quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Cerca de 25% dos aluguéis nas cidades têm peso excessivo para famílias

Um em cada quatro imóveis alugados nas cidades brasileiras (25,7%) tem peso de 30% ou mais no orçamento dos locatários. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse é um ônus considerado excessivo por vários órgãos nacionais e internacionais. O problema afeta 5,2% do total de domicílios urbanos. Em 2004, esse percentual era 4,4%. Entre as unidades da Federação, o maior índice é encontrado no Distrito Federal: 9,5% do total. O menor está no Piauí: 1,2%.

Entre as famílias com renda domiciliar per capita até meio salário mínimo, 11,6% dos domicílios urbanos eram ocupados por famílias que pagam preço excessivo para seu orçamento. Isso representa mais da metade (55%) do total dos aluguéis para essa faixa de renda.

A pesquisa do IBGE constatou também que 70,6% dos domicílios particulares permanentes urbanos têm abastecimento por rede de água geral, esgoto sanitário ligado à rede coletora e coleta de lixo. Há, no entanto, diferenças regionais. Enquanto no Sudeste, o percentual atinge 91,1%, na Região Norte alcança apenas 21,2% dos imóveis urbanos.

Há grandes diferenças também entre os estados. Enquanto em São Paulo, 95,5% dos domicílios têm saneamento adequado, no Amapá a cobertura é 2,4%. Ainda segundo o estudo, o número de lares com computador, internet, aparelho de DVD, TV em cores e máquina de lavar (tudo junto) subiu de 21% em 2004 para 34,5% em 2013.

 

Agência Brasil

 

Influência de Angola é vista em vários traços culturais do brasileiro

 

Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

tons_de_angola_para_agencia.jpg

A influência africana no Brasil aparece em uma série de traços culturais e pode ser vista no idioma, na comida, na música, nas manifestações religiosas e no próprio jeito de se comportar do brasileiro. De tradição bantu, Angola foi um dos países que mais contribuíram para essas influências.

O povo bantu é originário de várias regiões do Continente Africano, como o Sul da África e a África Central, onde fica a Angola. As várias etnias desse povo se misturaram nos navios negreiros a caminho do Brasil e, mesmo perdendo muito de sua individualidade no processo de escravização, traços fortes se mantêm até hoje. Palavras como “quitanda”, “cafuné”, “chamego” e “moleque” são derivadas do vocabulário de povos da região onde hoje está Angola.

“São termos relacionados a práticas de relações domésticas, familiares, de festividades. A gente não percebe a profundidade da influência desses costumes. As palavras, sozinhas, aparecem como curiosidades, mas “quitanda”, por exemplo, vem das práticas comerciais, “chamego” e “cafuné”, dos modos de cuidar, educar, criar os filhos, analisa a professora de antropologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRJ) Luena Nunes Pereira.

Ela considera que uma das principais heranças culturais dos povos que vieram da África para o Brasil é o jeito de se comportar. Segundo ela, os brasileiros incorporaram vários maneirismos dos africanos. “A maneira como a gente se conduz corporalmente, o jeito de andar, gesticular, se comportar com os outros, com abraços e tapinhas nas costas. Isso tudo tem uma influência africana muito forte. É como dizia Gilberto Freyre, até no jeito de andar dos brancos, você encontra um pouco de África.”

O país também deve a Angola uma expressão artística alçada a ícone tipicamente brasileiro. O conhecido samba nasceu do semba, angolano. O semba é dançado como se fosse um sapateado em ritmo mais acelerado. “A matriz do samba é angolana. O toque do samba, a percussão, a rítmica, isso é bantu. Todas as formas musicais reconhecidas como afro-brasileiras são bantu”, explicou Luena, citando o samba, o maracatu, o jongo e o batuque.

Paula Barreto, professora do Departamento de Sociologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e pesquisadora do Centro de Estudos Afro-Orientais, ressalta que o semba é um dos estilos musicais mais fortes da cultura angolana. “O samba é uma expressão cultural de trajetória longa, mas é possível verificar essa aproximação com Angola porque o semba continua existindo como uma parte forte da produção musical angolana. A questão do ritmo, da marcação, da cadência, o modo de dançar, as características mais importantes do samba.”

Saiba Mais

Outro expoente da cultura nacional trazido pelos povos de Angola é a capoeira. A mais antiga das formas de jogar é batizada capoeira de Angola. “É uma capoeira jogada em um andamento predominantemente lento e com movimentos mais baixos”, diz o mestre Zulu, mineiro de 63 anos de idade, 48 deles dedicados à capoeira. Segundo ele, o jogo da capoeira de Angola é mais estudado, estratégico, tentando induzir o oponente ao erro.

“Há muito meneio de corpo para distrair o oponente e apanhá-lo de alguma forma. A capoeira de Angola usa muita movimentação com as mãos no chão, muito equilíbrio de cabeça para baixo, muita 'malemolência' e, subitamente, sai um golpe.”

O acompanhamento rítmico da capoeira de Angola e da capoeira regional, desenvolvida no Brasil pelo Mestre Bimba, em 1927, também é diferente. Enquanto a capoeira regional usa apenas um berimbau de afinação média, dois pandeiros e as palmas, a capoeira de Angola é mais diversificada e explora bastante a percussão. São três berimbaus, com três afinações diferentes – viola, médio e gonga (mais grave) –, atabaques, pandeiro, reco-reco e agogô.

Quando falamos em herança culinária, no entanto, foi o Brasil quem mais influenciou Angola. “A mandioca foi levada pelos portugueses para lá e hoje é base da alimentação angolana. É um país muito dependente da mandioca. É uma influência indígena vinda do período colonial”, detalhou Luena. É possível, contudo, enxergar detalhes de Angola na culinária brasileira, como a forma de cozinhar os alimentos e o uso frequente da banana, do inhame e do azeite de dendê, muito utilizado na cozinha baiana.

Hoje, na avaliação da socióloga da UFBA, Angola conhece muito mais o Brasil do que os brasileiros conhecem os angolanos. “A produção cultural brasileira chega fortemente a Angola. A música, a televisão, a literatura. Eles acompanham nossas novelas e alguns artistas, como Martinho da Vila. O ângulo inverso, da entrada da cultura angolana no Brasil, é que me parece que ainda poderia crescer.”

Ela cita que pelo menos três escritores angolanos circulam no cenário literário brasileiro com alguma desenvoltura. José Eduardo Agualusa, o jovem Ondjaki (vencedor, no Brasil, do Prêmio Jabuti de Literatura) e o veterano Pepetela, que destaca em sua obra os problemas da sociedade contemporânea de Angola.

Como alternativa às referências portuguesas, esses escritores beberam da fonte literária brasileira. “Eles reconhecem que foram influenciados por grandes nomes da nossa literatura, como Guimarães Rosa e Jorge Amado”, diz a especialista da UFBA. Eles também aproveitam as semelhanças com o Brasil para poder agregar mais à sua forma de ver o mundo e até mesmo criar seu estilo. Na opinião de Paula, é algo que dá uma dica do que os brasileiros poderiam fazer.

“Devemos nos voltar muito mais para o Continente Africano e, em especial, para Angola. Temos grande facilidade de troca cultural. O idioma, o passado e a memória compartilhada colaboram. Nós devemos e podemos nos conhecer muito mais.”

Desde o início de novembro, a TV Brasil transmite, de segunda a sexta-feira, às 23h, a novelaWindeck – Todos os Tons de Angola. A trama, ambientada em Luanda, é centrada nos bastidores da redação de uma revista chamada Divo. A novela é transmitida com áudio original, ou seja, os atores falam português de Angola. Com 140 capítulos, Windeck foi a primeira novela produzida no país africano. A exibição recebe o apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.

 

Agência Brasil

 

Adolescente passou a tarde no gabinete do pai - Crédito: Stephany Sander/Especial CPPOLÍCIA

Filha de vereador de São Leopoldo relata dramas no sequestro

 

Richard Wright, Syd Barrett, Roger Waters e Nick Mason nos primórdios do Pink Floyd - Crédito: Divulgação / CP

MÚSICA

Projeto interpreta primeira fase do Pink Floyd amanhã na Capital

 

Austrália anuncia abertura de inquérito para apurar caso de reféns em Sydney

 

Da Agência Lusa Edição: Graça Adjuto

O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, anunciou hoje (17) a abertura de inquérito oficial para apurar a manutenção de reféns em um café em Sydney, na Austrália. Ele prometeu trabalhar, de forma incansável, para garantir a segurança.

“Não descansarei até ter a certeza de que vocês estão o mais seguro possível”, disse Abbott, ao confirmar a abertura de uma investigação oficial sobre a tragédia de segunda-feira (15) e a forma como o sequestrador, de origem iraniana, obteve cidadania.

Saiba Mais

As autoridades prometeram total transparência sobre as razões pelas quais o sequestrador, Man Haron Monis, de 50 anos, – com antecedentes de violência e extremismo – não figurava em qualquer lista de vigilância.

Segundo Abbott, uma urgente revisão vai permitir aprender lições a partir dos acontecimentos que levaram ou que se relacionaram à tomada de reféns, que ocorreu na segunda-feira, num café em Sydney, e que terminou ao fim de quase 17 horas, com a intervenção policial, resultando na morte de dois dos 17 reféns e na do próprio autor do sequestro.

A investigação visa a examinar as circunstâncias em torno da chegada de Monis à Austrália, procedente do Irã, e a consequente concessão de asilo e cidadania a ele, bem como os dados que as agências de informação tinham disponíveis sobre ele e como os partilhavam. Também tem como objetivo verificar como se comportou durante a posse de uma arma.

“Eu quero certamente respostas para essa série de questões”, acrescentou o primeiro-ministro australiano. Os resultados da investigação são esperados para o fim de janeiro.

 

Agência Lusa e Agência Brasil

 

Corpo de Bombeiros do DF arrecada doações para entidades que cuidam de crianças

 

Da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo

banner_natal

Todos os quartéis do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal recebem, até amanhã (18), cestas básicas, roupas e brinquedos que serão doados em uma festa no próximo sábado (20). A corporação promove um evento para entregar as doações a três associações da região: a Viver, um projeto social na cidade Estrutural, a Pestalozzi de Brasília, que acolhe crianças e adultos deficientes, e o Instituto Dom Orione, que cuida de crianças abandonadas.

O coronel Carlos Ney, que comanda a ação social, diz que as crianças atendidas pelas entidades serão levadas para o Centro de Capacitação Física do Corpo de Bombeiros, onde será realizada a festa. “Vamos passar em todos os quartéis recolhendo as doações e já temos os ônibus que vão trazer as crianças. Terá passeio com o carro da corporação, Papai Noel para entregar os brinquedos, vai ser uma grande festa”, disse.

“Ainda estamos na expectativa de que as jogadoras da Seleção Brasileira [que estão na cidade para o Torneio Internacional de Brasília de Futebol Feminino] participem”, revelou Ney. Ele disse que as entidades que recebem as doações têm um trabalho sério e são parceiras do Corpo de Bombeiros. “É muito importante doar, ajudar o próximo nesta época do ano. O que fazemos é facilitar o trabalho de quem quer doar. Muita gente não sabe como fazer. Além das doações, promovemos uma grande festa com as crianças”, completou.

Uma das entidades beneficiadas será a Associação Viver, que atende a 300 crianças, de 6 anos a 14 anos, na cidade Estrutural – a cerca de 15 quilômetros do centro de Brasília – e oferece, no contraturno da escola, atividades esportivas, aulas de música, dança, acompanhamento pedagógico e psicológico, entre outras atividades.

Olga Cardoso, uma das coordenadoras da entidade, diz que a associação depende das doações, que são fundamentais em todas as épocas do ano, mas têm significado especial na época de Natal. “As crianças ficam na expectativa de ganhar os presentes, e as famílias que mais precisam recebem as cestas básicas”, disse. “Ver no rosto das crianças a alegria de ganhar um presente e participar da festa é o mais gratificante”, destaca Olga.

 

Agência Brasil

Nenhum comentário:

Postar um comentário