Abalados com os ataques deste fim de semana, cidadãos de Copenhague deixaram flores e velas na porta dos locais dos atentadosGiselle Garcia/EBC
A polícia da Dinamarca divulgou nesse domingo (15) à noite mais detalhes sobre a identidade do suposto autor dos atentados que deixaram duas pessoas mortas e cinco feridas no último fim de semana. O jovem, de 22 anos, nasceu na Dinamarca e era conhecido pela polícia por seu histórico de roubos e violação das leis dinamarquesas, posse de armas e envolvimento com gangues locais. Ele foi morto por volta das 5h de ontem, após disparar contra a polícia no distrito de Norrebro, a noroeste da capital.
Embora a polícia não tenha informado o nome do atirador, um canal de TV local, a TV2 News, chegou a fazer a divulgação. Informações não oficiais divulgadas pela imprensa dinamarquesa indicam que o jovem tinha saído da prisão duas semanas antes de cometer os atentados, depois de cumprir pena por assalto.
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A polícia busca rastrear os movimentos do jovem antes, durante e depois de cometer os atentados, a fim de identificar sinais de atividade terrorista organizada no país. A polícia quer saber se o suspeito recebeu assistência de outras pessoas.
Operações policiais promovidas ontem em uma lan house em Copenhague resultaram na prisão temporária de dois suspeitos.
O porta-voz do Conselho Muçulmano Dinamarquês, Zubair Butt Hussain, condenou ontem os dois ataques em Copenhague. “Eu não acho que haja, aqui na Dinamarca, nenhuma dúvida de que a maioria dos muçulmanos dinamarqueses não apoia esse tipo de coisa. Há sempre alguns indivíduos, não apenas entre os muçulmanos, mas entre outros grupos da comunidade, que têm visões divergentes. É importante dizer claramente que independentemente de quem essa pessoa seja, nós não aceitamos esse tipo de coisa.”
O primeiro atentado ocorreu por volta das 15h30 (12h30 no Brasil) de sábado (14), quando um homem armado invadiu um café na região de Osterbro, no noroeste da cidade, e disparou nos participantes de um evento sobre liberdade de expressão. O diretor de cinema Finn Norgaard, de 55 anos, morreu na hora. Três policiais ficaram feridos.
Horas depois, por volta da 1h de domingo (22h de sábado no Brasil), disparos feitos nas proximidades da principal sinagoga de Copenhague resultaram na morte do segurança Dan Uzan, de 37 anos. Dois policiais ficaram feridos, mas não correm risco de morte.
Agência Lusa e Agência Brasil
Chuva forte marca desfile das primeiras escolas do grupo especial na Sapucaí
Vinicius Lisboa - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
Unidos do Viradouro desfila no primeiro dia do Grupo Especial das Escolas de Samba do Carnaval 2015Tânia Rêgo/Agência Bra
Uma chuva intensa, que durou pelo menos três horas, alagou a Marquês de Sapucaí durante os primeiros desfiles das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro. A escola que enfrentou a parte mais intensa do temporal, primeira a entrar na avenida, foi a Unidos do Viradouro, que exaltou as contribuições dos negros à história brasileira, destacando personalidades ilustres como o escritor Machado de Assis.
O ritmista Rafael Medeiros, que desfilou pelo quinto ano seguido na bateria da Viradouro, nunca tinha visto uma chuva igual na Sapucaí: "Mas acho que não é nada que desmotive a galera, não", disse ele antes de entrar na avenida, o que se confirmou na passagem da escola. Logo no início, houve grande alvoroço com a presença dos tenistas Gustavo Kuerten e Rafael Nadal, e o desfile foi aberto com um grande baobá, árvore-símbolo da África, em uma comissão de frente que contou também com a atriz Juliana Paes.
A Viradouro voltou neste ano ao grupo especial e, para o presidente da escola, Gusttavo Galvão, a chuva veio para lavar a alma: "Hoje, a gente está vendo aí a Viradouro dos grandes carnavais", comentou. O samba-enredo da escola foi inspirado em duas músicas do compositor Luiz Carlos da Vila, um dos grandes homenageados do desfile, que pediu igualdade de oportunidades para negros e brancos em uma carta lida pelo ator Lázaro Ramos: "Esse é o sonho de um Brasil mais justo", dizia um trecho do manifesto, que lembrava homens e mulheres negros de diversas gerações, como Clara Nunes, Nelson Mandela e Joaquim Barbosa.
Mangueira é a segunda a desfilar Unidos do Viradouro desfila no primeiro dia do Grupo Especial das Escolas de Samba do Carnaval 2015Tânia Rêgo/Agência Brasil
Sob chuva mais fraca, a segunda escola que entrou na avenida foi a Estação Primeira de Mangueira, que exaltou no enredo as mulheres da comunidade e de todo o Brasil. A escola fez um desfile luxuoso, destacando suas cores verde e rosa e homenageando mulheres como a pintora Tarsila do Amaral, cujo quadro Abaporu ganhou uma versão em escultura no alto de uma das alegorias.
Dona Zica, uma das principais integrantes da velha guarda da escola, foi lembrada em uma das alegorias do desfile, assim como Dona Neuma, representada por uma das filhas. Ao comentar a irmã fantasiada de Neuma, Eli Chininha se emocionou: "É uma coisa que deixa a gente balançada. Nunca imaginei que fossem fazer um enredo de peso como esse, em que exaltassem a minha mãe. É gratificante, por tudo aquilo que ela fez pela escola", disse a mangueirense, que é neta de Saturnino Gonçalves, um dos fundadores da escola.
Aos 53 anos e com mais de 20 de Sapucaí, a mangueirense Mônica de Souza resume a importância das mulheres para a escola: "Nós colocamos o carnaval na rua. Sem as mulheres, não tem carnaval".
Na saída do desfile, a cantora Alcione, que percorreu a avenida em uma alegoria ao lado das também cantoras Lecy Brandão e Wanderleia, teve de ser atendida no posto médico e depois transferida para uma unidade de saúde fora do Sambódromo. Ela queimou o pé e teve que ser retirada da alegoria em uma cadeira de rodas para ser levada ao posto de atendimento na área de dispersão.
Após o desfile da Mangueira, a chuva diminuiu e a Mocidade Independente de Padre Miguel cruzou a Marquês de Sapucaí com um irreverente enredo sobre as profecias do fim do mundo. A pergunta "O que você faria se só lhe restasse um dia?" era exibida em um telão no abre-alas da escola. Antes dele, a comissão de frente literalmente pegava fogo para simbolizar a chegada de um meteoro à Terra.
O bailarino Ramon Viana conta que chegou a ensaiar todas as madrugadas, em dias de semana, para a performance à frente da escola e confessa que teve um pouco de medo ao saber que pegaria fogo. Conforme tudo foi dando certo nos ensaios, ele foi se acalmando: "Apesar da chuva, acho que terminamos com um resultado muito legal. Agradou muito ao público", comemorou.
Outro destaque da escola da zona oeste do Rio foi o carro alegórico que trouxe casais – e trios – em camas de motel, representando relações hetero e homossexuais.
Homem da Meia-Noite sai em Olinda com o tema místico, mágico e fantástico
Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil Edição: Stênio Ribeiro
Como ocorre há 83 anos, as ladeiras históricas de Olinda foram tomadas pela presença daquele que é o mais representativo dos blocos de carnaval da cidade. Exatamente à zero hora deste domingo (15) o Homem da Meia-Noite iniciou seu desfile com muita história, curiosidade, paixão e misticismo.
O tema com que o bloco saiu às ruas este ano foi Místico, Mágico e Fantástico. “Foi um tema que surgiu no seio da família. Um dia, chegando em casa, meu filho disse que tinha um grande tema para o Homem da Meia-Noite – 'místico, mágico e fantástico'. A aprovação foi imediata. Não poderia ser diferente, porque é tudo o que o Homem da Meia-Noite representa”, explicou o presidente do bloco, Luiz Adolpho de Silva.
As ladeiras históricas de Olinda foram tomadas pela presença do mais representativo dos blocos de carnaval da cidade, o Homem da Meia-Noite Luciano Nascimento / Repórter da Agência Brasil
A figura do Homem da Meia-Noite surgiu no Dia de Iemanjá, em 2 de fevereiro de 1932, com base no calunga - personagem místico do candomblé, cercado de simbolismos. A sede do bloco fica em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, onde se encontram grupos ligados a religiões de matriz africana.
O traje e o lugar onde fica o boneco também são segredos, assim como o fato de sempre sair à meia-noite. “É a hora mais mística para o brasileiro, é quando aparecem a mula sem cabeça e o lobisomem, argumenta Luiz Adolpho.
A magia do boneco sempre atrai uma multidão. Caso do operador de furadeira, Alexandre Vieira, e seu sobrinho, o estudante, Victor Ribeiro. Morador de Olinda, Vieira acompanha o Homem da Meia-Noite há 40 anos. ”Todos os anos eu estou neste evento maravilhoso, com toda esta multidão atrás do calunga. Depois do Galo [da Madrugada], o carnaval é no Homem da Meia-Noite. São as duas maiores tradições do carnaval”, contou.
A tradição é seguida pelo sobrinho, que acompanha o desfile desde que tinha 5 anos de idade. “Gosto de ver o movimento de gente, as pessoas fantasiadas, vestidas de Homem da Meia-Noite. Nunca tive sono, para mim é uma tradição”, revelou Victor, de 13 anos. Assim como centenas de foliões, os dois também estavam com a fantasia do calunga, nas cores verde e branco, e com uma cartola preta.
O desfile saiu da sede à meia-noite de sábado (14) em ponto, passou pela Rua do Bonsucesso, pelo Largo Amparo até os Quatro Cantos. Este ano, o percurso foi alterado para comportar melhor a multidão que acompanhou o cortejo de 3,5 quilômetros. Em vez de subir a Ladeira da Ribeira - estreita -, o bloco seguiu por ruas mais largas.
O novo trajeto passa pela Rua Prudente de Morais e sai na Rua do Bonfim. De lá, retorna ao Largo Amparo e segue para o bairro Guadalupe. Lá, o bloco entregou a chave da cidade à Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense. O ato simbólico é uma tradição da festa e marca o início oficial do Carnaval de Olinda.
Mesmo com a alteração no percurso, a multidão era grande e alguns princípios de tumulto ocorreram em frente à sede. A Polícia Militar precisou intervir para que os foliões encantados com a magia do calunga pudessem seguir.
Este ano, o desfile do Homem da Meia-Noite homenageou Pedro Garrido, responsável desde 1989 por carregar o boneco, com 3,5 metros de altura. O Maestro Forró também é homenageado pela agremiação, e retribuiu a gentileza regendo a orquestra ao longo do desfile.
“É uma emoção muito grande. O Homem da Meia-Noite tem uma história muito bonita. São mais de 80 anos prestando serviço ao carnaval de Olinda e do Brasil. Para mim, ele tem a ver com espontaneidade e com a alegria do carnaval”, ressaltou o maestro.
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Bicicletas e muita criatividade animam o carnaval em Brasília
Michèlle Canes - Repórter da Agência Brasil Edição: Fernando Fraga
Música, buzinas e muita animação. Os brasilienses aproveitaram o domingo de sol para curtir o carnaval em um bloco bem diferente, sobre duas rodas. Em vez de samba no pé, a diversão era com a bicicleta! O Bicicobloco reuniu cerca de 200 pessoas que pedalaram pelo Eixão, uma das vias que cortam o Plano Piloto, centro da capital.
A concentração foi na quadra 115 norte. Crianças, adultos e adolescentes colocaram as fantasias e foram pedalar. Teve espaço para spray de espuma, confete e serpentina. O grupo foi criado por três amigos. “Desde 2008 a gente tem essas bicicletas sonorizadas e sempre tivemos a intenção de trazer isso para o carnaval. Nós somos três artistas plásticos que trabalhamos o som na cidade, intervenção urbana com som. E dessa vez a gente trouxe música para o carnaval”, conta um dos organizadores do grupo Luiz Olivieri. De acordo com ele, a cada ano o bloco vem atraindo mais seguidores. “A ideia é ocupar a cidade, essa cidade modernista, linda e maravilhosa que a gente tem e se divertir em movimento. Com som e movimento.”
O professor de biologia André Bellinati aproveitou para levar a filha Sofia, de um aninho. Para ele, o bloco foi uma oportunidade de estender para o feriado, a prática do dia a dia. “Eu estou tentando deixar o carro em casa, usar a bicicleta para ir para o trabalho quase todo dia. Usar também para a diversão é uma coisa muito boa”. Diversão em família e educação também. “Já estou ensinando a Sofia. Ela anda nessa cadeirinha desde os 6 meses de idade e eu quero que ela tenha a bicicleta dela, a independência dela, sem precisar de carro”.
O bloco de carnaval Bicicobloco desfila pelo Eixão em bicicletas Marcelo Camargo/Agência Brasil
O respeito ao meio ambiente é uma das propostas do grupo criador do Bicicobloco. “Respeito à natureza, uso da bicicleta como meio de diversão, meio de transporte. É uma coisa cultural que a gente tem que trabalhar no brasileiro. A bicicleta é um meio de locomoção que não polui. Nosso bloco gera lixo zero. Não tem um lixo aqui. Nosso bloco é o bloco do futuro”, diz Olivieri.
A professora Daniela Campos teve a companhia das amigas. Maquiada e fantasiada, ela garante que dá para se divertir pedalando. “Combina muito. É o melhor bloquinho. Não tem que andar muito. É só pedalar”. Ela acredita que o bloco é uma oportunidade também de ter um outro olhar da cidade. “Você anda em espaços que você não andaria se não estivesse de bicicleta. Com carro a gente não ocupa tantos espaços”.
E a diversão não ficou somente por contas dos adultos. Muitas crianças aproveitaram para unir a brincadeira preferida com a animação do carnaval. “É um bloco heterogêneo, que recebe desde criança de 7 meses como idosos. É um bloco que vai em um ritmo bem tranquilo. A gente faz pausas para se hidratar, refrescar. É um bloco para todas as idades”, reforça Olivieri.
Ana Mel, de 10 anos, foi para o Eixão com a tia. Ela conta que o pai sempre a leva para pedalar. A avenida é fechada para os carros aos domingos e se transformou em um lugar tradicional de lazer para o brasiliense. Mas, para ela, esse passeio foi diferente. “Achei bem mais legal. Geralmente não tem música. Eu estou adorando”. Para pedalar com mais facilidade, Ana optou por uma roupa mais confortável. A fantasia mesmo ficou para a bicicleta. “Eu fantasiei a minha bicicleta como o gatinho da Alice no País das Maravilhas. Com o olho dele com muitas coisas de carnaval, adesivo. Usei cartolina e cola e a minha mãe me ajudou”.
Líderes dizem que cessar-fogo na Ucrânia está sendo cumprido
Os presidentes da França, François Hollande, da Rússia, Vladimir Putin, da Ucrânia, Petro Poroshenko, e a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, avaliaram hoje (15) que o cessar-fogo no leste da Ucrânia “foi em geral satisfatório, apesar de incidentes locais que devem ser corrigidos de forma rápida”.
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A declaração, divulgada pela França em comunicado, foi feita após uma conversa telefônica entre os quatro líderes, horas após a entrada em vigor do cessar-fogo.
Os quatro chefes de Estado também decidiram “avançar na implementação dos próximos passos no âmbito do pacote de medidas adotadas em Minsk, em 12 de fevereiro”, de acordo com o comunicado.
Os passos, segundo o documento, são “a retirada das armas pesadas, monitoramento e verificação do cessar-fogo”. Também prevê o diálogo sobre os mecanismos para a realização de eleições locais de acordo com a legislação ucraniana.
Os quatro líderes “deram todo o seu apoio para que uma resolução do Conselho de Segurança aprove o pacote de medidas adotadas em Minsk”, de acordo com o texto francês.
Agência Lusa e Agência Brasil
Bahia tem centros de acolhimento para crianças durante o carnaval
Sayonara Moreno - Repórter do Radiojornalismo/EBC Edição: Stênio Ribeiro
Enquanto muitos turistas e moradores desfrutam do carnaval de Salvador, divertindo-se e caindo na folia, outros aproveitam para trabalhar no meio da multidão. É o caso de ambulantes que vendem adereços, bebidas e comidas; dos cordeiros, pessoas que fazem a separação dos blocos; e dos catadores de latas. Para eles, o período de carnaval é uma oportunidade de aumentar a renda.
Como esse tipo de atividade não tem hora para começar, nem para terminar, muitos trabalhadores acabam levando os filhos para os postos de venda, no meio do circuito de carnaval, por não ter com quem deixar os pequenos. E, como as crianças podem ficar expostas à violência, ao barulho, ao cansaço e à exploração, a prefeitura de Salvador adaptou o espaço de quatro escolas municipais para a criação de centros de acolhimento de crianças e adolescentes, filhos de vendedores ambulantes.
A creche municipal do Bairro de Calabar, próximo a um dos circuitos de carnaval, tornou-se um dos centros de atenção para essas crianças. No local, foram montadas salas de sono, de banho, lanche, almoço e de brinquedos. Além disso, uma equipe de assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, enfermeiros e nutricionistas prestam atendimento a mais de 60 crianças, 24 horas por dia. Em alguns casos, os pais deixam os filhos no local e só buscam na Quarta-feira de Cinzas, período em que se encerra o acolhimento.
A assistente social Mara Núbia faz parte da coordenação do projeto e explica que, a partir do momento em que essas crianças estão na rua, acompanhando os pais, elas já estão em situação de vulnerabilidade. “É justamente com esse propósito que surgiram essas unidades de acolhimento, para que nós pudéssemos fazer garantir o direito dessas crianças, de estarem abrigadas, acolhidas e protegidas”, explica.
A pequena Yasmin, de 6 anos, conta que prefere estar no abrigo divertindo-se em vez de acompanhar a mãe, que vende cachorro-quente em um dos circuitos de Salvador. “Se estivesse com minha mãe, estaria sentada o dia todo. Está melhor aqui porque aqui tem mais diversão. Eu brinco, merendo, como, durmo e também tomo café”, conta a menina do bairro de Cajazeiras, no subúrbio de Salvador.
A vendedora ambulante Sandra Santana conta que já levou o neto em outros carnavais para o meio da multidão. Desta vez, ela preferiu deixá-lo com a família. Mas ela recomenda aos colegas que não tiverem essa opção que deixem os filhos em um abrigo. “Aqui [na rua, no meio da folia], a criança está exposta a tiro, facada, a perversidades. Ou até pode ser raptada. Nesta festa tem tanto gente boa, como gente ruim. Lá nos abrigos, elas são bem tratadas, porque tem assistente social, psicólogo, tem tudo para cuidar delas”.
O último levantamento da prefeitura de Salvador mostrou que, em um único dia, quase 900 crianças e adolescentes foram abordados sozinhos ou acompanhados dos pais, nos circuitos do carnaval. Trinta deles estavam fazendo algum tipo de trabalho, como catar latas, o que é proibido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.
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