captação e armazenamento de água da chuva batizado de minicisterna.
O sistema foi desenvolvido pelo técnico agropecuário Edison Urbano, 56, e pode ser acoplado em calhas de telhados comuns.
MONTAGEM
Para montar uma minicisterna é preciso uma bombona de 200 litros (ou outro tipo de reservatório), tubos de conexão, tela mosquiteiro, cola e ferramentas como serra e furadeira.
Um vídeo mostra, passo a passo, a montagem de uma minicisterna no site www.sempresustentavel.com, criado por Urbano, que há mais de dez anos desenvolve projetos sustentáveis experimentais de baixo custo.
De acordo com ele, a minicisterna pode economizar até 50% do uso doméstico da água. O filtro e um sistema de descarte do primeiro fluxo da chuva ajudam a melhorar a qualidade da água armazenada.
Editoria de Arte/Editoria de Arte
É importante ressaltar que a água da chuva em cidades como São Paulo não é potável, mas pode ser usada para lavar o quintal, regar as plantas e dar descarga em vasos sanitários.
Em uma casa popular com uma área de telhado de 25 a 30 metros quadrados, bastam 15 minutos de uma chuva média (de 10 a 20 milímetros) para encher a cisterna.
EM FALTA
Difícil é encontrar os reservatórios para armazenar a água. "As bombonas evaporaram do mercado. Até o meio do ano passado, eu comprava por R$ 30. Hoje, não se acha por menos de R$ 90. Alguns lugares vendem por R$ 120", diz Urbano. Agora, o custo da minicisterna varia de R$ 150 a R$ 300.
"Depois do anúncio da diretoria da Sabesp [sobre o rodízio de cinco dias], a procura aumentou bastante", afirma Marcos Roberto, 43, dono do Lar dos Tambores, na Vila Nova Cachoeirinha (zona norte).
Lá, as bombonas de 200 litros custam de R$ 80 a R$ 170. Na última terça-feira (3), não havia nenhuma para vender.
Uma mercearia nas redondezas, que vende galões menores, de 80 litros, também estava com as prateleiras vazias. "Acabei de encomendar 300 peças", afirmou o dono, Evandro de Melo Souza, 40, que no último mês vendeu cerca de 50 unidades.
COLETIVIDADE
A despeito do clima de salve-se quem puder, despontam na cidade pequenas ações coletivas.
Terezinha Camargo da Silva, 59, coordenadora de uma padaria comunitária em São Mateus (zona leste), aprendeu a fazer as cisternas com Edison Urbano e disponibilizou seu quintal para ensinar pessoas da comunidade, além de organizar mutirões.
Depois de fazer sua própria cisterna em casa, no Sumaré, zona oeste, o músico Pedro Queiroz Bruschi, 27, também resolveu fazer uma oficina em seu quintal para amigos, vizinhos e interessados que viram o anúncio em rede social na internet.
A ideia vingou. E o músico já conseguiu mais bombonas para fazer outras oficinas abertas no parque Augusta e na favela do Moinho.
"Nada melhor do que pegar essa situação, que pode ser caótica, desesperadora e agressiva, e reverter para um momento de encontro, de troca e de solidariedade", afirma Bruschi.
Fonte: Folha Online - 18/02/2015 e Endividado
TIM vai bloquear internet ao fim de dados de plano pós-pago
A empresa de telefonia móvel TIM anunciou que a partir de 20 de março bloqueará o acesso à internet de clientes que atingirem a franquia mensal de planos pós-pagos. A iniciativa já foi tomada por outras operadoras.
O bloqueio está em vigor para usuários do Rio Grande do Sul, Pernambuco e da área de DDD 19, no interior paulista. Desde dezembro, os clientes dos planos pré-pago e controle da operadora não podem manter o acesso à internet com velocidade reduzida ao fim da franquia.
Mesmo sem poder navegar na internet, será possível acessar os aplicativos Meu TIM, de atendimento ao cliente, e Blah, de mensagens.
Em informativo em seu site, a empresa esclarece que, para restabelecer a conexão, o cliente pode optar por "migrar para um pacote superior ao de sua franquia atual ou contratar um pacote adicional para usar até o final do ciclo de faturamento". Nos dois casos, o usuário deve pagar pelos serviços adicionais.
Os clientes podem acompanhar o uso de dados por meio de mensagens e devem receber avisos quando consumirem 80% e 100% de sua franquia de dados.
As operadoras devem avisar os clientes sobre as alterações nos planos de serviços e ofertas com, no mínimo, 30 dias de antecedência, segundo o Regulamento Geral de Direitos do Consumidor de Serviços de Telecomunicações. A TIM informou, por meio de sua assessoria, que deve iniciar as notificações aos clientes no prazo estabelecido por meio de SMS.
O corte da conexão ao fim da franquia já acontece em outros países. As operadoras avaliam que o modelo de redução de velocidade após o consumo dos pacotes pode criar uma percepção negativa dos serviços.
Fonte: Folha Online - 19/02/2015 e Endividado
Município de Boa Viagem é condenado a indenizar em R$ 80 mil gari que sofreu acidente
O Município de Boa Viagem, distante 222 km de Fortaleza, foi condenado a pagar indenização de R$ 80 mil a gari que sofreu acidente enquanto trabalhava. A decisão é do juiz Carlos Henrique Neves Gondim, titular da 1ª Vara da Comarca.
Segundo os autos (nº 4593-28.2010.8.06.0051/0), no dia 30 de março de 2009, o servidor exercia as atividades de coleta de lixo normalmente, como fazia há 12 anos. Na ocasião, ele seguia para o lixão, pendurado no lado da porta do motorista, quando houve manobra brusca que o fez cair do caminhão. Após a queda, o veículo passou por cima da perna esquerda dele.
O gari foi socorrido e encaminhado ao hospital local, sendo depois transferido à Santa Casa de Canindé, onde ficou internado por mais de um mês. Apesar de ter recebido tratamento especializado, sofreu infecção na perna, que precisou ser amputada na altura da coxa.
Abalado psicologicamente e sem qualquer ajuda financeira do Município de Boa Viagem, o servidor recorreu à Justiça. Requereu o fornecimento de prótese, tratamento médico e fisioterápico necessário à adaptação, além de indenização por danos morais e estéticos.
O ente público apresentou contestação. Alegou que o acidente ocorreu por culpa exclusiva da vítima. Também argumentou que o serviço de coleta era terceirizado, cabendo a responsabilidade à empresa contratada.
Ao analisar o caso, o magistrado entendeu que o serviço de limpeza não era terceirizado, já que apenas o caminhão era alugado e o gari era servidor efetivo do município. Também destacou que o veículo usado para a coleta era inadequado, porque inexistia local apropriado para o transporte de garis, não sendo possível culpar exclusivamente a vítima pelo acidente.
Por isso, fixou em R$ 50 mil o valor da indenização por danos morais e em R$ 30 mil a reparação estética. Determinou ainda que o município pague a prótese requerida pelo gari. “Não há outra solução a ser dada, por tudo o que foi exposto, que não seja o deferimento dos pedidos, já que o fornecimento da prótese e do tratamento para sua adaptação ao uso daquela irá resgatar a dignidade do autor, melhorando sua qualidade de vida, para que possa, dentro do possível, levar uma vida normal, mais independente e com maior mobilidade".
Fonte: TJCE - Tribunal de Justiça do Ceará - 18/02/2015 e Endividado
Shopping de SP fecha banheiro para economizar água
por INGRID FAGUNDEZ
Temendo o desenrolar da crise da água, shoppings de São Paulo já têm contratos pré-firmados com empresas de caminhões-pipa e estão indo atrás da abertura de poços artesianos, segundo a Abrasce (associação do setor).
Tudo para diminuir a dependência do abastecimento público e evitar o racionamento, que afeta as atividades desses espaços.
O presidente da Abrasce, Glauco Humai, diz que a maioria dos mais de 50 shoppings da cidade capta água de lençóis freáticos e os que não têm essa opção estão fazendo solicitações.
"A permissão para o poço costumava demorar um ano, dois anos. Pedimos para que a prefeitura agilizasse a outorga, o que está acontecendo. Temos notícias de prazos menores do que um ano."
Para Humai, há anos as administradoras vêm investindo em tecnologia para diminuir o consumo e o custo do recurso.
ECONOMIA
Em 2015, os shoppings começaram a tomar medidas mais extremas para diminuir o consumo de água.
Na semana passada, o shopping Frei Caneca, na Bela Vista (centro de São Paulo), passou a fechar os banheiros de dois andares nos dias de semana. Os clientes devem ir ao térreo inferior ou ao segundo piso para utilizar os que continuam abertos. Uma placa nas portas explica a medida e orienta os consumidores.
O horário de operação do ar-condicionado foi reduzido e a água para resfriar o equipamento é captada em lençol freático. Além disso, o Frei Caneca informou que planeja tratar a água de pias e ralos da praça de alimentação para reuso.
O Pátio Higienópolis (centro) e o Iguatemi São Paulo (zona oeste) diminuíram a limpeza das áreas comuns e captam água de poços artesianos.
A instalação de vasos sanitários mais econômicos e de redutores de vazão nas torneiras são outras ações que foram tomadas.
Fonte: Folha Online - 18/02/2015 e Endividado
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