Representantes do governo do Distrito Federal discutem o pagamento de salários atrasados com
dirigentes dos sindicatos de servidores das áreas de saúde e educação Wilson Dias/Agência Brasil
O governo do Distrito Federal (GDF) anunciou hoje (15) que, a partir de fevereiro, o salário dos servidores será parcelado em até quatro vezes. De acordo com a nova regra, temporária, segundo o governo, o número de parcelas será definido acordo com a faixa salarial.
Atualmente, os servidores recebem o salário até o último dia útil de cada mês, à exceção dos funcionários das áreas de saúde, educação e segurança pública (policiais e bombeiros), que têm o pagamento depositado no quinto dia útil. Com as novas regras, apresentadas nesta quinta-feira, os trabalhadores que ganham até R$ 9 mil receberão no quinto dia útil. Segundo o GDF, cerca de 70% dos servidores receberão os vencimentos, integralmente, nesta data.
Os trabalhadores que ganham mais de R$ 9 mil receberão a diferença do valor a ser pago em três datas: no dia 15, será liberado o que estiver faltando para quem ganha até R$ 11 mil; no dia 24, será saldada a dívida com quem ganha até R$ 16 mil e os valores restantes, no último dia do mês.
O diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Escolas Públicas do GDF, Carlos Edamião, disse que a categoria não concorda com o parcelamento, mas está aberta a negociar em busca de melhor proposta. Segundo ele, em princípio, os sindicatos defendem o pagamento dos salários na data habitual. "Mas sabemos que temos que sentar com o governo, ouvi-lo e fazer o GDF nos ouvir. Nessa mesa poderão surgir os acordos, mas precisamos tomar essa decisão conjuntamente”, afirmou Edamião.
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Distrito Federal, André Luiz da Conceição, criticou a proposta do governo, por entender que o funcionalismo será prejudicado. “O servidores, que não pagam suas dívidas parceladamente. O governo deveria ter sido transparente, conforme prometeu durante a campanha. Essa medida não foi negociada com os representantes [dos servidores]. O governo devia encontrar uma fórmula de antecipar as receitas.”
Os descontos de contribuições e encargos serão feitos na última parcela paga a cada servidor. Segundo o secretário da Fazenda, Leonardo Colombini, a medida afetará a todos os servidores do governo do DF, inclusive os secretários e o governador, Rodrigo Rollemberg. Colombini ressaltou que ainda não se sabe por quanto tempo será mantida essa fórmula para pagar os salários em dia.
“Há semanas analisamos como fazer esses pagamentos sem diferenciar ninguém. Esse parcelamento, logicamente, não será para a vida inteira. Vai ser para enquanto o fluxo de caixa nos permitir pagar os servidores dessa forma. Que não é o que gostaríamos, mas não adianta. Se não há dinheiro, o melhor é dar aos servidores essa programação, essa segurança”, disse Colombini, adiantando que o governo se reunirá com os representantes de servidores para discutir o cronograma de pagamento dos atrasados.
A secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leany Lemos, afirmou que, na atual circunstância, com o GDF endividado e sem dinheiro em caixa, o parcelamento do pagamento dos salários é a única forma de o GDF dar aos servidores e aos fornecedores de produtos e serviços a garantia de que receberão.
“Isso dá previsibilidade para servidores e fornecedores. Há fornecedores sem receber há vários meses. E, com a forma como encontramos as finanças, não há possibilidade de cumprir os contratos e as obrigações do Distrito Federal, mantendo os serviços públicos. Não é uma medida boa, mas faz parte das providências que precisamos adotar para colocar a casa em ordem”, disse a secretária. Ela acrescentou que 2015 será um ano “difícil” e vai exigir muitas medidas impopulares.
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Ex-diretor da área internacional da Petrobras está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba
Ex-diretor da área internacional da Petrobras está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba | Foto: Evaristo Sá / AFP / CP Memória
Procuradoria belga confirma dois mortos e um ferido em operação antiterrorista
Uma operação antiterrorista hoje (15) na Bélgica contra grupos jihadistas, que se preparavam para cometer atentados terroristas, resultou na morte de dois suspeitos e um ferido em Verviers, no Leste do país, informou em conferência de imprensa em Bruxelas o porta-voz do Procuradoria Federal, Eric Van der Sypt.
A ação policial ocorreu no centro da cidade e não foram registadas vítimas entre as forças policiais ou civis. Na operação “morreram dois supostos jihadistas e um terceiro ficou ferido”, anunciou der Sypt.
De acordo com o porta-voz, a ampla operação desencadeada em Verviers e que se estendeu a Bruxelas e Vilvoorde, “evitou atentados terroristas de envergadura que iam ser cometidos de imediato”. Antes, informações divulgadas pela imprensa referiram-se a três mortos na sequência da operação destinada a neutralizar um grupo com supostas ligações com Amedy Coulibaly (que fez reféns em um supermercado judaico em Paris e matou quatro reféns na semana passada), enquanto prosseguia uma operação idêntica em Bruxelas.
Os suspeitos teriam a intenção de desencadear ataques na capital belga, na sequência dos ataques da semana passada em Paris dos irmãos Kouachi contra a redação do semanário satírico Charlie Hebdo (12 mortos), e em um supermercado judaico, efetuado por Coulibaly (quatro mortos). Os três jihadistas foram mortos pela polícia francesa.
De acordo com testemunhas, a invasão foi feita por Forças de Intervenção da Polícia Federal perto das 17h45 locais (14:45 em Brasília). Os policiais entraram na habitação enquanto atiradores especiais no exterior vigiavam os telhados dos prédios. Imagens de vídeo mostram um apartamento em chamas com policiais no seu interior e é possível ouvir explosões e disparos.
Agência Lusa e Agência Brasil
PM do Rio de Janeiro reforça policiamento nas praias para evitar arrastões
Da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso
A Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro anunciou hoje (15) o reforço de policiais na Operação Verão. O reforço será empregado, na orla carioca, em operações de abordagem de coletivos, revista de passageiros e maior policiamento nas areias. A medida é uma resposta aos arrastões do último fim de semana nas praias de Ipanema e do Arpoador. A PM nega que tenham ocorrido roubos coletivos.
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De acordo com nota divulgada pela PM, mais 30 policiais do Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos reforçarão a segurança no Arpoador, especialmente nas areias. Por determinação do comandante do 1º Comando de Policiamento de Área (CPA), coronel Luiz Henrique Marinho Pires, a partir de sábado (17), as principais linhas de atuação se concentram na orla e nas ruas próximas.
Com o reforço, a Operação Verão passará a contar com 740 policiais lotados dos batalhões de Botafogo, Copacabana, do Leblon, de Ipanema e do Recreio, além dos batalhões de Choque e de Ações com Cães e de recrutas do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças.
No fim de semana passado, 15 pessoas foram presas em Ipanema, na zona sul, e levadas para a 14ª DP, no Leblon, também na zona sul da cidade. Segundo a PM, as prisões foram motivadas por roubos ou confusões isoladas.
A Operação Verão ocorre anualmente nas praias cariocas. Em 2014, foi implantada com três meses de antecedência, para reforçar o policiamento e reduzir furtos e roubos na zona sul, que já recebia banhistas antes mesmo do início da estação.
Senado chileno aprova fim do sistema eleitoral herdado de Pinochet
Monica Yanakiew - Correspondente da Agência Brasil/EBC Edição: Graça Adjuto
Palácio de La Moneda, sede do governo chilenoDivulgação/Governo do Chile
O Senado chileno aprovou nessa quarta-feira (14) uma reforma no sistema eleitoral que o general Augusto Pinochet implementou antes de deixar o poder em 1990, depois de 17 anos de ditadura. O chamado “sistema binominal”, para eleger deputados e senadores, foi criado para dificultar o surgimento de candidatos independentes e garantir um empate no Congresso entre as duas grandes coalizões de centro-esquerda e centro-direita.
A direita chilena sempre apoiou o sistema binominal, argumentando que ele garantia a estabilidade no país: nenhum presidente eleito podia mudar os rumos políticos e econômicos, traçados por Pinochet, sem negociar com a oposição. Mas a impossibilidade de os governos fazerem as reformas prometidas, por falta de apoio no Congresso, acabou afetando a credibilidade dos políticos em geral – inclusive os de direita. Por isso, pela primeira vez desde o retorno à democracia, foi possível reunir votos suficientes no Senado para reformar o sistema eleitoral.
Depois de 21 horas, o fim do sistema binominal foi aprovado ontem por 24 votos a favor, 3 contrários e 7 abstenções. As mudanças precisam ser aprovadas pela Câmara, o que deve ocorrer na próxima terça-feira. Se for aprovado, o novo sistema deverá entrar em vigor nas eleições legislativas de 2017.
A presidenta do Senado, Isabel Allende, considerou histórica a votação para derrubar o sistema binominal. Ela é filha do ex-presidente Salvador Allende, cujo governo foi derrubado pelo golpe militar, liderado por Augusto Pinochet, em 1973.
Para o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, a decisão do Senado “acabou com um sistema eleitoral único no mundo”, que engessou o Congresso e “prejudicou muito a democracia chilena”. Ele lembrou que pela primeira vez, desde o fim da ditadura, o Chile “abrirá as portas para novas forças políticas” e terá maiorias e minorias, com capacidade de representar seus eleitores.
Pelo sistema binominal, cada partido apresentava uma chapa com dois candidatos, mas para eleger ambos não bastava obter mais votos – era preciso dobrar o número da segunda lista mais votada. O melhor exemplo de funcionamento do sistema binominal ocorreu em 1989. A esquerda apresentou uma chapa com dois candidatos que obtiveram, cada um, 30% dos votos. Os candidatos da direita ficaram com apenas 17% e 15%. Foi pouco mais da metade dos votos obtidos pela esquerda, mas o suficiente para garantir à direita uma das duas vagas no Senado.
O fim do sistema binominal foi uma das promessas de campanha da presidenta Michelle Bachelet. “A reforma do sistema eleitoral é, sem dúvida, um grande avanço”, disse Bachelet depois da votação no Senado.
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