terça-feira, 2 de dezembro de 2014

'O que acontecia na Petrobras, acontece no Brasil inteiro', diz delator do petrolão

 

'O que acontecia na Petrobras, acontece no Brasil inteiro', diz delator do petrolão

VEJA.ABRIL.COM.BR|POR MARCELA MATTOS, DE BRASÍLIA

 

Anvisa libera lote de tinta para tatuagem

 

Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas

Tatuagem (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Anvisa libera uso de lote de tintas para tatuagem Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou hoje (2) a importação, fabricação, comercialização, distribuição, divulgação e o uso de todos os lotes da tinta para tatuagem marca Master’s Ink fabricados após 15 de setembro de 2014.

O produto foi suspenso no dia 6 de maio de 2014 devido à falta de registro. Segundo a Anvisa, a empresa fabricante, Brasil Art & Cores Indústria, Comércio, Importação e Exportação Ltda, regularizou, em setembro, o registro da tinta.

A liberação foi publicada na edição desta terça-feira do Diário Oficial da União. De acordo com o texto, todas as demais marcas de tinta para tatuagem, citadas na resolução de maio, permanecem suspensas.

 

 

Agência Brasil

 

Cepal: Brasil, Argentina e Venezuela puxam PIB da América do Sul para baixo

 

Pedro Peduzzi - Repórter da Agência Brasil Edição: Armando Cardoso

Brasil, Argentina e Venezuela empurrarão para baixo o crescimento médio da América do Sul. A avaliação consta do Balanço Preliminar das Economias da América Latina e do Caribe 2014, divulgado hoje (2) pela secretária executiva da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Alicia Bárcena. Para 2014, a previsão é que a economia do continente sul-americano cresça apenas 0,7%. A exemplo do que aconteceu em 2014, a expectativa é que, em 2015, o desempenho da economia mundial também tenha efeitos diferentes entre os países e sub-regiões.

“A América Latina tem apresentado comportamento heterogêneo”, salientou Alicia, durante apresentação dos números projetados pelo órgão das Nações Unidas. Enquanto Bolívia terá, segundo a projeção, um crescimento de 5,2% do Produto Interno Bruto (PIB) - e com Panamá e República Dominicana crescendo 6% -, Argentina, Venezuela, na América do Sul, e Santa Lúcia, no Caribe, terão suas economias reduzidas em 0,2%, 3% e 1,4%, respectivamente.

A projeção para o Brasil, apesar de positiva, é 0,2%, percentual abaixo dos 0,5% previstos pelo próprio país. “O baixo crescimento na América do Sul deve-se ao pequeno crescimento de suas grandes economias, no caso, Brasil, Argentina e Venezuela”, observou Alicia.

De acordo com a Cepal, o PIB da América Latina e Caribe terá crescimento médio de 1,1%, em 2014, e de 2,2%, em 2015. Para o próximo ano, a situação das economias da região é mais positiva para Argentina (projeção de crescimento de 1% para 2015), Bolívia (5,5%) e Brasil (1,3%). Segundo o balanço, a Venezuela deverá ser o único país a apresentar, ainda que em menor intensidade, números negativos em 2015, se comparado a 2014. A previsão é -1%.

Para a Cepal, 2015 deverá ser o ano em que as economias da América Latina e Caribe começarão a se recuperar. O crescimento médio projetado para a América Central é 3,7%, em 2014, e 4,1%. em 2015. A projeção para a América do Sul é 0,7% e 1,8%. Se o recorte abranger América Latina e Caribe, as projeções são 1,1% em 2014 e 2,2% em 2015. O aumento moderado ocorrerá em um contexto de "lenta e heterogênea recuperação" da economia mundial, “com queda nos preços das matérias-primas e um escasso dinamismo da demanda externa” da região, além do aumento da incerteza financeira.

Ainda segundo a Cepal, na área fiscal, a América Latina apresentará “leve aumento no déficit”, de 2,4% do PIB, em 2013, para 2,7%, em 2014, enquanto o Caribe reduzirá seu déficit de 2014 para 3,9%, em relação aos 4,1% obtidos em 2013. Já a dívida pública dos países da região permanecerá em níveis baixos e estáveis, com média próxima a 32% do PIB.

Um destaque positivo feito pela Cepal é a queda na taxa de desemprego na região, que caiu de 6,2%, em 2013, para 6%, em 2014. No entanto, preocupa a alta da inflação registrada na região – no acumulado de 12 meses, obtido em outubro, a inflação apresentou índice médio de 9,4% na América Latina e Caribe – e a desaceleração do nível de investimento observada desde 2011 e que, durante 2014, ficou em torno de 3,5%.

Para a secretária da comissão, o desafio dos governos locais, no sentido de melhorar a produtividade e a competitividade de suas economias, inclui a reativaação de demandas internas, de forma a melhorar condições para investimentos nos países, em particular na área de infraestrutura.

 

Agência Brasil

 

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Foto: Divulgação

 

 

PF e Receita desarticulam quadrilha de tráfico internacional de drogas

 

Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil Edição: Marcos Chagas

A Policia Federal através da Operação Denarius , identificou uma ampla rede internacional de narcotráfico, que enviava carregamentos de cocaína do Brasil para a Europa (Divulgação /PF)

Rede internacional de narcotraficantes enviava carregamentos de cocaína do Brasil para a Europa Divulgação/PF

A Superintendência da Polícia Federal (PF) no Paraná e a Receita Federal deflagraram hoje (2) operação para desarticular uma quadrilha de tráfico internacional de drogas com patrimônio superior a R$ 60 milhões. Durante a Operação Denarius (dinheiro em latim), estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão, 16 de condução coercitiva, 39 de busca e apreensão domiciliar e 42 de busca e apreensão de bens, entre eles cabeças de gado, dois aviões e um helicóptero em cidades de seis estados: Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo.

De acordo com a PF, a quadrilha adquiria toneladas de cocaína do Peru e da Bolívia e remetia a droga para a Europa, principalmente a Espanha, escondida em meio à madeira de casas pré-fabricadas, em contêineres que saíam de Porto Velho.

As  drogas  eram  camufladas  em madeira  para construção de casa pré-moldadaDivulgação/PF

Iniciadas em fevereiro deste ano, as investigações identificaram, segundo a PF, um pecuarista da cidade paranaense de Umuarama, que recebia grandes carregamentos de cocaína e depois remetia para outros estados. “Com o avançar das investigações, foi identificada uma ampla rede internacional de narcotráfico, que enviava os carregamentos de cocaína do Brasil para a Europa e recebia, por isso, grandes somas de dinheiro estrangeiro, principalmente euros, que eram entregues a uma rede de operadores ilegais de câmbio em São Paulo e Umuarama”, informou a Polícia Federal.

Conforme a PF, a lavagem do dinheiro era feita por meio da compra de imóveis, cabeças de gado, veículos e aeronaves. Os recursos provenientes do tráfico internacional também eram usados para “financiar um estilo de vida suntuoso, com constantes viagens de férias ao exterior”, diz relatório da PF. Os envolvidos no esquema usavam "laranjas" (testas de ferro) para “lavar” os recursos oriundos da atividade criminosa.

Ao longo das investigações, foram feitas apreensões de drogas e dinheiro em espécie, que serão usados como prova da atividade criminosa da quadrilha. Ao todo, foram apreendidos R$ 150 mil e 831quilos de cocaína, que estavam camuflados em dois contêineres com casas pré-fabricadas prontas para ser exportadas para Madri.

Na operação desta terça-feira, além da prisão de 13 acusados de chefiar o grupo, estão sendo apreendidos 37 veículos, entre carros, caminhões e motocicletas, duas embarcações, dois aviões e um helicóptero, além de 3,5 mil cabeças de gado. A Justiça Federal no Paraná autorizou o bloqueio de 43 bens imóveis, com avaliação total superior a R$ 60 milhões, sendo sete fazendas, quatro sítios, 16 terrenos, cinco apartamentos, nove casas e dois prédios comerciais, além do bloqueio de contas bancárias em nome de 17 pessoas.

Ao todo, 180 policiais federais e dez auditores da Receita Federal participam da Operação Denarius. Os presos e o material apreendido serão encaminhados para a delegacia da PF em Guaíra (PR), onde serão ouvidos e mantidos sob custódia. 

 

 

Agência Brasil

 

História de dom Pedro Casaldáliga é retratada em filme

 

Michèlle Canes* - Enviada Especial da Agência Brasil/EBC Edição: Graça Adjuto

Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, fala sobre a estreia do filme Descalço sobre a terra vermelha (Wilson Dias/Agência Brasil)

Dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia, fala sobre a estreia do filme Descalço sobre a Terra Vermelha (Wilson Dias/Agência Brasil)Wilson Dias/Agência Brasil

Uma trajetória intensa. É assim que pessoas que convivem com o bispo emérito de São Félix do Araguaia, dom Pedro Casaldáliga, definem a vida do homem que se dedicou a lutar para que a população mais pobre e os indígenas tivessem consciência de seus direitos e lutassem por eles.
Nesta terça-feira (2), os moradores da cidade mato-grossense na qual Casaldáliga vive até hoje participarão do pré-lançamento do filme Descalço sobre a Terra Vermelha. A obra, baseada no livro que leva o mesmo nome e de autoria de Francesc Escribano, conta a história do bispo e é uma coprodução da TV Brasil com mais duas televisões públicas, a espanhola TVE e a catalã TVC. A produção será exibida no canal brasileiro em três episódios nos dias 13, 20 e 27 deste mês. O filme foi dirigido pelo cineasta catalão Oriol Ferrer.

Em 2014, a produção ganhou os prêmios de melhor ator (Eduard Fernández que interpreta dom Pedro) e melhor trilha sonora original na 27ª edição do Festival Internacional de Programas Audiovisuais (Fipa), na França. O filme também foi premiado no New York International TV & Film Awards.

Dom Pedro Casaldáliga nasceu em Balsareny, na província catalã de Barcelona, em 1928, e veio para o Brasil aos 40 anos, como missionário, para trabalhar em São Félix do Araguaia. Na região, preocupou-se com a saúde, a educação e a assistência à população. A equipe daEmpresa Brasil de Comunicação (EBC) visitou o bispo que, mesmo debilitado pelo mal de Parkinson, falou sobre os problemas da região na época em que chegou: uma terra sem lei, marcada pela violência e pelos conflitos entre posseiros e latifundiários.   

Na luta pelo reconhecimento dos direitos indígenas, ajudou a fundar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na década de 70. Egydio Schwade, que também foi um dos fundadores da instituição, é hoje coordenador do Comitê da Memória, Verdade e Justiça do Amazonas e relembra o trabalho ao lado do bispo. “Dom Pedro estava já muito engajado na questão indígena em Mato Grosso, na região do Araguaia, e eu, no noroeste do estado. A gente logo se entrosou”, conta.

Na época, eram promovidos encontros para reunir as lideranças indígenas e foi a partir da criação do Cimi que, segundo Schwade, essa população começou a se organizar e a ser protagonista de sua própria luta, travando embates históricos por questões como a demarcação de terras. O colega de trabalho define o bispo como uma pessoa que trazia ânimo para as reuniões. “Presença humilde, simples, escutando os indígenas”. Na descrição de Egydio, dom Pedro era destemido e não tinha medo de enfrentar a ditadura militar para defender aquilo em que acreditava.

O secretário da Coordenação Nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Antônio Canuto, trabalhou com o bispo em São Félix. Eles se conheceram no período em que dom Pedro chegou ao Brasil. Canuto conta que São Félix do Araguaia tinha uma estrutura muito precária em diversas áreas, o que levou o religioso a procurar a ajuda de colegas missionários para trabalhar nos povoados da região. “Ali faziam todo um trabalho de alfabetização de adultos, com as crianças também em termos de escolarização,o atendimento à saúde, a orientação para a saúde, e o padre fazia o trabalho pastoral”.

Canuto lembra que uma das características de dom Pedro é a tomada de decisão em conjunto. Durante os trabalhos com as equipes, tudo era conversado e decidido por todos. Ele lembra também momentos marcantes que viveu ao lado de Casaldáliga, como o lançamento de uma carta pastoral no dia da ordenação de Pedro como bispo. “Ele lançou a carta pastoral Uma Igreja da Amazônia em Conflito com o Latifúndio e a Marginalização Social, documento que marcou a Igreja pela firmeza das falas e pelas denúncias dos casos de violação de direitos dos posseiros, dos índios e dos trabalhadores que vinham de fora como peões para as fazendas e que eram tratados em regime de escravidão”.

O trabalho desenvolvido por Pedro e seus colegas fez com que muitos integrantes da equipe, e até mesmo ele, fossem ameaçados de morte ou de expulsão do país.

Além da criação do Cimi, Casaldáliga teve participação na criação da Comissão Pastoral da Terra. “Ele e dom Tomás Balduíno são os dois pilares da criação tanto do Cimi quanto da CPT, ao lado de outros”. Com a CPT, muitos trabalhadores foram estimulados, assim como os indígenas, a se organizar.

Residência de dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (Wilson Dias/Agência Brasil)

Residência de dom Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (Wilson Dias/Agência Brasil)Wilson Dias/Agência Brasil

Ações como o aperfeiçoamento de professores, a educação e o crescimento da consciência da população são reconhecidas por todos aqueles que tiveram suas vidas modificadas em São Félix do Araguaia. Na cidade, o sentimento de gratidão fica evidente nos depoimentos colhidos entre os que conviveram e defendem o trabalho de Pedro. A coordenadora da Associação de Educação e Assistência Social Nossa Senhora da Assunção, Vânia Costa Aguiar, fala com carinho daquele que, para ela, é mais que um padre. “Pedro é a figura que deu uma cara humanista para São Félix do Araguaia. Ele é pai, é protetor. É um ombro amigo a quem a população necessitada pode recorrer para falar e partilhar os problemas”.

Apesar do papel de destaque que tem na cidade, a postura humilde e a posição de que todas as conquistas são do grupo mostram a simplicidade de Pedro. “Eu percebo que ele nunca teve a intenção de resolver tudo sozinho. Sempre tem uma palavra amiga, uma palavra de conforto para quem o procura e sempre tenta buscar mais pessoas o envolvimento de mais gente para o encaminhamento dos problemas e das discussões das questões levadas a ele”.

Mesmo com a saúde frágil, mas ainda muito lúcido, o bispo faz questão de se manter atualizado. Vânia conta que ele nunca isolou os problemas vividos pela cidade e sempre relacionou o que ocorria ali com as questões nacionais. Para ela, o que dom Pedro fez na região vai ficar como legado para as futuras gerações. “O legado do Pedro é justamente ensinar a gente a cuidar das pessoas. Esse tem sido o seu trabalho, além dos apoios que recebemos, como ensinar a ter esperança. O que me chama atenção em Pedro é a sua força de vontade, a sua determinação em seguir adiante, com esperança”. 

 

Agência Brasil

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