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Relatório mostra que mortes por ação policial em SP quase dobraram em 2014
Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
Segundo a organização Human Rights Watch, o Brasil ainda precisa fazer muito para resolver problemas crônicos (Fernando Frazão/Agência Brasil)17 20:27:15Wilson Dias/Agência Brasil
Embora os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro tenham adotado medidas para combater o uso indevido da força letal por parte da polícia, o número de pessoas mortas nessas circunstâncias aumentou “drasticamente” no ano passado. As mortes provocadas pela polícia paulista cresceram 97% e pela carioca, 40%.
Os dados constam do relatório mundial sobre direitos humanos da organização Human Rights Watch (HRW), divulgado hoje (29), e mostram, segundo a entidade, que o Brasil ainda precisa fazer muito para resolver problemas crônicos, como tortura, execuções extrajudiciais e condições desumanas em prisões.
O Relatório Mundial 2015 da HRW está na 25ª edição e analisa os avanços e retrocessos na proteção dos direitos humanos em mais de 90 países. No capítulo destinado ao Brasil, a organização destaca como tema preocupante a permanência da tortura em unidades prisionais. De acordo com o documento, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos recebeu 5.431 denúncias de tortura e tratamento cruel, desumano ou degradante em 2014. Mais de 80% dessas denúncias referiam-se a ocorrências em presídios, delegacias de polícia, delegacias que operam como unidades prisionais e unidades de medida socioeducativa.
Nesse âmbito, a HRW destaca como medida positiva a resolução do Conselho Nacional de Justiça que descreve medidas básicas que juízes devem tomar para orientar a investigação de possíveis casos de tortura. Outra ação considerada avanço é a designação de 11 peritos, pelo Comitê Nacional para a Prevenção e o Combate à Tortura, que conduzirão visitas periódicas e regulares a locais de privação de liberdade civis e militares. O sistema prisional brasileiro tem mais de meio milhão de pessoas, o que supera em 37% a capacidade das unidades, informa o relatório. “Muitas de suas instalações estão devastadas pela violência”, acrescenta o texto.
No cenário internacional, a organização avalia que o Brasil atuou de maneira positiva no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), apoiando resoluções sobre situações críticas de direitos humanos. Também foi assertiva a postura brasileira na Assembleia Geral da ONU, na liderança de esforços para garantir a privacidade na era digital. A HRW avalia, no entanto, que o país tem se omitido em apoiar esforços internacionais para pressionar governos envolvidos em flagrantes abusos, citando o princípio da não interferência.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo diz que apesar do aumento no número absoluto de mortos em decorrência de intervenção policial, em termos percentuais a situação é praticamente a mesma de 2013. Os dados mostram que, em 2013, 13% dos criminosos envolvidos nos confrontos com a polícia morreram – os 87% restantes foram presos, fugiram ou ficaram somente feridos. Em 2014, o índice de mortos ficou na casa dos 17%, o que não representa um salto significativo.
Segundo a nota, é preciso lembrar que, do primeiro semestre de 2013 para o mesmo período de 2014, houve aumento de 51,9% nas ocorrências de confrontos. A hipótese mais provável para essa alta é o crescimento no número de roubos - fenômeno nacional que tem sido verificado em praticamente todos os estados brasileiros. Segundo levantamento da Polícia Militar, 65,9% dos confrontos entre criminosos e policiais aconteceram em ocorrências de roubo.
Situação das hidrelétricas pode melhorar nos próximos dias, diz Eduardo Braga
Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, fala sobre a falta de energia em parte do paísWilson Dias/Agência Brasil
A situação dos reservatórios pode melhorar nos próximos dias, a partir das chuvas registradas nas cabeceiras dos rios que abastecem as hidrelétricas do país. A situação, no entanto, só deverá ser confirmada na primeira metade de fevereiro, informou hoje (29) o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga.
“Está chovendo mais nos lugares certos, é verdade. Havia uma previsão de que nós teríamos efetivamente uma melhora no clima, na temperatura e na chuva também. Ainda não é a convergência do Atlântico Sul, que nós tanto esperávamos e que continuamos esperando”, disse.
Eduardo Braga ressaltou que o acompanhamento das chuvas nas cabeceiras dos rios que abastecem as hidrelétricas é feito diariamente. A expectativa é que “até o dia 10 ou 12 de fevereiro tenha uma configuração um pouco melhor das expectativas climáticas para a segunda etapa do mês de fevereiro e do mês de março”. Braga destacou que há alguns dias o clima tem sido "favorável para a energia”.
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