Megumi Igarashi foi presa nesta quarta-feira em Tóquio, no Japão.
Ela foi acusada de distribuir dados em 3D de sua vagina usados em projeto.
Da Reuters
A artista japonesa Megumi Igarashi pode pegar até dois anos de prisão e ter que pagar uma multa de mais de US$ 25 mil (R$ 64 mil) devido a seu projeto de construir um caiaque e outros objetos no formato da própria vagina.
Megumi Igarashi foi detida após moldar diversos objetos com o formato de sua vagina, incluindo um caiaque (Foto: Reprodução/Twitter/6d745)
A polícia de Tóquio prendeu a artista nesta quarta-feira por exibir esculturas modeladas em sua vagina e distribuir informações digitais usadas para construir um caiaque amarelo inspirado em seus órgãos genitais.
O proprietário da loja de artigos eróticos onde Megumi Igarashi, de 42 anos, que usa o pseudônimo Rokudenashiko, mostrou seus trabalhos também foi preso sob acusações de obscenidade, informou a polícia.
"Eles exibiram figurinos obscenos em uma vitrine para que as pessoas que viessem à loja pudessem vê-las", disse um porta-voz do Departamento da Polícia Metropolitana que não quis se identificar. "Este é um fator novo", acrescentou.
Igarashi passou um período curto presa no início deste ano por um delito semelhante. Sua prisão e sua detenção desencadearam um debate sobre os direitos das mulheres e os limites da expressão artística no Japão.
A polícia de Tóquio reiterou as razões dadas para a prisão anterior – a distribuição de dados em 3D de sua vagina escaneada, a base digital de seu projeto de caiaque.
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Atividade de serviços nos EUA cresce, mas em ritmo levemente menor, mostra PMI
NOVA YORK (Reuters) - O ritmo mensal de crescimento do setor de serviços dos Estados Unidos desacelerou um pouco mais que o previamente estimado em novembro, atingindo o menor nível desde abril, mostrou a pesquisa final do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) nesta quarta-feira.
O PMI do Markit caiu para 56,2 em novembro, ante 57,1 em outubro. O Markit havia inicialmente estimado leitura preliminar de 56,3, no fim de novembro.
Leitura acima de 50 sinaliza expansão da atividade econômica.
O PMI final composto do Markit, média ponderada dos índices de manufatura e serviços, caiu a 56,1 no mês passado, ante 57,2 em outubro. A leitura correspondeu à estimativa preliminar.
(Reportagem de Rodrigo Campos)
DCI e Reuters
Pesquisa mostra que 66% das mulheres foram vítimas de algum tipo de violência
As agressões domésticas entre casais podem induzir os jovens que vivem nesses ambientes a comportamentos violentos e machistas, segundo mostra a pesquisa Violência Contra a Mulher: o Jovem está Ligado?, feita pelo Instituto Avon. A pesquisa é parte das ações da campanha global da entidade Fale sem medo – não à violência doméstica, do movimento 16 Dias de Ativismo Contra a Violência de Gênero.
O instituto ouviu mais de 2 mil jovens com idades entre 16 e 24 anos, nas cinco regiões do país, sobre os temas relacionamento afetivo, relacionamentos virtuais, sexualidade, Lei Maria da Penha e violência entre os casais.
Ao serem questionadas, com base em uma lista de agressões apresentadas sobre algum tipo de ataque sofrido, 66% das mulheres afirmaram positivamente. Já 55% dos homens admitiram ter praticado alguma das ações mencionadas na sondagem - xingar, empurrar, ameaçar, dar tapa, impedir de sair de casa, proibir de sair a noite, impedir de usar determinada roupa, humilhar em público, dar um soco, obrigar a ter relação sexual sem vontade e ameaçar com arma, entre outras.
Na enquete entre os homens que vivenciaram a violência doméstica, 64% praticaram algum tipo de agressão a alguma companheira. Dos jovens entrevistados, 43% disseram já ter visto a mãe ser agredida pelo parceiro e 47% afirmaram que interferiram em defesa da mãe.
O levantamento abordou, principalmente, o comportamento manifestado por meio de sites de redes sociais como o Facebook, ente outros meios digitais. “O ciúme em excesso, a submissão e a necessidade de controlar o parceiro, inclusive sobre o que vestir ou postar nas redes sociais são características recorrentes em relacionamentos entre jovens”, diz o relatório.
“O mundo virtual em que eles vivem facilita muito o controle violento e as pesquisas têm sempre como objetivo estimular o debate”, justificou Lírio Cipriani, diretor executivo do Instituto Avon.
O estudo mostrou a existência de uma falta de percepção sobre a conduta violenta. Pelo menos 4% jovens do sexo masculino admitiram ter praticado alguma atitude violenta contra a namorada ou a esposa ou, ainda, uma “ficante”, como definem os jovens para se referir à companheira eventual. Quando sondadas, a proporção de mulheres que declararam ter sido vítimas de agressão foi 8%.
Um total de 37% das mulheres relatou ter tido relações sexuais sem camisinha por insistência do parceiro. Outro dado aponta que pouco mais de um terço dos jovens (35%) classificam como um ato violento o fato de impedir o parceiro de sair à noite. Para 34% deles, controlar o companheiro por telefone ou impedir de usar determinada roupa é uma forma de violência.
A maioria dos entrevistados (76%), dos dois sexos, manifestaram ser contra o comportamento de mulheres que tenham vários ficantes ou casinhos e 38% condenaram o comportamento da mulher que têm relações sexuais com vários homens, concordando que esta, no caso, “não é para namorar”.
Entre as mulheres, 68% declararam já ter levado uma cantada ofensiva; 44% já foram tocadas ou assediadas por homens em baladas ou festas e 31% já foram molestadas no transporte público.
De acordo com o relatório, embora facilite o relacionamento, o avanço das redes sociais também leva a um meio de maior controle dos casais, criando a cyber violência que vai da invasão da privacidade ao compartilhamento de fotos sem autorização. Mais da metade das mulheres entrevistadas (51%) declararam ter dado a senha do celular para o parceiro e 46% compartilharam a senha do Facebook. Entre os comportamentos de controle estão a exigência feita de exclusão de um amigo, apontada por 19%; impedimento em conversas, citada por 17%; e o recebimento de vídeos com imagens de mulheres nuas, fato ocorrido com 32% das mulheres e 41% dos homens.
Jornal do Brasil e Agência Brasil
Enfraquecimento da indústria agrava recessão na Argentina
Atividade consolidou o 15º mês consecutivo de queda, depois de recuar 1,8% em outubro na comparação com igual período do ano anterior
Presidente Cristina Kirchner. Comércio da Argentina acumulou onze meses seguidos de perdas (Enrique Marcarian/Reuters/VEJA)
Dados econômicos recentes mostram que a Argentina ainda está longe de sair da recessão. Dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) apontam que a produção industrial do país recuou 1,8% em outubro na comparação com igual período do ano anterior, consolidando o décimo quinto mês consecutivo de queda. No acumulado do ano, houve retração de 2,6%. As informações foram divulgadas nesta terça-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Somente a produção de veículos acumulou queda de 22,8% no ano, pressionada pela desaceleração do mercado interno e pela redução da demanda do mercado brasileiro, de acordo com dados da Associação de Fabricantes da Argentina (Adefa). As vendas de veículos também recuaram 37,6%, para 38.573 unidades, em novembro sobre um ano antes. Trata-se do pior resultado para o mês desde a crise econômica de 2009. No acumulado do ano, a retração foi de 27,8%.
Já o comércio consolidou onze meses seguidos de perdas em meio ao enfraquecimento da economia argentina. De acordo com a Confederação da Média Empresa (Came), as vendas recuaram 4,9% em novembro e acumularam queda de 7,2% no ano.
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Mrcado de trabalho – Dados oficiais mostraram que o desemprego alcançou 7,5% da população economicamente ativa da Argentina, enquanto que no ano passado a porcentagem era de 6,8%. Os sindicatos, entretanto, desconfiam dos números oficiais e acreditam que a parcela de trabalhadores desempregados pode ter chegado a 10%. Os sindicatos reivindicaram aumento salarial para compensar a inflação de 40% este ano. Mas a presidente Cristina Kirchner rejeitou na segunda-feira o pedido de reajuste, alegando que “os trabalhadores argentinos são os mais bem pagos da região”.
Governo libera mais R$ 30 bilhões ao BNDES, com impacto na dívida pública
Segundo Mantega, a liberação é para financiamento e aquisição de bens de capital; com novo aporte, volume chega a R$ 60 bilhões no ano e interrompe sequência de queda de repasses
O governo liberou mais R$ 30 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nesta quarta-feira (3), novo aporte que vai impactar a dívida pública no momento em que a nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já sinalizou mais rigor fiscal.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou que esse montante servirá para dar suporte à demanda por empréstimos, como bens de capital, do banco de fomento.
"[Os recursos ao BNDES são] para fechar o ano. A demanda para compra de máquinas, equipamentos, caminhões, ônibus e tratores, isso é para este ano. Próximo ano certamente será menor", afirmou ele a jornalistas.
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"Estamos liberando financiamento para aquisição de bens de capital, existe uma demanda e nós vamos liberar", acrescentou.
O governo editou Medida Provisória, publicada no Diário Oficial, aprovando o crédito de R$ 30 bilhões ao BNDES e que, para isso, o Tesouro pode emitir títulos da dívida pública.
O Tesouro já havia emitido, em junho, títulos públicos para injetar outros R$ 30 bilhões no BNDES, impactando a dívida. Com isso, no ano, o aporte ao banco de fomento chegará a R$ 60 bilhões, interrompendo a trajetória de queda das injeções feitas ano a ano.
Em 2009, elas foram de R$ 100 bilhões e, em 2010, R$ 80 bilhões. Em 2011 e em 2012, os volumes baixaram para R$ 55 bilhões e R$ 45 bilhões, respectivamente, e, em 2013, somaram R$ 39 bilhões.
Segundo dados do BC, o estoque de repasses de recursos do Tesouro para o BNDES estava em R$ 456,520 bilhões em outubro.
Na semana passada, a nova equipe econômica – encabeçada por Joaquim Levy, indicado para o Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa no Planejamento e Alexandre Tombini no BC – informou que buscaria reduzir a dívida bruta do país. Isso ocoreria, segundo Levy, "desde que não haja ampliação do estoque de transferências do Tesouro Nacional para as instituições financeiras".
A nova equipe econômica está trabalhando em conjunto com o atuais ministros para preparar medidas de rigor fiscal.
Mantega não quis comentar a segunda parte da Medida Provisória publicada nesta quarta-feira, que estabelece que o superávit financeiro de recursos existentes no Tesouro poderá ser destinado à cobertura de despesas primárias obrigatórias.
IG Economia e Reuters
Irmã de Pablo Escobar deixa pedidos de perdão em túmulos
Pablo Escobar e o Cartel de Medelin foram responsáveis por uma lista sangrenta de assassinatos e por caos na Colômbia
BBC BRASIL.com
Luz Maria escobar quer pedir perdão às vítimas dos crimes de seu irmão
Foto: Getty Images
Faz 21 anos desde que Pablo Escobar foi morto por uma saraivada de balas em um telhado de uma casa em Medelin, dando fim a seu reinado como o mais famoso traficante de drogas da Colômbia, responsável por milhares de mortes.
Seus crimes podem ser perdoados? Sua irmã vem tentando fazer isso ao deixar bilhetes com pedidos de desculpas nos túmulos de suas vítimas.
"Todos os dias, penso em todas aquelas pessoas que sofreram ou que estão sofrendo por causa de meu irmão, por causa da guerra que ele travou", diz Luz Maria Escobar.
Nos anos 1980, e até sua morte, em 1993, Pablo Escobar e o Cartel de Medelin foram responsáveis por uma lista sangrenta de assassinatos e por caos na Colômbia.
Em 1991, a taxa de homicídios em Medelin, segunda maior cidade do país, era de impressionantes 381 mortes para cada 100 mil habitantes. Cerca de 7,5 mil pessoas foram assassinadas na cidade só naquele ano.
Em sua batalha contra o Estado, Escobar mirava em políticos, policiais, membros de forças de segurança, jornalistas e membros do Judiciário.
Ele declarou esta guerra para impedir que uma lei que permitia a extradição de traficantes para os Estados Unidos fosse aprovada.
Bombas em carros, sequestros, torturas e assassinatos tornaram-se parte do cotidiano.
Em uma tentativa fracassada de matar um candidato à Presidência, Escobar até mesmo derrubou um avião em 1989.
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O homem que viria ser eleito presidente, Cesar Gaviria, não estava a bordo, mas centenas de pessoas perderam suas vidas na explosão.
Auge
No seu auge, Pablo Escobar era o sétimo homem mais rico do planeta, e seu cartel controlava 80% do tráfico de cocaína no mundo.
Mas Luz Maria diz que, em 1980, não sabia de nada sobre o envolvimento do irmão com o tráfico de drogas. Isso mudou quando ele anunciou que havia feito um testamento.
"Minha mãe estava muito triste. Ela disse a ele: 'Por que está fazendo isso? Está morrendo?'. E ele disse: 'Estou na máfia, e nenhum mafioso morre de causas naturais ou de doenças. Mafiosos morrem por causa de balas.' Nem sabíamos o que significava 'máfia'. Naquela noite, minha mãe e eu pegamos um dicionário, mas a palavra não constava dele."
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A ficha só caiu para Luz Maria quando o então ministro da Justiça, Rodrigo Lara Bonilla, foi assassinado a mando de Escobar, em 30 de abril de 1984.
"Foi um dia terrível para mim. Foi quando eu soube no que ele estava envolvido e do que meu irmão era capaz."
Ela tentou fazer Escobar mudar de vida.
"Com frequência, o buscava - sempre com minha mãe. Falávamos que era um derramamento de sangue muito grande, que eram muitos massacres... Mas ele conseguia nos convencer do contrário", conta Luz Maria.
"E, depois que meu pai foi sequestrado, em 1985, Pablo me disse: 'São eles ou nós'. Ele carregava uma arma para defender a si mesmo e a sua família. Mas, àquela altura, não pensava que tudo iria tão longe - que ele deixaria uma marca no mundo tão triste e dolorosa."
Perdão
Atualmente, Luz Maria Escobar quer pedir desculpas pelos pecados de seu irmão. No ano passado, quando a morte de Escobar completou 20 anos, ela realizou uma missa na igreja do cemitério Jardines Montesacro, em Medelin.
Do lado de fora da igreja, no túmulo de seu irmão, ela pendurou um bloco e lápis.
Todos os dias, dezenas de colombianos e turistas estrangeiros visitam o local do descanso final do criminoso mais infame da Colômbia, e Luz Maria Escobar pediu a estas pessoas para deixar para ela uma mensagem de perdão.
"Sete ou oito pessoas das famílias de vítimas da violência de meu irmão vieram", ela lembra.
"E o mais legal, algo que encheu de felicidade, foi que pessoas me abraçaram e me disseram que não tinham ressentimentos em relação a meu irmão."
Ela também deixou bilhetes nos túmulos de vitimas de Pablos Escobar. "Apenas peço perdão", ela explica.
Uma vez, ela deixou uma carta no túmulo de uma mãe cujo filho tinha sido assassinado a mando de seu irmão.
"Garanti a ela que meu coração está repleto de amor por todas as vítimas e todas as pessoas que foram mortas."
Mas o que pesa exatamente em sua consciência?
"Não tenho que pedir perdão por nada como isso em minha vida. Mas a história de sua família é a história de sua família. E Pablo era meu irmão..."
Saudades
O amor do irmão é o que mais faz falta a Felipe Mejia. Jaime Hernan Mejia Garcia tinha apenas 18 anos quando foi morto em 1989. Ele estava terminando a escola e sonhava com uma carreira na Força Aérea da Colômbia.
Os bilhetes de Luz Maria geram em Mejia uma confusão de sentimentos.
"Acho que é algo bom, depois de todo o dano causado por seu irmão. Mas, se um destes bilhetes aparecesse no túmulo de meu irmão, provavelmente o jogaria no lixo, porque um pedido de desculpas não é suficiente. É uma questão de justiça", diz ele.
"Alguns dos envolvidos no assassinato de meu irmão ainda estão vivos. Eles tiveram vidas plenas - têm filhos e netos... E eu não tenho meu irmão."
Jaime foi erroneamente associado ao maior rival do Cartel de Medelin na Colômbia - o Cartel de Cali.
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"Foi uma época em Medelin quando qualquer um que fosse associado ao Cartel de Cali era simplesmente assassinado. E minha família inteira foi ligada a ele por engano", lembra-se Felipe.
"Por meses após a morte de meu irmão, todos dormíamos em um mesmo quarto em colchões no chão, porque meu pais diziam: 'Se eles querem nos matar, podem matar todos juntos'."
Felipe e sua família não se mudaram - seus pais diziam que não tinham feito nada do que se envergonhar. E as pessoas as quais Felipe acredita que estejam ligadas à morte de seu irmão também não se mudaram.
"Não falo com estas pessoas há mais de 20 anos, mas meus pais os cumprimentam cordialmente. Repreendo-os por isso, e eles começam a chorar", diz Felipe.
Legado de dor
Luz Maria Escobar também chora. Ela diz que, apesar de seu coração ainda estar repleto de amor por seu irmão, seu legado é doloroso para ela.
Mas ela também defende Pablo Escobar, ao afirmar que ele foi considerado culpado por coisas que não fez. E diz que ele realizou um ótimo trabalho com os mais pobres.
"Pablo é o único político colombiano que não precisou fazer campanha", ela diz, em referência à curta carreira de Escobar no Congresso Nacional.
"Ele conquistou os votos por causa da ajuda que prestou a todos e pelo fato de ter mantido sua palavra".
Luis Ospina, cujo pai foi uma das vítimas de Escobar, não compra esta história.
"Pablo Escobar era um psicopata com muito dinheiro", ele diz.
O pai de Luis, Alfonso Ospina, era senador em Medelin, e apoiou a extradição de traficantes para os Estados Unidos.
Na manhã de 15 de novembro de 1988, ele foi sequestrado por membros do Cartel de Medelin. Foi morto no cativeiro.
"Até tivemos de pagar resgate pelo corpo, de tão ruins que as coisas estavam aqui em Medelin", diz Luis.
"O contato para isso foi uma pessoa que havia sido amiga do meu pai, mas que trabalhava para Escobar. Pedimos a este homem para nos entregar o corpo. Ele pediu dinheiro e disse que era para os sequestradores e para toda a logística que deveria ser organizada. Escobar subornava a muita gente."
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Pablo Escobar foi morto em um tiroteio com a Polícia em 2 de dezembro de 1993.
"Chovia muito, e o rio de Medelin estava no nível mais alto que já vi na vida, prestes a inundar toda a cidade", recorda Luis Ospina.
"E senti esta energia... foi como se uma corrente de maldade estivesse deixando a cidade."
Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, deixa carceragem da PF
Ex-diretor da Petrobras foi preso na 7ª fase da Lava Jato, em novembro.
Decisão do ministro Teori Zavascki (STF) resultou na liberação dele.
Do G1 PR
O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato de Souza Duque deixou a carceragem da Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, às 12h40, desta quarta-feira (3). Ele estava preso desde novembro, quando policiais federais cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão, da sétima fase da Operação Lava Jato, que investiga, entre outras coisas, formação de cartel para licitações, pagamento de propina e desvios milionários da Petrobras. Ele saiu acompanhado pelos advogados e não falou com a imprensa. A revogação da prisão foi concedida na terça-feira (2) pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.
Duque é suspeito de integrar um esquema de corrupção, com o envolvimento de donos de empreiteiras que tem contato com a Petrobras. De acordo com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, Duque era um dos beneficiados com a fraude, que resultava em formação de cartel, superfaturamento de contratos e desvio de recursos. O dinheiro, segundo as investigações, era destinado a partidos políticos e agentes públicos.
O advogado que representa Duque, Roberto Brzenzinski, afirmou que tinha confiança de que a liberdade do cliente era uma questão de tempo. “Até porque ele se encontra afastado da Petrobras há vários anos e o principal fundamento da prisão seria evitar um risco de fuga”, disse. Ao revogar a prisão, o ministro Teori Zavascki determinou também que o ex-diretor entregue o passaporte e não deixe o país. A Justiça Federal recebeu nesta quarta-feira dois passaportes. Um deles estava vencido, e o outro tem validade de março de 2018.
Duque está ainda proibido de mudar de endereço sem autorização da Justiça e deve comparecer a todos os atos do processo, inclusive, mediante intimação por qualquer meio.
OPERAÇÃO LAVA JATO PF investiga lavagem de dinheiro.
- infográfico: o esquema
- entenda a operação
- acusações contra cada um
- quem é quem na 7ª fase
- notícias da operação
No último dia 18, o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal no Paraná, tinha convertido em preventiva (sem prazo determinado) a prisão temporária (por cinco dias, prorrogável por mais cinco) do ex-diretor da Petrobras e mais cinco presos.
Na ocasião, o juiz afirmou que havia risco de fuga para o exterior. Ele argumentou que Duque mantém uma "verdadeira fortuna" em contas bancárias fora do país. "Dispondo de fortuna no exterior e mantendo-a oculta, em contas secretas, é evidente que não pretende se submeter à sanção penal no caso de condenação criminal [...]", justificou o juiz.
No dia 20 de novembro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre, havia negado um habeas corpus para Duque. Na ocasião, o desembargador federal João Pedro Gebran Neto, relator do pedido, rejeitou o pedido de liberdade sob o argumento de que havia “risco de reiteração criminosa”.
Segundo depoimento à Justiça Federal do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que está em prisão domiciliar depois de ter feito acordo de delação premiada, Renato Duque foi indicado para ocupar a Diretoria de Serviços pelo ex-ministro José Dirceu, condenado pelo Supremo no julgamento do mensalão do PT.
Duque foi apontado por Costa e pelo doleiro Alberto Youssef, como participante do esquema de desvio de dinheiro e de distribuição de propinas na Petrobras. Segundo os delatores, a Diretoria de Serviços cobrava propinas de até 3% sobre o valor total de uma obra, recursos supostamente repassados para o PT e para operadores do esquema.
Ex-diretor nega acusações
Em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 20, Duque negou participação no esquema e também disse desconhecer caso de corrupção na Petrobras. Ele duvidou das afirmações de Paulo Roberto Costa.
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Em outro momento, confirmou ter recebido R$ 1,6 milhão da construtora UTC, mas disse que o valor era referente a pagamentos por serviços de consultoria que prestou após deixar a Petrobras.
O ex-diretor também negou ter conhecimento de que um subordinado dele na estatal, Pedro Barusco, tivesse recebido propina ou mesmo que mantivesse contas bancárias no exterior. Barusco assinou um acordo de delação premiada no qual se compromete a devolver mais de US$ 100 milhões.
Sobre o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, ele disse que o conhece e que esteve com ele algumas vezes. Afirmou ainda que tem empatia com o tesoureiro, mas negou que o tivesse visto na sede da Petrobras. O tesoureiro do PT foi apontado como receptador dos recursos que supostamente abasteceram o caixa do partido. Vaccari também nega ter cometido irregularidades.
O esquema investigado pela Operação Lava Jato teria movimentado cerca de R$ 10 bilhões e provocou desvio de recursos da Petrobras, segundo investigações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal.
A sétima fase da operação, que prendeu Duque foi apelidada de “Juízo Final” e levou à prisão executivos e funcionários de nove grandes empreiteiras cujos contratos com a Petrobras somam R$ 59 bilhões.
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