sábado, 20 de dezembro de 2014

Compartilhamento de carros elétricos chega ao Brasil

trânsito, transporte, São Paulo

O objetivo do compartilhamento de carros elétricos é reduzir os engarrafamentos e a poluiçãoMarcelo Camargo/Agência Brasil

Depois de compartilhar bicicletas, cidades brasileiras dão os primeiros passos para fazer o mesmo com os carros. Esta semana começou a funcionar, no Recife, o primeiro sistema de compartilhamento de veículos elétricos do país (car sharing). O modelo, implantado nos Estados Unidos e na Europa, permite ao usuário pegar o carro em vagas ou garagens espalhadas pela cidade e devolvê-lo, depois, em um período determinado. Em 2015, o modelo deve estar em funcionamento também no Rio de Janeiro, que lançou este mês chamada pública sobre a viabilidade do projeto. Uma empresa em São Paulo oferece o serviço desde 2010, mas tem somente carros movidos à combustível.

A escolha pelo compartilhamento de carros elétricos no Recife, segundo a gerente do projeto do Porto Digital, Cidinha Gouveia, busca melhorar a mobilidade no centro. “O trânsito aqui está ficando pior que em outras capitais [mais populosas] como São Paulo, segundo estatísticas recentes. Nos horários de pico, é impossível se deslocar de um ponto a outro e as pessoas podem esperar até 40 minutos por uma vaga”, informou. Com o novo sistema, que tem vagas fixas em três estações, quem precisa de um carro para curtas distâncias pode fugir dos problemas.

No Recife Antigo, bairro do centro, a iniciativa começou a ser testada segunda-feira (15) e estará disponível ao público em março. Os usuários poderão aderir a um plano mensal de R$ 30 e arcar com uma taxa extra de R$ 20 por uso, com a possibilidade de esse valor ser divido, se for concedida carona. É que o sistema identifica pessoas que pretendem fazer o mesmo trajeto .

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Ainda pouco conhecido no país, o compartilhamento tem um grande potencial, avalia o professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Leonardo Meira. Ele explica que o modelo surgiu na Europa na década de 1980 e é complementar ao transporte público, incluindo as bicicletas. Além de reduzir a poluição e o trânsito nas cidades, Meira destaca que incentiva a racionalização do uso do carro. “Pesquisas mostram que o compartilhamento tira das ruas até sete carros particulares, na Alemanha e na Suíça, onde é muito forte.”

Vislumbrando o sucesso das bicicletas compartilhadas, a cidade do Rio lançou chamada pública para colher propostas para o sistema. “Queremos saber quantos veículos são necessários, quantos carros devem ter cada estação, quantas estações precisam ser criadas, em quais bairros e com qual a distância”, explicou o subsecretário de Projetos Estruturantes da Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas, Gustavo Guerrante.

No Rio, a ideia é que o compartilhamentos seja usado para curtas e longas distâncias, a partir de 2015, utilizando vagas especiais na cidades, que já estão sendo separadas, antecipou Guerrante. “Não podemos limitar a um trajeto curto porque, supondo que a pessoa sai do centro da cidade em direção à Barra [da Tijuca], não tem jeito, o trajeto pode chegar a 40 quilômetros.”

A empresa Zazcar, em São Paulo, foi a primeira a oferecer o compartilhamento no país. Em entrevista à imprensa, o presidente Felipe Barros disse que a procura cresce ano a ano por pessoas que abriram mão de ter um veículo próprio. Com cerca de 3 mil usuários e 45 estações para retirada de veículos, o aluguel por hora varia entre R$ 6,90 e R$ 11,50.

Como mostra de que o serviço está chegando a todo país, a partir de 2015 começa a funcionar, em Porto Alegre, em fase de testes, o compartilhamento de carros elétricos na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Criado por estudantes da pós-graduação, que montaram a startup MVM Technologies, o sistema interligará todos o campus, antes de chega a toda a cidade. "Temos um planejamento para segunda etapa, tornando possível um serviço de escala, em Porto Alegre. Fora disso, a expansão para região metropolitana, o que é possível , temos que ver um prazo mais longo”, explicou o diretor executivo da empresa, Lucas de Paris. 

Para o professor do curso de pós-graduação em Transportes da Universidade de Brasília (UnB) José Augusto Abreu, o compartilhamentos de carros elétricos é eficiente em casos eventuais e tem grande potencial de melhorar a qualidade de vida na área urbana. “Temos um trânsito engarrafado, com poluição elevada e risco de acidente. Os carros elétricos são uma ótima alternativa para retirar veículos das ruas, reduzir a emissão de gases tóxicos e de barulho, pois são mais silenciosos”, analisa ele, defensor também do compartilhamento de bicicletas.

 

 

Agência Brasil

 

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Justiça suspende licitação para festa de réveillon em Brasília

 

Helena Martins - Repórter da Agência Brasil Edição: Talita Cavalcante

Réveillon em Brasília

Réveillon em Brasília está suspenso por determinação da Justiça. Secretaria de Turismo informou que já foi concluída a licitação para contratação da empresa responsável pela queima dos fogos de artifício

Marcello Casal/Arquivo/Agência Brasil

Devido à crise orçamentária que atinge o Distrito Federal (DF), a juíza Mara Silda Nunes de Almeida, da 8ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), suspendeu os editais referentes à contratação de serviços para a realização da festa de réveillon. Com a decisão e o possível cancelamento das festas que ocorrem na Esplanada dos Ministérios e na Prainha, no Lago Sul, cerca de 200 mil pessoas poderão ficar sem opção gratuita para a virada do ano.

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A  vendedora Manuela de Santana lamenta a situação. "Eu acho uma injustiça com os cidadãos brasilienses não ter o réveillon. Isso é um direito da população, do brasileiro, à festa comemorativa". Para ela, a festa tem que ser comemorada. "É um lazer, é um direito do cidadão."

No ano passado, os gastos com o réveillon chegaram a R$ 4 milhões, segundo informações do Governo do Distrito Federal (GDF). A festa teve a participação de Luan Santana, Ellen Oléria e outros músicos, além de 18 minutos de queima de fogos de artifício. Para este ano, o valor inicial da licitação para a festa era R$ 2,1 milhões, mas agora estão proibidas a celebração de contrato e a realização de pagamentos. Caso o Governo do Distrito Federal descumpra a determinação, poderá ter que pagar multa no valor de R$ 100 mil para cada ato cometido.

A decisão é uma resposta ao pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPTDF), que ajuizou ação com pedido de liminar para suspender a realização de três pregões, na última terça-feira (16). O MPTDF argumenta que os gastos com a festa podem representar grave violação aos princípios da razoabilidade, da legalidade e da eficiência, além de colocar em risco a continuidade dos serviços públicos essenciais.

Desde novembro, diversos serviços foram interrompidos devido à falta de pagamento do governo local a fornecedores, servidores e empresas prestadoras de serviços. Áreas como saúde, educação e transporte coletivo estão sendo afetadas, uma situação considerada “muito grave” pelo governador eleito do DF, Rodrigo Rollemberg. A equipe de transição do GDF estima que, até o início de janeiro, o déficit primário do governo deverá estar entre R$ 3,2 bilhões e R$ 3,8 bilhões.

Na avaliação da juíza Mara Silda Nunes de Almeida, o cenário atual não é compatível com o gasto pretendido para a festa. “Com o caos que se instalou na cidade, especialmente no que se refere à saúde, educação, ao transporte público, à limpeza urbana, ao pagamento de salários de servidores públicos e a terceirizados, além dos problemas decorrentes das fortes chuvas nos últimos dias, não há motivos para gastos tão elevados com festas em detrimento dos serviços básicos de que necessita a população do Distrito federal”, diz a decisão. A magistrada destaca que a realização de licitação sem previsão orçamentária pode ensejar crime de responsabilidade ou caracterizar improbidade administrativa.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Turismo do Distrito Federal informou que o governo ainda não foi notificado oficialmente e que, por isso, os pregões continuam valendo. Conforme a secretaria, já foi concluída a licitação para contratação da empresa responsável pela queima dos fogos de artifício. Os processos que estão sendo paralisados pela Justiça tratam da contratação da estrutura, como montagem de palcos, e fornecimento de equipamentos. 

 

Agência Brasil

 

Atenção constante é principal orientação para evitar esquecer crianças em carros

 

Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil Edição: Fernando Fraga

Nesta época de fim de ano, quando muitas vezes a rotina é quebrada pelas férias e por diversos eventos sociais, pais e responsáveis pelo transporte de crianças devem redobrar a atenção para evitar casos de esquecimento dos pequenos dentro do carro. A principal orientação dos especialistas para os pais é que estejam sempre atentos aos filhos, especialmente no caso de bebês e crianças pequenas, e sejam especialmente cuidadosos quando mudarem a rotina para deixar as crianças na creche ou em outro local.

“Toda vez que saímos da rotina e dos horários do dia a dia acaba tendo essa chance de esquecimento. Especialmente nesses períodos de férias e quando sai da rotina, devemos estar ainda mais atentos para isso não acontecer”, diz a psicóloga da Rede Criança Segura, Gabriela Guida.

Na última semana, duas crianças morreram dentro do carro após serem esquecidas pelos pais. O primeiro caso foi o de uma menina de 2 anos, em São Bernardo do Campo (SP), que foi deixada pelo pai. Outro caso ocorreu em Belo Horizonte, com uma bebê de 1 ano e 11 meses, esquecida pela mãe.

A tecnologia pode ser uma aliada dos pais nessas horas. O alarme do telefone celular, por exemplo, pode ser acionado para lembrar de deixar a criança em algum lugar específico. “Os pais podem colocar um alarme dizendo 'deixar a criança na escola', para lembrar o que deve ser feito”, recomenda Gabriela. Outra medida é pedir para a creche avisar caso a criança não chegue ao local após alguns minutos do horário em que ela costuma ser deixada.

Outra dica para que os pais não esqueçam as crianças dentro dos carros é colocar algum objeto que será utilizado na próxima parada – como uma bolsa, mochila ou maleta – no chão do banco de trás, onde a criança está sentada. No entanto, essa atitude pode representar um risco no caso de acidentes. “Qualquer objeto dentro do carro pode ser um grande risco no caso de colisão”, alerta a especialista.

A psicóloga Mariana Vasconcellos, que trabalha com terapia de casais e família, reforça que a época de fim de ano pode ser mais propícia a casos como esses. “No fim do ano, as pessoas têm muito mais coisas para fazer do que o normal como ir a happy hours de encerramento de ano, dormir mais tarde e acordar no mesmo horário, comprar presentes. As pessoas ficam em um estresse maior do que o comum, e isso pode auxiliar nessas falhas do cérebro”, explica.

Para evitar que tragédias como essas ocorram, ela destaca que é preciso eleger prioridades e prestar atenção ao ritmo de vida que estamos levando. “Se você está muito cansado e estressado, deve pensar no que pode mudar. Se for preciso, pedir ajuda para não acumular coisas demais. Isso não é sinal de fraqueza, nós somos seres humanos e não podemos dar conta de 100% das tarefas”, diz a psicóloga.

Segundo a ONG Criança Segura, uma criança esquecida no carro com temperatura externa de 38 graus Celsius (ºC) pode chegar a ficar exposta a uma temperatura de até 60°C dentro do veículo. Esquecida no carro, a criança pode sofrer queimaduras graves, paradas cardíacas e respiratórias.

A entidade diz que crianças nunca devem ser deixadas sozinhas dentro do carro, mesmo com o vidro aberto. Os pais também devem orientar os filhos a não brincar dentro dos veículos, especialmente no porta-malas.

 

Agência Brasil

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