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Pesquisa constata que consumidores brasileiros adoram uma promoção
Pesquisa da CNI também constatou que consumidores brasileiros estão mais exigentes e preocupados com o meio ambiente na hora de ir às compras.
Uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria constatou que os consumidores brasileiros adoram uma promoção. E que estão mais exigentes e preocupados com o meio ambiente na hora de ir às compras.
O brasileiro é um consumidor exigente e seletivo: 91% comparam preços antes de comprar.
“Melhor esperar porque fica mais barato. Tudo sai mais em conta”, diz um homem.
E 78% dos entrevistados na pesquisa da Confederação Nacional da Indústria disseram que pechincham.
E o brasileiro dá muito valor a uma liquidação. A pesquisa mostra que o brasileiro aprendeu mesmo a esperar a melhor hora para ir às compras. Dois em cada três consumidores deixam para comprar produtos de maior valor, como eletrodomésticos e televisores, quando as lojas entram em promoção.
Os homens são ótimos na hora de barganhar o preço e as condições de um carro. Mas em todos os outros itens, as mulheres são mais cuidadosas. Nalu é um exemplo. Passou um mês comparando preços antes de comprar o fogão. E valeu a pena: economizou 30%.
“Antigamente eu não era assim. Eu tinha vontade de comprar um sapato, eu ia na sapataria, não importava pra mim o preço. Hoje não, se tiver que comprar um sapato, vou esperar a hora certa, vou esperar o momento do preço bom e o dinheiro tá no jeito pra poder comprar esse sapato”, afirma a dona de casa Nalu Lima.
Metade dos entrevistados disse que gastaria um pouco mais para comprar produtos que não agridam o meio ambiente. A indústria e o comércio terão que se adaptar ao novo consumidor.
“O consumidor está preocupado com o serviço de pós-venda, o consumidor preocupado com as questões ambientais, com a questão de consumo de eletricidade do bem, isso mostra um consumidor mais focado na qualidade do produto e do serviço que ele tá querendo adquirir”, explica o gerente-executivo da CNI Renato da Fonseca.
E para quem ainda insiste em comprar sem pesquisar, dona Maria, que sempre vai às compras de caderninho na mão, dá um conselho.
Maria Zenaide, aposentada: É bom ter paciência. Mais paciência é melhor.
Jornal Nacional: Mais paciência, mais dinheiro no bolso?
Maria Zenaide: Mais dinheiro no bolso. Falou certo. É isso aí.
Fonte: Jornal Nacional - 12/01/2015 e Endividado
Justiça no DF oferece programa a consumidores superendividados
Ivan Richard* - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
O superendividamento – resultado da equação crédito fácil-falta de planejamento financeiro – tem se tornado, nos últimos anos, um problema cada vez maior, quando o valor das dívidas a pagar compromete drasticamente a renda ou mesmo o ganho mensal. O caminho, que vai da satisfação pela compra de algo desejado por meses ao desespero e à angústia por não conseguir pagar as contas no fim do mês, tem sido percorrido por um número cada vez maior de brasileiros nos últimos anos.
Maria do Socorro espera organizar as finanças com o apoio do Programa de Prevenção e Tratamento de Consumidores SuperendividadosFábio Pozzebom/Agência Brasil
A vendedora ambulante de Brasília Maria do Socorro enfrenta o problema. O sorriso fácil desaparece quando começa a falar das contas. Socorro acumulou cerca de R$ 10 mil em dívidas com cheques e agora não tem crédito para conseguir financiar uma casa no programa habitacional do governo local. “Estou pagando aluguel e preciso quitar a dívida, mas o dinheiro é pouco. Escolhi pagar o aluguel, porque sem casa não dá para ficar”.
Mãe de três filhas, duas menores e uma adulta, a vendedora de água, sucos e refrigerantes na área central da capital consegue apenas o suficiente para pagar as contas do dia a dia e vê os débitos crescerem. “Só eu trabalho para pagar as contas e as dívidas foram se acumulando”, contou.
Para ela, a “luz no fim do túnel” pode estar no Programa de Prevenção e Tratamento de Consumidores Superendividados oferecido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Como em um acompanhamento médico para um paciente, consultores do tribunal farão a análise das dívidas decorrentes da relação de consumo para indicar caminhos destinados ao pagamento dos débitos.
“Muitas vezes, quando a pessoa está superendividada não enxerga a luz no fim do túnel e a gente pretende dar essa luz, dizer que ela tem como sair da situação”, explicou o coordenador do projeto e vice-presidente do TJDFT, Waldir Leôncio. "[O superendividamento] ocorre quando a pessoa tem a capacidade de pagamento das dívidas superando os seus rendimentos, comprometendo sua subsistência. O programa está diretamente ligado à dignidade da pessoa humana”, acrescentou.
Pode se inscrever, a pessoa física maior de idade que, de boa-fé e por má administração do orçamento, seja por distúrbio – como o consumismo – ou por infortúnios – como morte, doença, divórcio ou desemprego, por exemplo – esteja impossibilitada economicamente de pagar o conjunto das dívidas.
“Na verdade, é tratamento mesmo. Temos [no meio jurídico] doutrina sobre o assunto, que dá esse enfoque, porque o superendividado equivale a uma pessoa cujas finanças estão mal de saúde. Em uma situação em que alguém tem sua saúde física necessitando de melhoria e cura, é preciso se submeter a um tratamento. Em se tratando de finanças, é a mesma coisa”, comparou Leôncio.
Para ele, o tratamento exigirá dedicação e sacrifícios. "O programa não é para perdoar dívidas. Estamos chamando essas pessoas para assumir a responsabilidade delas. Não existe aqui um tratamento paternalista. Não queremos tratar o devedor com a visão paternal, mas sim realista. Então, se a família têm dois automóveis, é claro que ela poderá ser aconselhada a se desfazer de parte do patrimônio para quitar as dívidas”, acrescentou.
De acordo com o coordenador, estão sendo firmados convênios com instituições, especialmente bancos, para possibilitar que os devedores aptos a participar do programa tenham o débito negociado de forma diferenciada. “Então, com aquele que é assalariado e tem dívida em várias instituições, por exemplo, procuraremos trabalhar para uma solução em que ele possa se manter e, ao mesmo tempo, pagar os débitos. Haverá várias formas de negociação, com a chamada moratória, possibilidade de redução dos encargos e até mesmo capital emprestado. Na verdade, esses convênios vão dar aos superendividados condições de eles se reerguerem.”
Segundo o vice-presidente do TJDFT, o primeiro passo para solucionar o problema é reconhecer que ele existe. Para se inscrever no programa, o próprio devedor deve enviar e-mailpara conciliar@tjdft.jus.br relatando os problemas com as finanças. Está fora do programa a negociação de dívidas oriundas de débitos fiscais, trabalhistas, de alimentos, profissionais e habitacionais.
Dados do SPC Brasil mostram crescimento de 3,5% da inadimplência em dezembro
Da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso
Em dezembro, o número de consumidores com contas em atraso cresceu 3,45% na comparação com o mesmo período de 2013. Os dados são do Indicador de Inadimplência calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Eles representam aproximadamente 54,5 milhões de consumidores, 38% da população brasileira, que terminaram o ano com restrições no Cadastro de Pessoa Física.
Apesar do aumento, os números divulgados hoje (13) indicam que esse foi o crescimento mais fraco dos meses de dezembro desde 2011. Conforme o SPC Brasil, o aumento na inadimplência em ritmo menor tem como causa peculiaridades da economia em 2014 e maior seletividade na concessão de crédito. "As vendas de itens essencialmente ligados a crédito, como móveis, eletrodomésticos, veículos e materiais de construção têm apresentado franca desaceleração", afirmou Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.
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Os dados ressaltam que, comparado a dezembro de 2013, pessoas entre 85 e 94 anos foram as que tiveram maior aumento na participação da quantidade de dívidas, com acréscimo superior a 10%. Na outra ponta, as dívidas ligadas aos mais jovens cresceram menos, chegando a variar negativamente em 8,19%. Conforme os cálculos, pessoas entre 30 a 39 anos são as que mais se endividam no país.
Especialistas do SPC avaliam que a situação deve-se ao fato de que os jovens estão cada vez menos comprometidos com a emancipação financeira, o que os leva a "necessitarem menos de aquisição de itens pagos a longo prazo, ao contrário dos mais idosos", salientou Marcela.
De acordo com o indicador do SPC Brasil, cinco em cada dez dívidas pendentes de pessoas físicas (46%) têm como credor bancos ou instituições financeiras. A segunda maior representatividade é do comércio, que concentra 21% das dívidas atrasadas, seguido do setor de comunicação (16%), que engloba serviços de internet, televisão e telefonia. Apesar da menor representatividade nas dívidas em atraso em dezembro, foram os setores de comunicação e de água e luz que apresentaram o maior crescimento na variação anual.
"Isto porque elas estão inseridas no grupo de dívidas mais novas, até 90 dias. É uma tendência crescente entre as concessionárias de negativar o consumidor indimplente. É uma forma de receber o débito mais rápido, antes da suspensão do serviço", avaliou Marcela.
Comparada mensalmente, a inadimplência também recuou 0,94%. O total de dívidas pendentes apresentou retração ainda mais intensa, chegando a 1,62% na comparação com novembro. Segundo os dados, os recuos ocorrem anualmente em dezembro por conta da injeção do décimo terceiro salário na economia durante o período de Natal. Para a economista, uma boa maneira de evitar o aperto financeiro é "tentar fazer as compras à vista".
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