sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Alta do dólar eleva custo de dívida e deteriora contas da Petrobras

por RAQUEL LANDIM

A valorização do dólar –que atingiu R$ 2,88 nesta quarta-feira (11), a maior cotação desde outubro de 2004– é mais uma péssima notícia para a Petrobras.
O câmbio vai complicar as contas da estatal, reduzindo o caixa, encarecendo importações e investimentos e elevando ainda mais a dívida, que está 70% em dólar.
Para analistas, é a "tempestade perfeita" para a empresa, que já enfrenta um escândalo de corrupção, troca de comando e agora até a explosão de um navio-plataforma. Procurada, a Petrobras não deu entrevista.
A estatal está muito exposta aos efeitos da variação cambial: 75% das despesas estão em dólares (importação de gasolina e gás, royalties, despesas de exploração etc.).
No entanto, apenas 25% das receitas são em moeda forte (exportações de petróleo, venda de combustível de aviação), conforme relatório do banco Goldman Sachs.
Com o câmbio atual, que encarece investimentos e eleva custos, analistas já se perguntam se a estatal consegue atravessar o ano sem recorrer ao mercado de capitais.
Na mais recente apresentação aos investidores, feita em 29 de janeiro, a Petrobras previu terminar 2015 com apenas US$ 8 bilhões em caixa. O cálculo, no entanto, projetava que o câmbio chegaria, no máximo, a R$ 2,80.
A estatal não pode captar recursos antes de divulgar seu balanço, mas ainda não chegou a um acordo com o auditor sobre como contabilizar as perdas geradas pela corrupção descoberta na Operação Lava Jato.
O câmbio também tem forte impacto na dívida da Petrobras, que já estourou os parâmetros de endividamento saudável e corre o risco de perdeu seu grau de investimento.
Segundo os dados mais recentes da empresa, a dívida líquida subiu de R$ 221,6 bilhões em dezembro de 2013 para R$ 261,4 bilhões em setembro de 2014 por causa da variação cambial.
Cálculo do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) aponta que a variação cambial pode ter elevado essa dívida para R$ 290 bilhões.

Editoria de arte/Folhapress

DEFASAGEM
A desvalorização do real tem outro efeito ruim para a Petrobras: reduzir os ganhos que a empresa estava conseguindo graças à queda do preço do petróleo.
Depois de anos subsidiando o consumidor brasileiro, a estatal estava ganhando dinheiro ao comprar gasolina barata no exterior e vendê-la mais caro no Brasil.
Em janeiro, a defasagem média entre o preço da gasolina nos Estados Unidos e no Brasil praticado nas refinarias ficou em 56,8%. No início daquele mês, chegou a atingir o pico de 67,8%.
Com a desvalorização do real, a diferença caiu para 30,8% no início de fevereiro e para 23,5% hoje. Conforme o CBIE, o ganho da Petrobras com essa defasagem caiu de R$ 98,7 milhões por dia para R$ 70,7 milhões.
"O câmbio vai corroendo esse fôlego que a empresa vinha ganhando", diz Bruno Calori, analista da Coinvalores. Para Adriano Pires, diretor do CBIE, "o câmbio atual é a tempestade perfeita para Petrobras".
Fonte: Folha Online - 12/02/2015 e Endividado

 

Depois de bens de Eike, PF busca carros e objetos de ex-mulher Luma

por SAMANTHA LIMA

Três veículos foram apreendidos por policiais federais na casa de Luma de Oliveira, ex-mulher de Eike Batista e mãe de seus filhos Thor e Olin, na manhã desta quinta-feira (12). Dois Toyota e uma BMW já foram levados pelos agentes da casa dela, na zona sul do Rio.
O empresário Eike Batista chegou pouco mais de uma hora depois de iniciada a ação dos policiais, que chegaram em quatro equipes, por volta das 6h.
Eles atendiam a mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz Federal Flávio Roberto de Souza, responsável pela ação penal em que o empresário é réu por crimes contra o mercado de capitais.
Terceiro mandado de busca e apreensão expedido no caso desde sexta-feira (6), o de hoje visa encontrar automóveis e outros bens de valor da ex-modelo.
Nesta quarta-feira (11), a PF apreendeu o iate e jet skis do empresário em Angra. Seis dias atrás, policiais estiveram em seus endereços no Rio para recolher seis imóveis, piano, relógios, obras de arte e seu celular.
Os mandados são desdobramentos da decisão de semana passada em que foram decretados bloqueios de R$ 3 bilhões em bens do empresário, de seus filhos Thor e Olin, da mulher Flávia e da ex-mulher Luma. O valor seria utilizado para pagamento de possíveis multas e indenizações, caso o empresário seja condenado.
Tanto os mandados quanto os bloqueios atendem a pedido do Ministério Público Federal quando apresentou a denúncia contra o empresário, em setembro do ano passado.
A denúncia, acolhida por Souza, foi convertida em ação penal contra o empresário em seguida, tornando Eike réu por supostamente ter cometido "insider trading" (negociação de ações com informação privilegiada ) e manipulação de mercado, na venda de ações da OGX.
Para os procuradores, Eike vendeu ações em 2013, em períodos que antecederam a divulgação de informações desfavoráveis à companhia, das quais ele tinha conhecimento desde 2012.
Os procuradores pediram, na ocasião, bloqueio de R$ 1,5 bilhão, para assegurar pagamento de indenizações ao mercado e multas, em caso de condenação do empresário na Justiça.
Na época, Souza entendeu que o valor encontrado, R$ 237 milhões, era suficiente para o pagamento. No entanto, no fim de janeiro ele decidiu ampliar os efeitos do bloqueio.
Para o juiz, há indícios de que o empresário está se desfazendo dos bens por meio de vendas e transferências. Entre 2012 e 2013, Eike doou R$ 204 milhões aos quatro e a mais três funcionários do grupo X, além de oito imóveis aos filhos, em valor declarado de R$ 20 milhões.
ISENÇÃO DE JUIZ É QUESTIONADA
A defesa de Eike pediu ao Tribunal Regional Federal que julgasse o pedido de afastamento do juiz Souza do caso, alegando parcialidade. O pedido, apresentado por meio de um instrumento chamado exceção de suspeição, começou a ser julgado nesta quarta-feira (11).
Dois de três desembargadores que vão decidir votaram pelo afastamento, mas o terceiro pediu vistas do processo, interrompendo o julgamento, que deve ser retomado no dia 25. Souza nega as acusações.
Fonte: Folha Online - 12/02/2015 e Endividado

 

 

Remedinho no uísque de agentes e 26 presos fogem de cadeia. Confira o que disse uma das suspeitas de cometer o crime http://bit.ly/1uPhUIm

"Foi mamão com açúcar", diz mulher que dopou agentes para fuga de presos

NOTICIAS.UOL.COM.BR

 

 

Inadimplência do consumidor no Brasil sobe 16,7% em janeiro, diz Serasa

Entre os tipos de dívida que compõem o indicador de inadimplência, as dívidas não bancárias é uma das principais responsáveis pela alta
Rio - O índice de inadimplência do consumidor brasileiro teve alta de 16,7% em janeiro deste ano ante janeiro de 2014, o maior ritmo de crescimento dos últimos quatro meses, informou a Serasa Experian nesta quinta-feira. Na comparação mensal, a inadimplência avançou 4,1% em janeiro ante dezembro, o maior aumento para janeiro desde 2003, de acordo com a Serasa.
Segundo economistas da Serasa, a alta da inadimplência em janeiro de 2015 "reflete as crescentes dificuldades que o consumidor brasileiro está encontrando para honrar seus compromissos financeiros".
Entre fatores que "começam a delinear um cenário menos benigno para a inadimplência do consumidor", os economistas da empresa citaram aumentos sazonais de impostos e taxas como IPTU e IPVA, o realinhamento de vários preços administrados como energia elétrica, transporte urbano e combustíveis, e elevações nas taxas de juros e enfraquecimento do mercado e trabalho.
Entre os tipos de dívida que compõem o indicador de inadimplência, as dívidas não bancárias — cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços — tiveram alta de 10,4% em janeiro ante dezembro, sendo as principais responsáveis pela alta. A inadimplência junto aos bancos cresceu 0,3%.
Por outro lado, os títulos protestados registraram queda de 12,3% em janeiro ante dezembro, enquanto os cheques sem fundo caíram 9,9%.
Fonte: O Dia Online - 12/02/2015 e Endividado

 

 

Processo contra BBom será julgado pela Justiça estadual

As operações denominadas “pirâmide financeira” não constituem crime contra o sistema financeiro nacional nem contra o mercado de capitais, mas podem configurar crime contra a economia popular. Por essa razão, processos que tratam desse tema devem ser julgados pela Justiça estadual, e não pela Justiça Federal.
Essa foi a decisão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) ao conceder habeas corpus a três representantes das empresas Embrasystem Tecnologia em Sistemas, Importação e Exportação e BBrasil Organizações e Métodos, que operam o Sistema BBom.
Por unanimidade de votos, os ministros determinaram que a ação penal que tramita na Justiça Federal contra João Francisco de Paulo, Jefferson Bernardo de Lima e José Fernando Klinke seja remetida para a Justiça de São Paulo.

Vítimas particulares

O Sistema BBom comercializa aparelhos rastreadores de veículos e atrai os compradores para se associarem ao grupo mediante pagamento de taxas e mensalidades. Essas pessoas assumem o compromisso de trazer novos associados para o grupo e recebem bonificações por isso. Segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), as contas do BBom movimentaram quase R$ 500 milhões.
O Ministério Público Federal entendeu que o negócio configura “pirâmide financeira” disfarçado de “marketing multinível”. Por considerar que nessa prática há crimes contra o mercado de capitais e contra o sistema financeiro nacional, entre outros, ofereceu denúncia na Justiça Federal.
Para os ministros da Quinta Turma, não há prejuízo a bens ou interesses da União, tendo em vista que os efeitos do negócio atingem apenas particulares. E como se trata de possível crime contra a economia popular, eles aplicaram a Súmula 498 do Supremo Tribunal Federal, que atribui a competência para processo e julgamento à Justiça dos estados.
Processo: HC 293052
Fonte: STJ - Superior Tribunal de Justiça - 12/02/2015 e Endividado

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