terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Mais transparência fiscal


A democracia tende a ser tanto mais estável quanto o grau de participação das pessoas na fiscalização e no acompanhamento dos fatos vividos em sociedade. Para isso, a informação é fundamental e as leis devem garantir esse direito para que ela possa ser obtida de forma clara e precisa.
Uma dessas normas entrou em vigor na quinta-feira, dia 1º, e determina que os estabelecimentos comerciais deverão fornecer aos consumidores o valor exato ou aproximado dos tributos incidentes nas operações de aquisições de bens e serviços. Muitos já haviam se antecipado e já informavam aos compradores os percentuais do montante recolhido. O valor deve vir expresso na nota fiscal emitida e também pode ser afixado em local visível dentro da loja.
Essa medida é saudável para que a população possa ter uma noção do quanto ela paga de tributos e, assim, tenha como se mobilizar ara exigir um retorno adequado em matéria de serviços públicos, principalmente em áreas sensíveis, como educação, saúde, saneamento e segurança pública. O tipo de imposto em questão é pago por todos de forma indireta, pois basta consumir para que ocorra o fato gerador.
Por si só, os níveis de tributação não são ruins ou bons. Tudo depende da destinação dos recursos arrecadados. Existem países que amealham muita renda da sociedade, mas investem na mesma proporção em melhorias sociais. Por isso, sabendo como está financiando o poder público, o contribuinte pode cobrar dele melhorias nos gastos do Erário.


Fonte: Correio do Povo, editorial da edição de 5 de janeiro de 2015, página 2.

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