O prefeito Fernando Haddad (PT) "escondeu" uma economia de R$ 748 milhões no ano em que propôs aumentar o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) da capital. Em 2013, de acordo com dados oficiais da Secretaria Municipal de Finanças, a Prefeitura deixou de pagar esse valor no repasse anual que faz para amortizar a dívida que mantém com a União. O montante representa 95% da arrecadação extra de R$ 789 milhões que a administração almeja com o reajuste do imposto liberado pela Justiça.
A redução é resultado de uma reavaliação feita no cálculo da mensalidade que o Município deve pagar todos os anos ao governo federal. No ano passado, o Tesouro Nacional reconheceu que estava incluindo a arrecadação proveniente da venda de títulos imobiliários ao mercado, como os Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), na Receita Líquida Real (RLR), usada para definir o limite de gastos do Município com a dívida. Quando esses recursos foram excluídos da conta, o repasse caiu de forma retroativa, desde 2002.
em ano de reajuste de IPTU
O trabalho de convencimento do governo federal teve início na gestão Gilberto Kassab (PSD). Em agosto de 2012, foi pedida a revisão do cálculo, liberada apenas em junho do ano passado.
Transparência
Para representantes da oposição na Câmara Municipal, Haddad deixou de ser transparente ao não tornar público o ganho obtido. Segundo o vereador Aurélio Nomura (PSDB), o desconhecimento do recurso impediu que a Casa definisse, em lei, como a verba deveria ter sido aplicada. "E, claro, mostra que o prefeito não precisaria ter proposto um aumento tão grande de IPTU para os contribuintes. Ele já conseguiu esse recurso e, pior, não disse a ninguém. Queremos saber agora o porquê", afirmou.
Parlamentares da base aliada, no entanto, afirmam que não se pode relacionar os fatos. "Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A receita de R$ 748 milhões foi pontual, ocorreu apenas no ano passado", afirmou Paulo Fiorilo (PT), que integra a Comissão de Finanças da Câmara, assim como Nomura. O tema veio à tona ontem, durante debate a respeito do Orçamento de 2015.
Na reunião, o relator do projeto, vereador Ricardo Nunes (PMDB), citou documento da Prefeitura que indica uma nova economia, desta vez de R$ 173 milhões. O valor obtido neste ano diz respeito a uma revisão estimada dos encargos da dívida, após a renegociação dos juros com a União.
Segundo orientação da secretária municipal de Planejamento, Leda Paulani, o recurso adicional deve ser usado para pagar os contribuintes que deveriam ter sido isentos do IPTU deste ano ou ter pagado valor menor. "A secretária nos deu essa solução de remanejamento. Esse valor, citado por ela, bate exatamente com o valor necessário", disse Nunes
Investimentos
De acordo com a gestão Haddad, a economia foi "extraordinária". A Secretaria de Finanças, comandada por Marcos Cruz, atribui o ganho a um trabalho de "gestão fiscal", que inclui também revisão de contratos, e afirma que a verba extra foi empregada em investimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Estadão Conteúdo e A Tarde Online
General libertado pelas Farc renuncia ao cargo na Colômbia
Sequestro do general Rubén Darío Alzate e mais dois fez com que o presidente colombiano suspendesse negociação de paz
O general colombiano cujo sequestro por rebeldes das Farc fez o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, suspender as negociações de paz com o grupo marxista renunciou ao cargo, alegando que deveria ter tomados maiores precauções de segurança.
Domingo: Farc libertam general do Exército e outros reféns
Reuters
O General colombiano Rubén Darío Alzate fala à imprensa sob o olhar de sua mulher, Claudia Farfan, durante coletiva em Bogotá (1/12)
Santos: Colômbia exige fim do sequestro para retomar negociação com as Farc
Santos interrompeu as negociações depois que o general Rubén Darío Alzate e mais dois companheiros foram capturados pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O presidente se recusou a retomar as conversas até que os três reféns e outros dois militares, capturados uma ocasião diferente, fossem libertados.
Os dois militares foram libertados na semana passada, enquanto Alzate e seus companheiros, um cabo e um advogado civil, foram soltos no domingo, após duas semanas de cativeiro.
"Por amor e respeito a nossa instituição militar, que tem sido afetada por tais incidentes, eu pedi ao governo nacional que me retire do serviço ativo", disse Alzate em declaração transmitida pela TV na segunda-feira (1).
Negociadores do governo estão retornando a Cuba, onde as conversas estavam em andamento, para uma reunião de dois dias com os interlocutores das Farc, embora as negociações não tenham sido retomadas oficialmente.
Alzate e seus companheiros foram capturados em 16 de novembro, quando estavam a caminho de uma visita a um projeto de energia eólica no departamento litorâneo de Choco, disse o general.
Em um esforço para passar despercebido e tranquilizar membros das comunidades locais, Alzate viajou em roupas civis e sem seu aparato de segurança usual.
"Devo reconhecer que minha gana de ser útil e meu amor pelo povo de Choco me levaram a ignorar protocolos de segurança que eu deveria ter adotado", disse Alzate, um experiente militar com 33 anos de corporação.
As negociações de Havana são o mais recente esforço para dar fim a um conflito que já dura cinco décadas na Colômbia, no qual mais de 200 mil pessoas já morreram e milhões de outras tiveram que deixar suas casas.
Último Segundo e Reuters
Líbano prende mulher e filha do líder do Estado Islâmico, segundo autoridades
Autoridades se recusaram a divulgar nome ou nacionalidade da mulher, que foi descrita como uma das mulheres de Baghdadi
O Exército do Líbano prendeu a mulher e a filha do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, quando elas cruzavam a fronteira da Síria há nove dias, disseram autoridades do setor de segurança nesta terça-feira (2).
Ontem: Militares alertam para possíveis ataques do Estado Islâmico nos EUA
AP
Suposta foto do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, durante sermão em mesquita no Iraque (julho/2014)
Terror: Em meio a guerras no Oriente Médio, papa pede tolerância em visita à Turquia
As autoridades se recusaram a divulgar o nome ou a nacionalidade da mulher, que foi descrita como uma das mulheres de Baghdadi. O jornal libanês As-Safir disse que o Exército fez a detenção em coordenação com "aparato estrangeiro de inteligência".
A prisão representa um golpe para Baghdadi e pode ser usada como moeda de troca contra seu grupo, que capturou vários estrangeiros, fez presos iraquianos e sírios e declarou um califado em territórios conquistados na Síria e no Iraque.
Coragem: Mãe holandesa viaja à Síria e resgata filha que havia aderido ao EI
Uma alta fonte de segurança libanesa disse que a mulher de Baghdadi estava viajando com uma de suas filhas, contrariando relatos anteriores de que seria um filho. Exames de DNA foram realizados para verificar se a criança era filha de Baghdadi, segundo a fonte.
Elas foram detidas no norte do Líbano. Investigadores estavam interrogando a mulher na sede do Ministério da Defesa libanês, de acordo com autoridades de segurança. Não houve nenhuma reação de imediato por parte do Estado Islâmico à prisão.
O Estado Islâmico tomou grandes porções de território do Iraque e da Síria, vizinha do Líbano no leste.
Reuters e Último Segundo
Blogueiras cobram até R$ 40 mil por postagem de marcas
por CHICO FELITTI
"Amei esse vestido! Como faço para comprar?", perguntou a leitora Cláudia para a blogueira Lalá Noleto, 29, na página de internet em que ela mostra as roupas que veste, os pratos que come e as viagens que faz.
Se a leitora tivesse lido até o fim o texto de Noleto (com frases como "As roupas mais que bacanas, com preços incríveis para alegrar o Natal de todo mundo"), teria encontrado um link que a levaria em um clique para a loja que vende o produto. E, se olhasse no canto superior direito da tela, veria uma palavra em letras menores avisando que aquilo era um anúncio, com custo de R$ 7.000.
O valor vem de uma planilha enviada a agências de publicidade, com preços do espaço no maior conglomerado de blogs do país, o F Hits.
Entre as quase 30 páginas pessoais englobadas, há de opções em três dígitos, como uma menção da sua marca no "Juliana e a Moda", por R$ 950, até ofertas ao preço de um carro, caso de texto no blog da atriz global Sophia Abrahão, 23, que sai por R$ 32.500, segundo a tabela.
Cabe a Alice Ferraz, uma morena de 44 anos e também blogueira, negociar a publicidade das páginas.
Foi ela que há três anos fundou a F Hits e diz que os negócios "vão bem, obrigada". Marcas como C&A e Samsung já compraram anúncios, e o escritório "está em expansão".
Mas dez marcas de moda que pagam por textos escritos por blogueiras afirmaram ainda não ter comprovado a eficiência do modelo.
A grife americana Kate Spade é uma das poucas a falar abertamente sobre "fazer parcerias" com blogueiras (é o jargão predileto da categoria para dizer vender publicidade).
"Vemos essa plataforma como um componente dentro do nosso plano de marketing, para nós, ela nunca funcionaria sozinha", diz a marca.
"Parcerias e posts pagos funcionam tão bem quanto uma foto espontânea, mas é preciso haver uma sinergia entre o estilo e o universo da blogueira e do blog com a marca."
E colocar um produto na mão dessas invejadas garotas vende? "Já houve casos com bom nível de vendas, mas nunca de esgotar. No e-commerce′ [comércio on-line], vemos mais vendas no dia do post e mais algumas até dois dias depois."
Ainda assim, os profissionais de marketing da Kate Spade consideram haver "pouca evidência que os posts alcancem a audiência com uma força considerável para consumir marcas premium e de luxo".
Arte
É o caso de Francisco Ventura, oculista de celebridades como Marília Gabriela e Claudia Raia, que já fez óculos para blogueiras e apareceu no rosto de várias delas em fotos vistas por milhões. Mas não sentiu retorno por aparecer nas páginas. "Se vendi nove, foi muito."
Por serem contadas nos dedos das mãos, ele se lembra em detalhes de algumas dessas compras.
"A última foi uma senhora já nos seus 50 anos que trouxe o tablet com a foto de uma blogueira de 19, 20 anos, usando uns óculos meus. Pensei em perguntar: São para sua filha?′, mas ainda bem que não falei. Ela disse que eram para ela mesma."
O estilista Walério Araújo afirma que a exposição nessas páginas pode não funcionar para marcas pequenas, como a sua. "Já pediram muita peça de graça. Até usaram coisas minhas que compraram, mas nunca tive um cliente por causa disso."
Para o analista de mídia Roberto Alcaide, esse mercado "ainda é quase uma terra de ninguém". "Cada blogueira cobra o que quer e é difícil medir o retorno para as marcas. Acredito que, dentro de uns cinco anos, haverá estudos e informação para descobrir se e para que produtos essa publicidade funciona. Mas, por enquanto, ainda é um tiro no escuro. Questão de crença."
Alice Ferraz defende que fazer propaganda se associando a essas pessoas físicas tende a funcionar melhor com ações seguidas do que só com um texto ou foto. "As pessoas ainda compram um só post, sem plano de divulgação, pensando: Gosto dessa blogueira′. Estamos caminhando para a profissionalização."
Essa profissionalização será sacramentada no início do ano letivo de 2015: é quando começa a ser ministrada a primeira "faculdade de blogueira" do país (e do mundo, segundo a faculdade Belas Artes).
O curso tem mensalidade na casa dos R$ 2.000 e dura dois anos. As inscrições foram "muitas". "É a democratização desse trabalho. Há pessoas com o estilo inato, já outras podem aprender a escrever", diz Ferraz, também por trás desse projeto.
Um caso que deve ser estudado na escola será o blog de Thássia Naves, mineira de 25 anos, 1 milhão de amigos no Instagram e 5 milhões de leitores mensais na sua página.
A popularidade de Naves a permite pedir regalias em contratos. Uma marca que a chamou para posar na Europa diz que ela exigiu três passagens de classe executiva, além do cachê –uma delas para a mãe. A blogueira não fala sobre publicidade.
Mas a faz muito bem: uma linha de roupas que assinou vendeu mais do que as peças projetadas pela cantora Claudia Leitte em uma coleção de dez famosos que a Riachuelo fez em janeiro. A sãopauloapurou que uma segunda parceria está a caminho –a marca não confirma.
Mas o grosso das "it girls" profissionais está longe de tal glamour.
Claudinha Stoco, 26, que há seis anos assina com seu nome um blog de beleza, integra a "classe média" da categoria. Vive dela, mas não anda de jatinho. "Comecei como um hobby e hoje é a minha profissão."
Além de publicar 15 textos por semana, ela faz três vídeos para seu canal no YouTube. A última empreitada foi o Claudinha Gourmet: "Ensino receitas rápidas e saudáveis".
A nova seara no vídeo pode render mais contratos. "Os banners que tenho no blog são pagos mensalmente, e também faço publieditoriais, tanto no blog como em vídeo."
Há casos de caminho inverso, em que uma empresa vira blog para ajudar na sua divulgação. Paula Martins, 42, tem um escritório de conteúdo de moda. Faz reportagens para sites, revistas e marcas. Há três anos, sentiu a necessidade de estar on-line e montou o "Look do Dia". "O blog é um complemento."
Mesmo "curtida" por 55 mil pessoas no Facebook, a página não virou seu ganha-pão. "Ele tem um rendimento, obviamente, porque fazemos parcerias, mas não compete com nenhum dos outros serviços."
Também há uma nova geração que faz sucesso sem se deixar iludir. Ana Carolina, 19, toca o "Fashion Sandwich" há cinco anos e recebe 600 leitores diários –a maioria mulheres abaixo dos 20 anos. Publica todos os dias, mas não se considera uma trabalhadora. "É um hobby. Eu não vivo dele, ele não é minha profissão", diz a estudante de jornalismo, que planeja estagiar. Não que viva sem dinheiro. "Me procuram mais do que eu fecho com as empresas." Diz que cinco marcas a sondaram no último mês. "A gente negocia."
Até porque a vida de blogueira não é tão fácil: "As pessoas têm essa impressão de que é só dinheiro. Mas demora muito tempo para você criar um nome e as empresas te procurarem", diz a veterana de 19 anos.
Fonte: Folha Online - 29/11/2014 e Endividado
Chefes de empresas frequentemente sabem de casos de suborno internacional, diz OCDE
PARIS (Thomson Reuters Foundation) - Os chefes de empresas frequentemente têm conhecimento que subornos são pagos a autoridades públicas em outros países para ganhar contratos e fugir da burocracia, de acordo com o primeiro relatório Suborno Internacional da OCDE, divulgado nesta terça-feira.
O estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) descobriu que a gerência corporativa tinha conhecimento em mais da metade das 427 ações de execução realizadas desde que sua Convenção Antissuborno passou a valer há 15 anos.
As análises dessas ações descobriram que em 41 por cento dos casos, funcionários do nível de gerência sabiam que subornos estavam sendo pagos, e presidentes-executivos estavam envolvidos em 12 por cento dos casos.
Patrick Moulette, chefe da divisão anticorrupção da OCDE, disse esperar que o relatório jogue uma luz sobre onde podem ser realizados mais esforços a fim de encerrar a corrupção, num momento em que ativistas vêm lutando para lidar com este complexo e obscuro tipo de crime.
“Na maioria das vezes os subornos são feitos com o conhecimento de um gerente sênior, o que é surpreendente, porque na maioria dos casos de suborno internacional, sanções são impostas a funcionários de segundo escalão”, disse Moulette à Thomson Reuters Foundation.
“Precisamos nos afastar da ideia de que se você quer fazer negócio em outros países, então você tem que pagar subornos.”
O relatório também questionou a noção de que os subornos foram principalmente pagos a autoridades públicas de países pobres, descobrindo que quase metade dos casos, ou 43 por cento, envolviam corrupção de autoridades em países em desenvolvimento ou até mesmo altamente desenvolvidos.
Mas Moulette disse que é necessário mais trabalho para averiguar esta tendência, à medida que as taxas de detecção em países desenvolvidos podem ser maiores, por conta de uma legislação mais forte contra corrupção.
SUBORNOS PARA CONTRATOS PÚBLICOS
Segundo ele, o objetivo do relatório Suborno Internacional era conscientizar sobre a natureza do crime e identificar áreas para novas análises e recomendações de políticas para o futuro.
Suborno internacional foi definido como oferecer, prometer ou dar qualquer vantagem financeira ou de outro tipo que seja indevida, diretamente ou por intermediários, para um representante público, a fim de obter ou manter negócios ou para vantagens impróprias em quaisquer outros negócios.
Análises dos 427 casos mostraram que seis em cada 10 casos - ou 57 por cento - envolveram subornos para vencer licitações do setor público, com 12 por cento pagos para liberar procedimentos alfandegários.
Dois terços dos casos foram realizados em quatro setores: de extração, de construção, de transporte e armazenamento, e de informação e comunicação.
Intermediários, tais como agentes locais de venda e marketing, distribuidores e corretores, tiveram algum papel em três quartos dos casos.
Quando se trata de detecção, um em cada três casos foram revelados após serem relatados pelas companhias envolvidas ou por indivíduos, com quase um terço das empresas, ou 31 por cento, disparando o alarme após descobrirem evidências de suborno em uma auditoria interna.
A segunda forma mais comum de detecção foi via agências como a polícia ou alfândega. Investigações da imprensa iniciaram uma ação em 5 por cento dos casos, e delatores lideraram 2 por cento.
No 427 casos analisados, 80 pessoas receberam sentenças de prisão após serem consideradas culpadas de suborno internacional, ao passo que multas foram impostas a 261 indivíduos e companhias, num total de 1,8 bilhão de euros (2,25 bilhões de dólares).
Indústria brasileira fica estagnada em outubro e bens de consumo pesam
terça-feira, 2 de dezembro de 2014 10:46 BRST
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Por Rodrigo Viga Gaier e Patrícia Duarte
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - A produção industrial brasileira ficou estagnada em outubro, pior do que o esperado e iniciando o último trimestre do ano sem força, com mau desempenho em todas as categorias, sobretudo na de bens de consumo.
Sobre um ano antes, a atividade recuou 3,6 por cento em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística (IBGE) nesta terça-feira, acumulando em 12 meses queda de 2,6 por cento, o pior desempenho desde setembro de 2012 (-2,9 por cento).
Pesquisa da Reuters com analistas mostrou que a expectativa era de que a produção industrial subisse 0,30 por cento na comparação mensal e queda de 3 por cento na anual.
"Esse mês não houve nenhum tipo de efeito do calendário e, na comparação interanual, chegou-se a 8 meses seguidos de queda", afirmou o economista do IBGE André Macedo. "É um perfil de queda disseminado", acrescentou.
Segundo o IBGE, nenhuma das principais categorias mostrou expansão em outubro, quando comparado com o mês anterior, com destaque para bens de consumo duráveis e semiduráveis e não duráveis em queda de 0,8 e 0,6 por cento, respectivamente. Em setembro, elas tinham subido.
O mau desempenho vem em meio ao cenário de atividade econômica fraca e inflação elevada, e perspectiva de arrefecimento no crédito devido ao novo ciclo de aperto monetário iniciado pelo Banco Central. Ao elevar a taxa básica de juros do país, para combater a alta dos preços, a autoridade também encarece o custo dos empréstimos, afetando o consumo.
"Inadimplência e maior comprometimento da renda, seletividade e encarecimento do crédito e mercado de trabalho moderado justificam o comportamento da demanda interna menor. E, combinado a isso, na maior parte da indústria os estoques estão acima do considerado ideal", afirmou Macedo.
Dos 24 ramos pesquisados, segundo o IBGE, 16 mostraram queda em outubro. As principais influências negativas vieram dos produtos farmacêuticos (-9,7 por cento) e veículos automotores(-2,2 por cento). Na outra ponta, houve expansão em produtos alimentícios (2,5 por cento).
E já há sinais de que o setor não conseguiu mostrar recuperação neste final deste ano. O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) de novembro mostrou que a indústria brasileira viu a contração aprofundar ainda mais, com queda na produção e novos negócios.
A economia brasileira está estagnada, com o setor industrial pesando neste quadro. No trimestre passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu apenas 0,1 por cento, com a indústria marcando expansão de 1,7 por cento sobre o segundo trimestre, quando houve menos dias úteis por conta da Copa do Mundo e ajudando na recuperação agora.
Pesquisa Focus do Banco Central com economistas mostra que a projeção é de contração de 2,26 por cento da indústria neste ano e crescimento de 1,13 por cento em 2015. Para o PIB, as contas são de crescimento de 0,19 e 0,77 por cento, respectivamente.
A nova equipe econômica --encabeçada por Joaquim Levy no Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no Banco Central-- já sinalizou mais rigor fiscal para tentar recuperar a confiança dos agentes econômicos.
(Reportagem adicional de Felipe Pontes, no Rio de Janeiro)
Bovespa opera no vermelho após forte queda na véspera
Incertezas sobre o cenário econômico ainda causam turbulência.
Na véspera, índice teve forte baixa de 4,47%, maior queda em dois meses.
saiba mais
Após ter fechado com forte desvalorização na véspera, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera novamente no vermelho nesta terça-feira (02), dia da votação do projeto que derruba a meta fiscal de superávit do governo.
Por volta das 11h30, o Ibovespa, principal indicador da bolsa paulista, caía 0,29%, aos 51,127 pontos. Veja a cotação. As ações ordinárias da Petrobras, por volta do mesmo horário, perdiam 0,70%, e as preferenciais, 1,38%.
Na véspera, o índice caiu 4,47%, aos 52.276 pontos, a maior desvalorização em dois meses. Os papeis da Petrobras empurraram a baixa. A forte desvalorização foi ajudada, também, pela cautela quanto aos novos desafios da política econômica, ainda que o mercado tenha aprovado Joaquim Levy à frente do Ministério da Fazenda.
A bolsa também foi pressionada pelo cenário externo, em outro dia de queda do petróleo e um índice sugerindo estagnação na indústria chinesa. Os preços do petróleo também começaram a semana com novas perdas, corroborando tom negativo na abertura da Bovespa.
Nova carteira
A BM&FBovespa divulgou nesta segunda a primeira prévia para a nova carteira do Ibovespa, que será válida de janeiro a abril de 2015, com saída das preferenciais da distribuidora paulista de energia Eletropaulo e entrada dos papéis ordinários da administradora de shopping centers Multiplan.
Estrutura começa a ser montada para limpeza da boate Kiss em Santa Maria
Casa noturna receberá tapume e trânsito foi bloqueado na região.
Serviço começa na quarta-feira e deve se estender por uma semana.
Do G1 RS
Estrutura está sendo montada para limpeza da Kiss (Foto: Vanessa Backes/RBS TV)
Começa nesta terça-feira (2) a montagem da estrutura que será usada na limpeza da boate Kiss, em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. A fachada da casa noturna será coberta por uma lona para impedir que resíduos tóxicos se espalhem pelo meio ambiente.
O trânsito foi totalmente bloqueado na Rua dos Andradas, entre a Avenida Rio Branco e a Rua André Marques. Apenas moradores de prédios vizinhos podemcircular pela região.
A limpeza, na prática, começa nesta quarta-feira (3). Entre os serviços previstos estão a raspagem do forro, a limpeza das paredes e do piso, e a retirada de móveis e eletrodomésticos. A previsão inicial é de que o trabalho leve pelo menos sete dias. O custo deve ser de R$ 100 mil, valor que será cobrado dos donos da boate Kiss.
Toldo protege fechada da boate Kiss em Santa Maria (Foto: Vanessa Backes/RBS TV)
saiba mais
- Livro com cartas psicografadas é lançado por pais de vítimas da Kiss
- Limpeza do prédio da boate Kiss deve começar em 2 de dezembro
- Associação de vítimas da Kiss critica mudança na lei contra incêndios
- Famílias de vítimas da Kiss e Cromañón se encontram na Argentina
- Limpeza do prédio da boate Kiss
deve começar em dezembro - Fepam oficializa autorização para
limpeza no interior da boate Kiss - Justiça manda Brigada Militar manter policiamento em frente à boate Kiss
O procedimento foi determinado pela Justiça depois que um laudo apontou que existem mais de 200 substâncias tóxicas no interior da casa noturna.
Depois da limpeza, os resíduos serão levados para Canoas, onde serão analisados. Um relatório vai ser encaminhado à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Entenda
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos. O fogo teve início durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira e se espalhou rapidamente pela casa noturna, localizada na Rua dos Andradas, 1.925.
O local tinha capacidade para 691 pessoas, mas a suspeita é que mais de 800 estivessem no interior do estabelecimento. Os principais fatores que contribuíram para a tragédia, segundo a polícia, foram: o material empregado para isolamento acústico (espuma irregular), uso de sinalizador em ambiente fechado, saída única, indício de superlotação, falhas no extintor e exaustão de ar inadequada.
Ainda estão em andamento dois processos criminais contra oito réus, sendo quatro por homicídio doloso (quando há intenção de matar) e tentativa de homicídio, e os outros quatro por falso testemunho e fraude processual. Os trabalhos estão sendo conduzidos pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada. Sete bombeiros também estão respondendo pelo incêndio na Justiça Militar. O número inicial era oito, mas um deles fez acordo e deixou de ser réu.
Entre as pessoas que respondem por homicídio doloso, na modalidade de "dolo eventual", estão os sócios da boate Kiss, Elissandro Spohr (Kiko) e Mauro Hoffmann, além de dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira, o vocalista Marcelo de Jesus dos Santos e o funcionário Luciano Bonilha Leão. Os quatro chegaram a ser presos nos dias seguintes ao incêndio, mas a Justiça concedeu liberdade provisória a eles em maio do ano passado.
Atualmente, o processo criminal ainda está em fase de instrução. Após ouvir mais de 100 pessoas arroladas como vítimas, a Justiça está em fase de recolher depoimentos das testemunhas. As testemunhas de acusação já foram ouvidas e agora são ouvidas as testemunhas de defesa. Os réus serão os últimos a falar. Quando essa fase for finalizada, Louzada deverá fazer a pronúncia, que é considerada uma etapa intermediária do processo.
Balança comercial registra o pior resultado para novembro em 20 anos
Rombo foi de mais de US$ 2 bilhões, inédito desde 1994.
No acumulado do ano, déficit passa agora de US$ 4 bilhões.
Christiane Pelajo
A balança comercial brasileira fechou novembro com o pior resultado para o mês em 20 anos. Foi um rombo de mais de US$ 2 bilhões, algo inédito desde 1994, quando começou a série histórica da balança.
Esse número é resultado de importações que somaram quase US$ 18 bilhões e de exportações de US$ 15,6 bilhões.
No acumulado do ano, o déficit passa de US$ 4 bilhões. O governo, que antes previa um superávit em 2014, agora já admite que devemos fechar mesmo é com déficit.
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Anbima prevê selic maior na reunião deste mês do Copom
Vendas de carros zero caem 3,97% no mês
As vendas de automóveis e comerciais leves (picapes e utilitários esportivos) zero-quilômetro no País tiveram queda de 3,97% no mês passado na comparação com outubro, de acordo com levantamento divulgados ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), que toma como base os números de emplacamentos do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores). Foram comercializadas em novembro 279.826 unidades, ante 291.388 no mês anterior.
Para o presidente do conselho deliberativo e diretor da Fenabrave, Flávio Meneghetti, a retração se deve ao menor número de dias úteis (20 em novembro) em relação a outubro (22). Segundo ele, ao considerar o volume diário de vendas é possível notar tendência de recuperação no segmento de automóveis neste fim de ano. Por esse critério (total comercializado dividido pelo número de dias úteis), foram 13.991 ante 13.245 em outubro, aumento de 5,64%.
No entanto, nos primeiros 11 meses de 2014, automóveis e comerciais leves – com a comercialização de 2,975 milhões de unidades – ainda contabilizam, juntos, retração de 8,17% na comparação com igual período de 2013.
ESTÍMULOS - Campanhas promocionais das montadoras, que oferecem juros zero para a compra parcelada de muitos modelos, e também o fim do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido no dia 31, são fatores que podem ajudar o setor a desovar estoques. Com a retirada do incentivo tributário – a alíquota do imposto para os automóveis 1.0 litro, que hoje está em 3%, retornará ao patamar normal de 7% –, o preço do carro deve subir em janeiro.
No entanto, o cenário está difícil, já que o consumidor não está animado para trocar de carro, avalia o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos do Estado de São Paulo), Octávio Vallejo. Ele considera que a situação é especialmente complicada no Grande ABC, por causa de lay-offs (suspensões temporárias de contratos de trabalho), abertura de PDVs (Programas de Demissão Voluntária) e decisões de fabricantes de ampliar férias coletivas. Por causa do receios de perda de emprego, o morador da região deixa de comprar, cita o dirigente.
STF nega pedido de prisão domiciliar a João Paulo Cunha
Ministro Barroso destaca que não há registros de que mensaleiro tenha devolvido o dinheiro que desviou dos cofres públicos
Laryssa Borges, de Brasília
O ex-deputado João Paulo Cunha (Apu Gomes/Folhapress/VEJA)
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido de prisão domiciliar ao ex-presidente da Câmara dos Deputados João Paulo Cunha (PT-SP).Condenado no julgamento do mensalão a seis anos e quatro meses de prisão em regime semiaberto, Cunha alegava ter cumprido pelo menos um sexto da pena, requisito que, a exemplo dos também petistas José Dirceu e José Genoino, permitiria a ele migrar para o regime aberto. Ao contrário dos correligionários, o ex-parlamentar teve o pedido negado porque também foi condenado por peculato, crime de desvio de dinheiro praticado por agente público, e ainda não comprovou ter devolvido aos cofres públicos o dinheiro desviado.
Em seu despacho, o ministro Barroso destacou que não há registros de que o condenado tenha devolvido os cerca de 536.000 reais desviados, condição, segundo ele, para que João Paulo Cunha possa receber a progressão de regime.
Em sua defesa, o mensaleiro alegava que já havia cumprido mais de oito meses de prisão e conseguido abater parte da sentença com estudos e trabalho. Pela Lei de Execução Penal, o preso pode abater um dia de pena a cada doze horas de frequência escolar e um dia a cada três dias trabalhados. A defesa também contestava a exigência de ressarcimento aos cofres públicos como condição para que João Paulo passasse ao regime aberto e alegava que os valores deveriam ser cobrados em uma ação civil de reparação, e não de forma vinculada à execução da pena.
De acordo com o Ministério Público Federal, que foi contrário à prisão domiciliar antes da devolução dos valores desviados, o operador do mensalão, Marcos Valério, ofereceu propina de 50.000 reais ao então deputado para que, como presidente da Câmara, providenciasse “tratamento privilegiado” ao empresário em uma licitação, da qual sairia vitoriosa a agência de publicidade SMP&B. Conforme a denúncia, João Paulo Cunha acabou desviando 536.440,55 reais para Valério. Isso porque a SMP&B recebia honorários de 5% para intermediar as subcontratações. As terceirizações em cascata chegaram a 99,9% do contrato original.
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