A redução do desemprego para 4,8% em 2014, o nível mais baixo da história, não foi fruto apenas das oscilações do mercado de trabalho. As reduções de tributos para estimular a economia, principalmente a desoneração da folha de pagamento, financiaram o emprego num ano marcado pela estagnação da produção e do consumo.
Responsáveis por fazer o governo federal deixar de arrecadar R$ 104 bilhões ano passado, os incentivos fiscais, segundo economistas e integrantes da Receita Federal, impediram demissões nos setores beneficiados. Além da desoneração da folha, as reduções do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, móveis, materiais de construção e produtos da linha branca ajudaram a manter o emprego nesses segmentos.
Chefe do Centro de Estudos Tributários da Receita Federal, Claudemir Malaquias diz que as desonerações ajudaram não apenas a manter o desemprego em níveis baixos, mas a aumentar a renda média dos trabalhadores. “A contribuição previdenciária e o Imposto de Renda Retido na Fonte, ligados diretamente à massa salarial, foram uns dos poucos tributos a crescerem acima da inflação no ano passado. Claro que esse aumento tem um custo fiscal, que foram as desonerações”, explica.
Em 2014, a arrecadação federal caiu 1,79% descontada a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), refletindo o baixo crescimento econômico e as desonerações. Mesmo assim, a arrecadação de Previdência Social aumentou 1,4% acima da inflação e a do Imposto de Renda Retido na Fonte sobre os rendimentos trabalhistas subiu 3,72% acima do IPCA.
A principal medida que contribuiu para manter o mercado de trabalho aquecido foi a desoneração da folha, que começou em 2012 e foi ampliada para 56 setores da economia em 2014. Sozinha, a mudança no regime de contribuição previdenciária das empresas fez o governo deixar de arrecadar R$ 21,6 bilhões no ano passado. Segundo a professora Vilma Pinto, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, os efeitos da desoneração sobre o nível de emprego foram diretos.
“Se fizermos um gráfico da renúncia fiscal provocada pela desoneração da folha e a taxa de desemprego, verificamos que a inclusão de setores [no novo regime] acompanhou a tendência de redução do desemprego”, diz. Segundo ela, quanto mais aumentou a renúncia fiscal nos últimos anos, mais o desemprego caiu.
Para Vilma, os aumentos de tributos e os cortes de gastos anunciados pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, devem fazer o desemprego parar de cair em 2015. A professora, no entanto, diz que o mercado de trabalho tende a se recuperar nos anos seguintes. “Todo ajuste implica custo, que poderá ser sentido em vários setores, inclusive no emprego. Espera-se que, no médio prazo, ocorra uma retomada no crescimento econômico e, consequentemente uma recomposição do mercado de trabalho.
Blocos de rua animam o pré-carnaval no Rio de Janeiro
Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil Edição: Alberto Mendonça Coura
A duas semanas para o carnaval, a cidade do Rio de Janeiro está com a agenda de Momo cheia. Os blocos de rua e os ensaios das escolas de samba esquentam os tamborins e agogôs para os foliões por toda a cidade.
Na zona sul, neste sábado (31) a folia começou cedo, às 10h, com o bloco Desliga da Justiça, na Praça Santos Dumont, na Gávea. Às 13h, foi a vez do Spanta Neném, na ciclovia da Lagoa Rodrigo de Freitas. Também hoje (31) é dia dos jornalistas curtirem a festa no bloco Imprensa que eu Gamo, que sai às 16h, em Laranjeiras. Mesmo horário do GB, na praça General Glicério, também em Laranjeiras. E a Banda de Ipanema deve arrastar multidão na Praça General Osório, a partir das 17h30.
No Centro, saiu o Bloco da Saara, às 14h; A Febre do Samba, sai às 15h, na Saúde; Cordão do Prata Preta, às 16h, na Praça da Harmonia, no Santo Cristo; e Fala Meu Louro, às 17h.
O bairro da Tijuca recebeu o bloco rubro-negro Torcida Urubuzada, às 14h, na Praça Afonso Pena; Puxa que é Peruca, sai às 15h, na Avenida Julio Furtado; Deixa a Língua no Varal, às 17h na Rua Barão de Mesquita; e Nem Muda Nem Sai de Cima, a partir de19h na Avenida Maracanã.
Na zona norte, tem Calma Amor, no Irajá, às 16h; Beijo Quente, às 17, em Fazenda Botafogo; Com dor Não Sai, em Oswaldo Cruz, às 17h; e o Cacique de Higienópolis concentra na Rua Tamiarana às 19h. Na Ilha do Governador, o bloco Cadê meu Beijo? sai às 16h no bairro Portuguesa.
A folia na zona oeste é por conta do bloco Turbilhão Carioca, a partir de 17h, na Barra da Tijuca; e em Curicica tem Panela Preta às 18h.
Também de graça, os turistas e moradores do Rio podem conferir um aperitivo do desfile na Sapucaí com o ensaio técnico das escolas de samba São Clemente e Imperatriz Leopoldinense, a partir das 20h.
Ao todo, mais de 450 blocos vão desfilar este ano, até o dia 22 de fevereiro.
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