EI divulga vídeo que mostra criança executando dois supostos agentes russos
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Veja o registro do fotógrafo Marcelo Oliveira da chuva em Porto Alegre e confira as últimas informações sobre o temporal no Estado:http://zhora.co/1KGOEZa
(Mais cedo, publicamos uma imagem da semana passada, mas essa, sim, é de hoje! Obrigada a todos que nos alertaram!)
Zoológico do Rio dobra produção de sorvetes para animais suportarem o verão
Vinícius Lisboa – repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger
Na época mais quente do ano, a elefanta Carla toma 50 quilos de sorvete por dia Tânia Rêgo/Agência Brasil
Carla tem cerca de 50 anos e, para suportar o calor do verão no Rio de Janeiro, toma 50 quilos de sorvete em um dia. Tudo sem conservantes nem açúcar. Carla é a elefanta do Zoológico do Rio e tem sua dieta cuidadosamente controlada pela zootecnista Karla Cunha. Para refrescar o verão deste ano, o zoológico se preparou comprando um novo freezer e dobrando a produção de "sorvete" para os animais.
"Com o calor, percebemos que os animais ficam quietos, fatigados e apáticos. Com o sorvete, eles se movimentam mais e se refrescam. A apatia diminui no momento de prazer que eles têm", diz Karla.
Desde novembro, o zoológico prepara 200 quilos de comida congelada e distribui para primatas, felinos, ursos e elefantes. Os carnívoros, como o tigre e a onça, recebem carne congelada. Já os onívoros – que se alimentam de vegetais e carnes – como os chimpanzés, recebem frutas batidas com iogurte ou puras. Além disso, a poda das árvores foi interrompida, para garantir mais sombra, e as jaulas contam com aspersores de água e renovação de água corrente.
Macacos e chimpanzés aprendem a comer picolés de frutas no palito Tânia Rêgo/Agência Brasil
Além de se refrescar, os animais são estimulados a procurar a melhor forma de comer os lanches. Os macacos, por exemplo, ao perceber que se trata de um alimento gelado, aprendem a comer os picolés de fruta no palitinho. Já os elefantes têm que encontrar formas de quebrar o gelo para pegar a fruta congelada com a tromba: "Tudo isso vai ativando o raciocínio e a memória e faz com que o animal aumente a atividade física. Eles interagem, e isso e aguça os sentidos, como olfato e paladar".
Os sorvetes e picolés não podem levar açúcar e têm que ser preparados pelo próprio zoológico para atender às necessidades de cada espécie. As frutas preferidas têm sido as que contêm água, como melancia, melão e uva. Segundo Karla, alimentar os animais com sorvete normal pode causar diabetes e problemas dentários, como cáries.
A dieta especial vai até março, quando acaba o verão. Até lá, os visitantes do zoológico podem conferir os animais tomando sorvete nos horários mais quentes: no fim da manhã e no início da tarde.
Com um picolé na mão, Gabriel Machado, de 5 anos, foi ao zoológico do Rio com a família na manhã de hoje (12), quando os termômetros registravam 36,4 graus Celsius, segundo o Sistema Alerta Rio da Prefeitura do Rio de Janeiro. "Está muito calor mesmo. Meu pai até colocou ar condicionado na minha casa. Para o bicho, o jeito é tomar o picolé", se diverte ele.
Além do sorvete, os felinos têm banho extra no intenso verão do Rio de Janeiro Tânia Rêgo/Agência Brasil
Para Hiago Silva, de 10 anos, nem os picolés amenizam o calor que os animais estão passando no verão. Morador da Rocinha, ele foi ao zoológico em um passeio da colônia de férias organizada pela unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de sua comunidade. Já Felipe Barbosa, de 10 anos, que foi no mesmo grupo, discorda do colega e defende os picolés: "é claro que dá jeito [no calor]!". Em uma coisa, no entanto, os dois concordam: nunca tinham visto bicho tomando sorvete.
Mesmo com tempestades, chuvas estão abaixo da média em São Paulo
Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
Chuva forte causa estragos em São PauloArquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
As chuvas de verão que têm atingido São Paulo nos fins de tarde ocorrem em forma de pancadas isoladas, distantes do ideal para ajudar a elevar o nível dos mananciais, mostra o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Desde o início do ano, no Mirante de Santana, na zona norte, choveu 71 milímetros, sendo que a média histórica para o período é 130 milímetros.
“As chuvas estão abaixo e, na maior parte do estado, muito irregulares. Algumas regiões estão tendo chuvas expressivas, em forma de tempestades. Essa é uma característica em relação ao ano passado, tem ocorrido temporais de fim de tarde”, esclarece o meteorologista do Inmet Marcelo Schneider.
No Sistema Guarapiranga, localizado na zona sul da capital paulista, a tempestade de ontem (12) foi significativa. A precipitação do dia chegou a 52 milímetros, o que ajudou a elevar o nível da represa de 39,2% para 39,8%. No mês, a pluviometria acumulada é 128,4 milímetros, volume dentro da média, pois o esperado para janeiro é 229,3 milímetros.
Com a falta de regularidade nas chuvas, porém, a precipitação na região do Sistema Cantareira, o principal no abastecimento de São Paulo, tem sido insuficiente. “Se for comparar, as últimas chuvas pegaram mais a região sul que a norte. No nordeste do estado e sul de Minas Gerais, onde fica o Cantareira, as chuvas estão abaixo do normal”, disse Schneider.
Mesmo com a tempestade que deixou ontem milhares de residências sem energia elétrica e fez com que dois córregos transbordassem na zona sul, não choveu no Cantareira. O nível desse manancial caiu de 6,5% para 6,4%. No acumulado, a precipitação está abaixo do esperado, pois choveu 49,2 milímetros desde o começo de janeiro e a média histórica chega a 271,1 milímetros.
Para que as chuvas ocorram de forma generalizada, é preciso que uma frente fria ou o canal de umidade da Amazônia chegue a São Paulo, explica o meteorologista do Inmet. A previsão é que, na próxima semana, a precipitação ganhe menos característica de temporais e fique mais consistente. “Não esfria, mas o calor será menos intenso e terá mais umidade”, disse.
No fim da tarde de hoje, um temporal deve atingir as regiões central e norte da capital paulista. No estado, a precipitação se concentra na região central. As tempestades deverão vir acompanhadas de granizo e rajadas de vento, alerta Schneider.
Ações contra a ONU por epidemia no Haiti ameaçam imunidade legal da organização
Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil Edição: Luana Lourenço
Três ações movidas por haitianos contra a Organização das Nações Unidas (ONU) colocam em xeque a imunidade diplomática e legal da entidade e a expõem a um dos maiores constrangimentos internacionais desde a sua criação, em 1945, segundo a advogada e coordenadora do Programa de Cooperação Internacional do Instituto Igarapé, Eduarda Hamann.
Em janeiro de 2010, quando o Haiti foi devastado por um terremoto, milhares de missões de todo o mundo desembarcaram no país com o objetivo de ajudar os haitianos a se recuperar do desastre. Além da destruição do terremoto, outra tragédia assolou o país em outubro daquele ano: uma epidemia de cólera, doença que nunca havia sido registrada no país em quase 100 anos. No total, já foram registrados 720 mil casos, o equivalente a 7% da população do país.
Embora não haja provas concretas da origem da doença, investigações apontam que a epidemia coincide com a chegada de um contingente de militares do Nepal – onde a doença é endêmica – que foi dar apoio a vilas do interior e montou acampamento próximo ao Rio Artibonite, principal fonte de água do Haiti. A transmissão da bactéria do cólera se dá pela ingestão oral de dejetos fecais de doentes, principalmente na água contaminada.
O surto de cólera, que já matou cerca de 8,7 mil pessoas no Haiti, levou vítimas e parentes de vítimas a entrarem com três processos contra a ONU, todas em tribunais dos Estados Unidos, onde fica a sede da organização. O último processo foi apresentado no primeiro semestre de 2014, em nome de 1,5 mil haitianos. As ações requerem, em geral, a compensação financeira das vítimas, um pedido público de desculpas da ONU e a instalação de sistema de água e esgoto no país.
Os advogados das vítimas alegam que a ONU foi responsável pelo início da doença no Haiti e cometeu negligências graves por não checar as condições de saúde dos militares oriundos de um país com a doença, por falhar em manter bons padrões sanitários nos acampamentos e por não tomar as medidas imediatas necessárias para combater o surto. Em alguns casos, segundo os advogados, a organização chegou a dificultar as investigações e esconder exames.
Em sua defesa, a ONU atribui as causas da epidemia a uma confluência de fatores, como as precárias condições sanitárias e de saúde do Haiti, além de citar a imunidade diplomática da organização. Sem assumir a culpa da entidade, no entanto, o secretário-geral Ban Ki-moon está engajado na arrecadação de recursos para um fundo de US$ 2,2 bilhões para erradicar, em uma década, a cólera da ilha de Hispaniola, onde ficam o Haiti e a República Dominicana.
A questão, no entanto, além da indenização que pode chegar a bilhões de dólares, envolve outros elementos legais e morais que a tornam um dos maiores constrangimentos da história da ONU, na avaliação de Eduarda Hamann. A imunidade legal da organização está presente na Carta das Nações Unidas e no Estatuto da Corte Internacional de Justiça, na Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas e no acordo entre a ONU e o governo do Haiti sobre o status da operação no país.
A especialista explica que somente a entidade pode renunciar a sua imunidade. Foi o que também afirmou, na última sexta-feira (9), o juiz federal J. Paul Oetken, de Manhattan, que rejeitou uma das ações afirmando que a capacidade da ONU para bloquear ações judiciais contra ela foi estabelecida em convenção internacional de 1946.
Os advogados das vítimas já anunciaram que vão recorrer da decisão, alegando que a ONU violou obrigações de tratados internacionais. Segundo eles, ao deixar de criar uma comissão de reparação, instrumento previsto nos tratados e que determina uma análise independente do caso, inclusive com a possibilidade de indenizações às vítimas, a ONU não deu alternativa aos haitianos para clamarem seus direitos a não ser pelas ações na justiça dos Estados Unidos. “Esse fato é uma grande tragédia para as Nações Unidas porque a expõe a uma das causas que ela mesma defende, que é a proteção dos direitos humanos. Não porque fez intencionalmente, mas por ter sido omissa e negligente”, avaliou Eduarda Hamann
Segundo ela, embora prevista nos acordos de várias missões da ONU, a comissão reparadora nunca foi criada em nenhum caso. “Qual o custo político de se criar esse precedente? Quantas comissões serão pressionadas pra ser criadas no mundo? E o custo político da quebra da imunidade? Quebrando a imunidade, quantos outros casos poderiam ameaçar a imunidade na história da ONU?”, questionou a especialista.
Veja aqui o especial da Agência Brasil sobre os cinco anos do terremoto no Haiti
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