Perguntas chatas
Essa tal comissão, que deveria ser chamada de Comissão da Vingança, pode ser fonte de inspiração para jornalistas nas entrevistas com a presidente Dilma. Exemplos de questões a levantar: presidenta, é verdade que seu partido está afundado na lama no caso Petrobrás? É verdade que a Refinaria Abreu e Lima custou quase dez vezes o valor inicial? É verdade que os estádios da Copa foram superfaturados? É verdade que para governar é preciso saber mentir e fingir indignação diante das denúncias comprovadas de corrupção? Presidente Dilma, alguma das perguntas acima poderá ser contestada após a divulgação do nome dos políticos envolvidos? A palavra verdade é grande demais para qualquer político brasileiro.
LUIZ RESS ERDEI
São Paulo
Conveniências
A presidente Dilma emocionou-se ao receber o relatório final da tal Comissão Nacional da Verdade, que recomendou o indiciamento de ex-agentes de Estado. Mas a CPI da Petrobrás, encerrada pelo petista Marco Maia, não recomendou nenhum. Afinal, a verdade que busca a presidente é apenas a que lhe convém?
JOSÉ EDUARDO ZAMBON ELIAS
Marília
E o garoto João Pereira?
Em depoimento na Câmara dos Deputados em 2005, o coronel Lício Maciel relatou a morte brutal de um jovem de 17 anos chamado João Pereira, durante a guerrilha no Araguaia. Esse garoto acompanhou o grupamento do coronel Lício durante seis horas. Foi o suficiente para os terroristas decretarem sua morte para servir de exemplo aos moradores da região. João Pereira teve as orelhas cortadas à faca, depois os dedos e as mãos, finalmente foi esfaqueado. Tudo isso diante de sua família. Ainda segundo o relato do coronel Lício, a mãe do jovem desmaiou logo que viu as orelhas do filho serem cortadas a sangue-frio. A Comissão Nacional da Verdade vasculhou até os restos mortais do ex-presidente João Goulart, visitou todos os presídios onde ficavam os presos políticos, mas ninguém visitou a família do garoto João Pereira, que, para eles, não tem o menor valor. Será que as lágrimas da presidente Dilma também eram para João Pereira?
MAURÍCIO RODRIGUES DE SOUZA
São Paulo
Respeito e credibilidade
Não entendo por que a ação proposta por essa comissão só envolve casos de graves violações de direitos humanos cometidos por agentes públicos. E as violações cometidas pela guerrilha socialista, financiada por agentes estrangeiros, que começou bem antes do início da repressão militar? Muitas delas contra cidadãos inocentes que perderam a vida de forma igualmente brutal. Enquanto essa comissão não fizer isso não terá a necessária credibilidade para se impor diante da opinião pública com o devido respeito. Continuará sendo uma Comissão da Meia Verdade.
PAULO T. SAYÃO
Cotia
Apuração tendenciosa
Como durante as investigações houve mudança de foco e apuraram apenas meia verdade, o relatório deixou de ser um documento histórico e se transformou em apuração tendenciosa, perdendo totalmente o valor. Se desrespeitar a Lei da Anistia já era um ato de revanchismo, incriminar apenas os integrantes do lado do governo é totalmente injusto. A presidente está certa em pôr uma pedra por cima do relatório da Comissão da Meia Verdade.
TOSHIO ICIZUCA
Piracicaba
Indústria da indenização
Ainda a propósito do artigo O princípio do contraditório (10/12, A2), acrescentaria às propostas do general Rômulo Bini Pereira a revisão dos milhares de reintegrações e indenizações concedidas pelas três esferas do poder público àqueles que alegaram perda de cargo por perseguição política. Como advogado, vi diversas ações judiciais em que muitos desses haviam pedido exoneração de seus cargos e depois requereram indenizações...
GUILHERME SALIÉS
Rio Grande (RS)
QUANTO CUSTOU AOS COFRES PÚBLICOS
Concluídos os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, aguardamos dos responsáveis a prestação de contas.
Sergio S. de Oliveira
Monte Santo de Minas (MG)
RELATÓRIO
O relatório da Comissão da Verdade é tão sério quanto as eleições que escolhiam Saddam Hussein presidente do Iraque. Por exemplo, quem foram os assassinos do capitão Alberto Mendes Júnior e do sargento Mário Kozel?
Eraldo Bartolomeu Cidreira Rebouças
São Paulo
TORTURA
As lágrimas de dona Dilma foram sinceras. Só não ficou claro o motivo. Isso porque, como pode alguém se emocionar tanto por mortes ocorridas no passado, num período de exceção, quando no presente milhões de crianças, jovens e idosos sofrem barbaramente nas filas dos hospitais do SUS sem atendimento, morrendo de dor, torturados que são pela falta de assistência? Quando mães choram lágrimas todos os dias pela dolorosa perda de seus filhos pela violência ou para as drogas, juntando seus cadáveres às 52 mil vítimas a cada ano em nosso país? Além disso, que este choro da presidente não sirva de cortina de fumaça para comover a sociedade com a intenção de encobrir os crimes que têm cometido contra o patrimônio do povo, protagonizando os mais vergonhosos episódios de corrupção jamais vividos pela Nação. Que dona Dilma se compadeça com a mesma intensidade pela vida perdida diariamente de crianças e adolescentes em consequência de um presente mal gerido e cheio de descaso pela população. Estamos cansados de ver esse punhado de gente dessa elite de esquerda que recebeu enorme indenização do Estado, enquanto os maltradados e torturados de hoje só recebem descaso sem piedade nem choro emocionado. Nem sequer menciono a falta de perspectiva de futuro para chamar de seu que os impede de sonhar e desejar. Jamais esquecerei a fala de uma menina pobre que num diálogo comigo disse algo que, sim, me levou às lágrimas: "Sabe, dona, nóis nunca vai podê sonhá porque nóis somo pobre". Isso é tortura também, dona Dilma! Chore, então, por eles que daí, sim, a aplaudirei de pé, como fizeram aqueles elegantes senhores na cerimônia da entrega do relatório da Comissão da Verdade, cheio de um orgulho blasé.
Eliana França Leme
São Paulo
TORTURADORES
Pegando o bonde da condenação a qualquer tipo de tortura, afirmo a minha solidariedade com todos os torturados. Julgo necessário, neste momento, reivindicar a extensão do entendimento de tortura para evitar que, ao olharmos o passado maldizendo-o venhamos a colocar panos quentes nos acontecimentos que hoje vivenciamos. A tortura psicológica que sofremos diariamente com as contínuas denúncias de corrupção, de impunidade, das mentiras... aquelas mais absurdas que o governo da sra. Dilma nos impõe. O drama de ver as nossas instituições tão sagradas banalizadas e relativizadas em benefício dos políticos que deveriam zelar gratuitamente pelos nossos direitos e deveres. O descaramento de afirmar que o indutor da corrupção é o empresariado, sugerindo que todos estes gatunos eleitos ou indicados pelo sufrágio popular são inocentes. Que sofreram dos empresários um ataque de surpresa exigindo propina e se renderam a tamanha violência. A tortura de ouvir a "presidenta" se posicionar contra a corrupção e nada fazer para contê-la. Ela sempre soube de tudo. O saber induz a responsabilidades, não com o grupo de apoio, mas com toda a sociedade brasileira. Vamos sair às ruas pedindo punição para estas torturas psicológicas. Abaixo estes torturadores.
Jaci Manoel de Oliveira
São Paulo
A MENTIRA COMO NORMA
A presidente reeleita Dilma Rousseff deu mais uma mostra de que não tem compromisso com a verdade. Curiosamente, o fez numa solenidade para receber o relatório final da Comissão Nacional da Verdade. Disse ela que devemos "reverenciar as pessoas que lutaram pela democracia no País". Uma pessoa sensata citaria que o que movia aqueles jovens era a falta de conhecimento dos fatos e da História, além da óbvia falta de experiência. Uma pessoa séria jamais admitiria que aqueles grupos lutaram pela democracia, simplesmente porque não é verdade. Senão por outros motivos, porque democratas não se dedicam a construir bombas, muito menos as detonam em aeroportos e em ruas movimentadas, sabendo que vitimarão várias pessoas. Democratas tampouco aprendem técnicas de guerrilha e as usam indiscriminadamente contra cidadãos inocentes. Democratas ao redor do mundo não têm o costume de sequestrar, matar e torturar quem quer que seja. Mais uma vez, a presidente da República dá péssimo exemplo à Nação, distorcendo os fatos como forma de exaltar um bando de alienados que não mediam as consequências de seus atos, ela própria uma entre esses alienados sem noção, que lutaram contra a ditadura militar, sim, com a claríssima intenção de implantar no Brasil a ditadura do proletariado, a mesma que matou milhões e milhões de pessoas em todo o mundo. O Brasil precisa saber o que realmente aconteceu, não precisava de um circo em que a verdade tem ideologia e é apenas meia verdade.
José Alfredo de T. Andrade
Santos
INDENIZAÇÕES
Não se iludam, caros brasileiros, o objetivo real da Comissão "da Revanche" é alimentar a continuidade da milionária indústria das indenizações e, assim, fazer a fortuna de alguns advogados petistas espertalhões, que já ganharam muito, mas querem mais.
Renato Pires
Ribeirão Preto
INDENIZAÇÃO E LÁGRIMAS
Gostaria de saber quem será o próximo presidente ou "presidenta" que indenizará as famílias que estão sendo torturadas e mortas por bandidos armados que cometem crimes sem escrúpulos, violando nossos direitos humanos com o aval dos governos estadual e federal, que não investem numa política rigorosa de segurança. Será que esta pessoa também cairá em prantos quando ler os relatórios enviados por autoridades policiais? Quero viver para ver...
Teófilo A. J. Stevenson
São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário