Um novo protesto contra o governo da presidente Dilma Roussef (PT) reuniu ao menos 2.000 pessoas na tarde deste sábado (6) na região da avenida Paulista, em São Paulo.
O ato foi marcado por uma divisão entre manifestantes contra e a favor de uma intervenção militar no país.
Os organizadores do primeiro grupo chegaram a pedir ajuda da polícia para excluir de sua passeata os simpatizantes da intervenção militar.
Assim que a marcha começou a percorrer a avenida Paulista, em direção à rua da Consolação, a Polícia Militar fez um cordão de isolamento, obrigando os manifestantes que carregavam faixas de apoio a uma intervenção a permanecerem parados em frente ao Masp, onde os grupos estavam concentrados.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, a concentração do protesto no Vão Livre do Masp, na avenida Paulista, reuniu cerca de 800 pessoas. O número de manifestantes, no entanto, aumentou ao longo da caminhada e era de, no mínimo, 2.000 na descida da rua da Consolação, em torno das 17h.
O músico Lobão, que se tornou uma espécie de símbolo dos atos contra o governo da petista, disse que não iria se juntar à caminhada enquanto os defensores do golpe ocupassem o mesmo espaço que os demais manifestantes. Com uma fala inflamada, ele cobrou a presença dos políticos que usaram as redes sociais para mobilizar pessoas a participar do ato.
"Cadê os parlamentares? Só tem inimigo aqui. Cadê o Aécio, o Caiado? Se eu passo aqui e vejo esse pessoal, acho que é tudo a mesma coisa. Estou pagando de otário."
Após a saída de Lobão, o deputado José Anibal (PSDB-SP) disse que os parlamentares têm muitas atividades no fim de ano, mas estão mobilizados contra a corrupção. "O Aécio não disse que viria, fez um chamado, mas não disse que estaria aqui."
O senador eleito por São Paulo, José Serra (PSDB), chegou à manifestação em torno das 17h15, quando o grupo descia a Consolação. Ao longo da caminhada, bandeiras vermelhas foram estendidas nas janelas de alguns prédios, provocando vaias dos manifestantes.
GRUPO PRÓ-INTERVENÇÃO Em número visivelmente menor que o grupo principal, os defensores da intervenção seguiram em direção oposta e gritavam falas violentas, prometendo dar "um tiro" no ex-presidente Lula. "Se fosse preciso, eu daria", disse Miguel Apolinário, 59, publicitário.
Houve um princípio de confronto entre os grupos ainda na avenida Paulista. "Eu não posso dividir o microfone com quem há cinco minutos disse que são os militares que vão resolver isso. Essa não é nossa causa", disse Rogério Chequer, um dos organizados do movimento Vem Pra Rua.
Os manifestantes levavam cartazes contra a corrupção, de apoio a Sergio Moro, juiz responsável pelo processo da Operação Lava a Jato na primeira instância, e de condenação à aprovação do projeto que autorizou o governo a descumprir a meta fiscal.
"O que me traz a todas as manifestações é a minha indignação, minha vergonha desse governo corrupto. Não sou elite, sou a trabalhadora", disse Cristiane Tolo, dentista, de 59 anos.
No carro de som também houve críticas à mídia. Os organizadores acusam a imprensa de desqualificar os atos. "Tem muito repórter querendo matéria sensacionalista, hoje não, exigimos respeito."
Integrantes do grupo que defende intervenção militar tentaram impedir o repórter fotográfico da Folha Fábio Braga de registrar imagens do protesto.
Dois manifestantes que vestiam camisetas camufladas pediram para ver as fotos no equipamento do repórter. Diante da negativa, voltaram em seguida para segurá-lo pelo braço, chamando-o de "infiltrado" e "comunista". Após intervenção da PM, ambos se afastaram.
CONVOCAÇÃO O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e outros líderes da oposição ao PT no Congresso gravaram vídeos convocando pessoas a comparecerem ao protesto contra o governo e a presidente Dilma Rousseff.
Ressaltando que a manifestação deve acontecer "nos limites da democracia", Aécio disse que a mobilização é a "arma que nós temos e eles não têm" para mudar o país. "Pois é, nós já dizíamos que o escândalo da Petrobras era o maior caso de corrupção da história do Brasil. Mas a coisa não para de crescer e agora nós estamos sabendo que não era apenas na Petrobras", diz o senador no início do filme.
Aécio disputou e perdeu a Presidência da República contra Dilma este ano. Desde então, tem feito incontáveis críticas e ataques à gestão da petista. Os depoimentos do mineiro e de outros políticos foram publicados nas redes sociais na página "vemprarua.org.br".
Salário sobe em média 2% em 2013
Divulgação
Sede da Organização Mundial de Saúde, em Genebra, na Suíça: salário é principal fonte de receita das famílias
A média mundial de salários aumentou 2% em 2013, um ponto percentual a menos que os reajustes registrados nos anos que precederam a crise econômica, revelou o relatório mundial sobre Salários da OIT (Organização Internacional do Trabalho.
Todas as estatísticas sobre crescimento de salários que constam no texto estão em termos reais, ajustadas de acordo com a inflação.
Mas os salários ainda precisam recuperar os níveis anteriores à crise, já que em 2006 e 2007 o crescimento rondava os 3%.
O modesto aumento dos salários no ano passado foi impulsionado pelas economias emergentes, onde os rendimentos subiram 6,7% em 2012 e 5,9% em 2013.
Por outro lado, o crescimento médio dos salários nas economias desenvolvidas oscilou em torno de 1% por ano a partir de 2006, e desde então foi retrocedendo até chegar a somente 0,1% em 2012, e 0,2% em 2013.
Apesar do aumento nos países em desenvolvimento, o relatório, baseado em dados de 185 países, constata grandes diferenças entre uma região e outra. Por exemplo, em 2013, os salários cresceram em média 6% na Ásia e 5,8% na Europa Oriental, mas só 0,8% na América Latina e no Caribe.
Em relação à produtividade laboral, o valor dos bens e serviços produzidos por cada trabalhador, ela continua sendo superior ao aumento dos salários nos países desenvolvidos.
O crescente desajuste entre salário e produtividade se traduziu em uma proporção cada vez menor do PIB destinado ao trabalho. Essa tendência representa que os trabalhadores estão obtendo uma parte menor do crescimento econômico, e os proprietários do capital, maiores lucros.
Os salários são a principal fonte receita das famílias nos países desenvolvidos, emergentes e em desenvolvimento, principalmente para a classe média.
Nas economias em desenvolvimento, onde o trabalho autônomo é mais frequente, a contribuição dos salários à receita familiar é mais baixa, oscilando entre 50 e 60% em Brasil, México, Rússia, Argentina, e Chile; 40% no Peru; e 30% no Vietnã.
Na maioria dos países onde a desigualdade aumentou, como nos Estados Unidos e na Espanha, as mudanças nos salários e no emprego foram o fator dominante, apontou o relatório.
Do lado oposto estão os países onde a disparidade de receita diminuiu, como Brasil, Argentina e Rússia, em que maiores salários e oportunidades de emprego impulsionaram a redução da desigualdade.
STF autoriza ex-deputado a passar Natal e Ano-Novo em SP
Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil Edição: Kleber Sampaio
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, a passar o Natal e o Ano-Novo com a mãe, em Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo. No dia 10 de novembro, Barroso concedeu ao ex-deputado o regime aberto de prisão domiciliar, permitindo o cumprimento do resto da pena em sua casa em Brasília.
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“Autorizo o apenado Valdemar Costa Neto a cumprir prisão domiciliar, no período de 23.12.2014 a 02.01.2015, na residência de sua genitora, em Mogi das Cruzes, São Paulo”, escreveu o magistrado em sua decisão. Ele negou, no entanto, o pedido do ex-deputado de viagem para a realização de exames de rotina na capital paulista por “falta de justificação idônea”.
O pedido de Valdemar Costa Neto à Vara de Execuções Penais do Distrito Federal visava um período de nove dias a mais. O ex-deputado pediu autorização para uma viagem no período de 15 de dezembro a 3 de janeiro de 2015, com a justificativa de fazer consulta com seu médico de confiança em São Paulo e acompanhar as festividades de fim de ano com a família e a mãe, que tem 89 anos de idade e reside em Mogi das Cruzes.
Barroso disse que fazer exames de rotina, considerando que o médico de confiança tem consultório instalado em São Paulo, como pediu o ex-deputado, não caracteriza a excepcionalidade exigida. “Considero que a possibilidade de condenados em prisão domiciliar viajarem livre ou regularmente – mesmo que com autorização judicial – é incompatível com a finalidade da pena. Qualquer viagem, no curso do cumprimento da pena, constitui medida excepcional, a ser deferida apenas em situações pontuais”.
Em relação ao deslocamento do ex-parlamentar para passar o Natal e o Ano-Novo na casa da mãe, o ministro do STF considerou que o fato de a mãe de Valdemar ter idade avançada e sua vinda ao Distrito Federal ser inviável, caracteriza “situação excepcional”, justificando a viagem do condenado a Mogi das Cruzes, continuando em prisão domiciliar, apenas com a mudança temporária de seu cumprimento.
Em Washington, Mujica e Obama discutem situação de presos de Guantánamo
Leandra Felipe* - Correspondente Agência Brasil/EBC Edição: Denise Griesinger
O presidente uruguaio, José Mujica, será recebido hoje (12) pelo presidente americano Barack Obama, na Casa Branca, em Washington. De acordo com a chancelaria do Uruguai, a agenda vai tratar de intercâmbios comerciais e bilaterais e também sobre a proposta de transferência de presos de Guantánamo, em Cuba, para o Uruguai. Além disso, o encontro acontece uma semana depois de o governo uruguaio ter se tornado o primeiro país do mundo a regulamentar a produção, venda e comercialização da maconha.
Durante a visita, Mujica também terá reuniões com o vice-presidente Joseph Biden, o secretário de Estado, John Kerry, e encontros com representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA). Além disso, vai realizar palestras e conferências com setores econômicos e meios de comunicação em Washington.
Em algumas ocasiões, Obama elogiou a “forte liderança” de Mujica na discussão de temas como direitos humanos e inclusão social. E é neste contexto, que o presidente uruguaio vai avaliar o pedido de Obama para que seis presos da Base Naval de Guantánamo sejam enviados ao Uruguai. Diante de constantes denúncias de violações aos direitos humanos e tortura, o governo americano é pressionado pela comunidade internacional a tomar providências em relação aos prisioneiros da base naval em Cuba.
Há alguns dias, Mujica havia dito em Montevidéu que estaria disposto a receber os presos, mas que uma vez em território uruguaio, eles não seriam tratados como prisioneiros e poderiam se locomover livremente dentro do país. Por outro lado, o governo americano exige garantias de que os condenados não abandonarão o Uruguai.
Com relação ao tema das drogas, a imprensa especula que Mujica deve defender o posicionamento adotado no Uruguai, perante Obama, presidente de um dos países de maior consumo no mundo e financiador de grande parte das políticas de combate ao narcotráfico na América do Sul.
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