domingo, 23 de novembro de 2014

Peru confirma ferrovia que liga Brasil ao Pacífico

Publicado em 21 de nov de 2014

O presidente peruano, Ollanta Humala, afirmou nesta quarta-feira que foram assinados documentos para iniciar os estudos de construção de uma ferrovia entre o Brasil e o Peru. A obra vai permitir unir comercialmente portos do Atlântico e do Pacífico.
Crédito: AFP

 

 

Festival nacional de teatro deve atrair 6 mil espectadores no interior de SP

 

Fernanda Cruz - Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger

Grupo Teatral Cutumirim, de Angra dos Reis (RJ), leva a peça Dá Licença, Minha Gente ao Fentepp

Grupo teatral Cutumirim, de Angra dos Reis (RJ), leva a peça Dá Licença, Minha Gente ao FenteppImagem de divulgação/Fentepp/Direitos Reservados

Com público estimado em 6 mil pessoas, o Festival Nacional de Teatro de Presidente Prudente (Fentepp) leva uma maratona de 47 apresentações, durante nove dias, ao interior do estado. O evento começou ontem (21) e segue até o próximo sábado (29), com produções voltadas tanto para o público adulto e infantil.

As peças apresentadas passaram por rigorosa seleção entre 300 trabalhos de todo o país. Quatro curadores, entre eles Rodrigo Eloi da Silva, assistente de teatro da Gerência de Ação Cultural do Sesc, receberam as peças inscritas em vídeo pela internet e ficaram imersos durante quatro dias para selecionar as melhores.

O curador Eloi da Silva conta como foi feita a seleção: “Foi um olhar plural, de quatro pessoas com formações distintas. Não existe uma amarração em termos temáticos". Segundo ele, há diversidade de temas, como o regime militar, a educação no país, além de musiciais.

Os trabalhos selecionados vieram de sete estados do país. “Uma espécie de mapeamento do que há de mais relevante no cenário teatral do país”, disse o curador. Algumas companhias de teatro que participam do festival foram convidadas pelos curadores: o Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona (dirigido por José Celso Martinez Correa), o Centro de Produção Teatral e Macunaíma Grupo de Arte Teatral (dirigidos por Antunes Filho) a Cia dos Atores (dirigido por Bel Garcia e Susana Ribeiro) e a Carroça de Mamulengos, trupe originária de Juazeiro do Norte, no Ceará.

Em sua 21ª edição, o projeto é uma parceria entre o Sesc São Paulo, a Secretaria Municipal de Cultura de Presidente Prudente e a Secretaria Estadual de Cultura de São Paulo.

As apresentações ocorrem no Sesc Thermas, Centro Cultural Matarazzo - Teatro Paulo Roberto Lisboa, Parque do Povo, Ginásio de Esportes e Praça 9 de julho. Os espetáculos de rua, infantis e ações formativas são gratuitos. As entradas para as peças custam entre R$ 5 e R$ 17. Mais informações podem ser consultadas no site do Fentepp.

 

Agência Brasil

 

Exposição retrata as mulheres pioneiras nas ciências no Brasil

 

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil Edição: Fernando Fraga

Uma exposição baseada no livro das pesquisadoras Hildete Pereira de Melo e Lígia Rodrigues, aberta  ao público no Museu Ciência e Vida, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, aborda as Pioneiras da Ciência no Brasil. O livro foi publicado em 2013 com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A curadora da exposição, Simone Pinto, disse que, ao vencer edital do CNPq, o museu quis desmistificar, principalmente com os jovens, a ideia de que cientistas vivem só em laboratórios. “Quando a gente montou a exposição, a ideia foi mostrar ao público, em especial para o público escolar, que a mulher fez parte da ciência e continua fazendo parte da construção da ciência no Brasil”, disse Simone. 

Parte de um laboratório de química foi montado no museu em homenagem à pesquisadora Eloísa Biasotto Mano, nascida em 1924, que compareceu à abertura da exposição, no final de outubro passado. A bióloga Anna Lima aceitou o convite e posou como pesquisadora da área de química.

Engenheira química pela antiga Universidade do Brasil, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Eloísa Mano respondeu pela criação, em 1968, do primeiro grupo de pesquisadores de polímeros do país, que gerou o Instituto de Macromoléculas da UFRJ. O instituto leva o seu nome.

A mais antiga pesquisadora brasileira retratada na mostra do Museu Ciência e Vida é a obstetra Maria Josephina Matilde Durocher, que viveu entre 1809 e 1893. Primeira aluna do curso de obstetrícia da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, Maria Josephina foi nomeada pelo imperador dom Pedro II e foi a primeira mulher admitida como membro titular da Academia Nacional de Medicina. Parteira da Corte Imperial, ela fez o parto dos netos de dom Pedro II.

O Museu Ciência e Vida é administrado pela Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro (Fundação Cecierj), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro.

A partir de maio de 2015, a exposição se tornará itinerante e deverá percorrer outros espaços de ciências no estado do Rio, nos municípios de Paracambi, de Três Rios e de São João da Barra, informou a diretora do Museu Ciência e Vida, Mônica Dahmouche. Acrescentou que “a mostra está disponível também para outros museus que se interessem pela temática das primeiras mulheres cientistas brasileiras”. Segundo Mônica, poderá ser estabelecida parceria ainda para apresentação da exposição em qualquer museu do estado.

A exposição retrata 24 pioneiras da ciência e tem um enfoque maior nas ciências exatas, uma vez que o museu é dirigido por uma física e conta, entre seus atrativos, com o Planetário Marcos Pontes, nome dado em homenagem ao primeiro astronauta brasileiro, Marcos Cesar Pontes, e a oficina de robótica. Também estão contempladas na mostra mulheres que se destacaram em outras áreas científicas, como a economista Maria da Conceição Tavares e a psiquiatra Nise da Silveira. 

A entrada é gratuita. O agendamento de turmas de escolas para visitação pode ser realizado pelo telefone (21) 2671-7797.

 

Agência Brasil

 

 

Franceses do EI gravam vídeo queimando os passaportes

 

Publicado em 21 de nov de 2014

Um vídeo divulgado pelo Estado Islâmico mostra o momento em que três homens apontados como franceses queimam os passaportes.
Crédito: AFP

 

 

 

Beatles influenciam música e comportamento há cinco décadas

 

Pedro Peduzzi* - Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger

Ultrapassar a barreira do tempo e do espaço pode estar entre os grandes desafios da humanidade. Mas não para aquela que é considerada por muitos a maior banda de todos os tempos: os Beatles. Com 13 discos de estúdios lançados ao longo de oito anos – há mais de 50 anos – John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr são até os dias atuais fonte de influência musical e comportamental para todas as gerações, nos quatro cantos do mundo. O ex-integrante da banda Paul está no Brasil com a turnê Out There para apresentações em Vitória, São Paulo, Rio de Janeiro e, pela primeira vez, na capital, Brasília.

“Os Beatles não são apenas atuais. Em termos musicais, eles são eternos”, resume o professor do Departamento de Música da Universidade de Brasília, Sérgio Nogueira – há tempos um estudioso do quarteto de Liverpool. “E, na medida em que foram ultrapassando fronteiras, caindo como bomba nos EUA e invadindo tanto o Ocidente como o Oriente, obtiveram, como polemizou Lennon, uma popularidade maior que a de Jesus”, acrescentou. De acordo com a professora de Teoria e Tecnologia da Comunicação da Universidade Católica de Brasília, Rafiza Varão, além de ser a primeira banda cujo sucesso atingiu proporções mundiais, os Beatles estão entre os primeiros músicos responsáveis por fazer com que o culto às personalidades passasse a permear o imaginário do público, utilizando os meios de comunicação como poderosos aliados.

Segundo Sérgio Nogueira, uma sequência de acasos fez dos Beatles a maior banda da história: “em primeiro lugar, o acaso da natureza, que juntou pelo menos duas pessoas com genialidade muito acima do normal”, disse referindo-se aos aspectos “diferentes e complementares” de Lennon e McCartney. “Lennon era rebelde, sofrido e com problemas familiares; Paul vinha de uma família equilibrada e tinha um pai que era músico amador e ouvia boa música. Cada um trouxe elementos diferentes que resultaram em uma terceira coisa, que ia além do simples somatório dessas duas partes”, explicou Nogueira à Agência Brasil. “E, para melhorar ainda mais, tinha George Harrison com seus arranjos e, posteriormente, boas composições”.

O outro acaso citado pelo professor está relacionado ao momento histórico em que os Beatles surgiram. “Foi um momento primordial da história da música, com quebras de paradigmas em relação à música do passado e com a música pop ascendendo e superando barreiras”. Por meio dos Beatles a indústria fonográfica descobriu, nesse estilo musical, um novo e lucrativo filão.

Rafiza Varão explica que a banda representou, para a indústria fonográfica, o início da fase de ouro da comercialização de discos de vinis e compactos, vendendo bilhões mesmo depois de seu fim. “A banda acabou virando um patrimônio da cultura mundial e hoje é impossível pensar a cultura do século 20 sem pensarmos nos Beatles”, disse ela. “A banda trouxe uma revolução cultural, em que jovens da classe média baixa inglesa começaram a se expressar mais comumente por meio da música popular que aparecia naquele período, construindo valores para uma juventude que não mais consumia apenas a cultura local. Com isso, ajudaram a difundir valores comuns para jovens de diversas nacionalidades: formas de dançar, vestuário, relação com os músicos, sentimentos em relação ao amor”, acrescentou a professora.

Para Sérgio Nogueira, a banda não foi exatamente o catalisador de uma nova forma de comportamento, mas o símbolo que deu dimensão a uma forma de comportamento que já vinha se estabelecendo. “A cena já vinha acontecendo. Mas com toda a certeza eles deram uma dimensão muito maior para elementos da cultura da época. A principal postura influenciada por eles, que perdura até hoje, está relacionada à crítica às fórmulas de relações hierárquicas na família e no governo”.

Se na época os Beatles representavam uma afronta aos pais, atualmente o gosto pelas músicas da banda passa de pai para filho. Principalmente quando se tem a chance de assistir ao showde um deles. Apelidado de John Lennon, devido à semelhança entre os nomes, João Lino, de 27 anos, vai ao show de Paul McCartney, dia 23 em Brasília. "Aprendi a ouvir Beatles com o meu pai. Sempre fui muito fã deles. Simplesmente não dava pra deixar de ver um deles de perto”, disse o consultor de seguros à Agência Brasil. “Vi o primeiro show da turnê [Out There] pela televisão e posso dizer: é imperdível tanto em termos de repertório quanto de organização”.

Até a escolha de profissões foram influenciadas pela música dos Beatles. “Eles representaram um estouro na minha vida. Cheguei profissionalmente onde cheguei graças ao impulso dado por eles”, disse o professor do Departamento de Música da UnB. “Eu não tinha envolvimento com música até meu irmão comprar dois discos deles. Na primeira vez que ouvi, me veio uma sensação visceral de força muito intensa. Ao sentir isso, me despertei. Aos poucos fui crescendo musicalmente, seguindo o que eles estavam fazendo. Evolui junto com eles e sou fruto de uma semente plantada por eles. E segui o caminho deles para aprender junto. Só depois fui me interessando por outras coisas, como jazz erudito. Mas os Beatles continuam me tocando profundamente. A mim e a muitos como eu”, disse Nogueira.

História similar tem o músico profissional Fábio Pereira, 44. “Foram eles que fizeram com que eu me tornasse um músico profissional”, disse o músico e professor de bateria. Para dar vazão à paixão que tem pelo quarteto, ele integra a banda Friends, que faz covers do grupo. “Os Beatles representam uma química perfeita entre quatro seres humanos, juntando dois baitas compositores com um guitarrista técnico que, influenciado pelos companheiros, se tornou também um grande compositor. Completando o time, um baterista que apesar das limitações deu identidade própria à música do grupo. Aquela era a bateria da música”, disse Fábio àAgência Brasil.

O que mais o impressiona na música dos Beatles é a quantidade de músicas boas, tanto no aspecto melódico como nas letras e arranjos harmônicos. “Eram muito avançados para a época”, disse ele. “Os Beatles conseguiram gravar uma quantidade enorme de músicas boas, tendo apenas oito anos de discografia [13 discos, entre 1962 e1970]. Eles inovaram para além do iê-iê-iê que os lançou. McCartney disse em livro que, no início, eles faziam música pensando em vender, mas depois começaram a sair dessa inocência e explorar letras mais introspectivas. Com isso, após um amadurecimento grande e rápido, os Beatles consagraram e tiveram seu auge criativo entre 1965 e 1967", completou.

 

Agência Brasil

 

 

 

Diretor de empresa afirma que pagou US$ 40 milhões em propina a Fernando Baiano

 

André Richter – Enviado Especial Edição: Denise Griesinger

Em depoimento de delação premiada à Justiça, um diretor da empresa Toyo Setal afirmou que pagou U$ 40 milhões ao empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, para intermediar a compra de sondas de perfuração para a Petrobras. No depoimento, Júlio Gerin de Almeida Camargo declarou que o valor foi repassado para Soares por meio de contasoffshore indicadas por ele no Uruguai e na Suíça.

No termo de delação, Camargo afirmou que em 2005 atuou como agente da empresa Samsung para vender para a Petrobras duas sondas de perfuração de águas profundas na África e no Golfo do México.  Para fechar o negócio, o delator disse que procurou Soares "pelo sabido bom relacionamento" dele na área internacional e de abastecimento da empresa, dirigidas à época por Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, respetivamente. Para tratar do negócio, o delator disse que participou de uma reunião na sala de Cerveró, na sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, onde  também estavam presentes o então gerente executivo da área internacional Luiz Carlos Moreira, o então vice-presidente da Samsung Harrys Lee e o gerente da Mitsui no Rio de Janeiro, Ishiro Inaguage.

Para fechar a compra, Camargo disse que se reuniu com Fernando Soares para acertar os valores do negócio. "Fernando Soares disse que precisaria ser paga a quantia de US$ 15 milhões de dólares para que ele 'pudesse concluir a negociação em bom 'êxito' junto à Diretoria Internacional; (...) que isso revelava que Fernando Soares mantinha um 'compromisso de confiança' com o diretor internacional Nestor Cerveró. (...) que acabou concordando em pagar os US$ 15 milhões, pois era o único jeito de fechar o negócio; que o declarante fez um acordo com Fernando Soares", diz a delação.

O diretor da Toyo Setal informou ainda que Soares indicou as contas nas quais os valores deveriam ser depositados. "O declarante fez um acordo com Fernando Soares, através de uma empresa offshore dele; (...) que desse valor, o declarante repassou a título de propina a quantia da US$ 12,5 ou 15 milhões a Fernando Soares; que essas transferências bancárias da conta do declarante mantida no banco Winterbothan, no Uruguai, em nome de uma off-shore, para inúmeras contas indicadas por Fernando Soares", diz o termo de delação.

No mesmo depoimento, Camargo relatou que, dois meses após o negócio ser finalizado, foi procurado por Fernando Soares novamente para a compra de outra sonda, dessa vez para o Golfo do México. Segundo o delator, na segunda compra, o valor pago de propina subiu para US$ 25 milhões.

Para pagar a segunda venda, o diretor disse que fez novos pagamentos em uma contra offshorena Suíça. Parte do valor também passou pelas contas da GFD Invesimentos, uma das empresas de Alberto Youssef.

"Os valores foram transferidos após a formalização de contratos simulados de prestação de serviços com as empresas do declarante e emissão de notas fiscais pelas contratadas. Somando pagamentos feitos a Fernando Soares no exterior e no território nacional, assim como por meio de Alberto Youssef também destinados àquele, o declarante efetivou o pagamento total do montante exigido de US$ 40 milhões de dólares", declarou.

A defesa de Fernando Soares confirma que ele fez negócios com a Petrobras, mas de forma lícita. O advogado dele Mário Filho também diz que ele não cobra propina. "Ele é um empresário, proprietário de duas empresas antigas e faz prospecção de negócios. Descobre onde está o problema de uma infraestrutura e vai atrás de solução. Por exemplo, vou fazer uma estrada, preciso de tantas toneladas de pedras. Ele faz o contato e, sobre a negociação, recebe uma porcentagem, que é absolutamente lícito", disse.

 

Agência Brasil

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