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domingo, 2 de novembro de 2014

Economistas dão dicas de como usar o 13º salário

Trabalhador deve fazer um diagnóstico da situação e do comportamento dos gasto

Os trabalhadores brasileiros esperam ansiosamente pelo pagamento do 13º salário no fim do ano, época de comemorações e férias. Entre os planos estão quitar débitos, antecipar impostos, viajar, comprar presentes ou investir. O salário extra seria uma bonificação pelo ano trabalhado, mas acaba sendo a salvação de grande parcela da população. 

“O ideal é que as pessoas utilizem esse recurso para pagar contas ou as taxas de início de ano e aproveitar descontos para compras à vista”, diz o economista e professor da Unisinos, André Azevedo. Ele esclarece que não há regras, o momento apenas exige bom senso por ser uma época de muitos gastos. 

Dessa forma, o educador Claudio Henrique Tenroler, da DSOP Educação Financeira, aconselha que o trabalhador faça um diagnóstico da situação e do comportamento dos gastos por 30 dias. Assim, será possível perceber se o padrão de vida está acima do apropriado para a renda e fazer um planejamento para a remuneração extra. 

Para o economista e professor da PUCRS Alfredo Meneghetti, o principal objetivo do 13º salário é buscar a independência financeira. Então sempre que houver débitos em instituições financeiras, cheque especial ou cartão de crédito, esse deve ser o primeiro encaminhamento. “Nesses casos, os juros são muito elevados, podendo chegar aos 150% ao ano. Por isso, a prioridade deve ser zerar isso”, aconselha Azevedo.

O importante é planejar para que o gasto não ultrapasse o valor recebido. Para isso, Tenroler recomenda que uma lista de presentes seja feita com valores previamente definidos. Além disso, os economistas incentivam o pagamento à vista das compras para conseguir descontos e não comprometer as finanças no ano seguinte, quando precisam ser pagos IPTU, IPVA, matrícula escolar, materiais escolares, etc.

Se for necessário parcelar com cartão de crédito, o profissional deve avaliar se as parcelas caberão no orçamento, levando em conta as outras despesas. “O índice de endividamento das pessoas deve ser de, no máximo, 30%”, destaca Tenroler. Nesse contexto, dialogar com os familiares para saber o que desejam ganhar de Natal também pode render alguma economia. “Às vezes, compramos um presente mais caro para agradar, quando a necessidade do indivíduo era de algo bem mais em conta”, diz Meneghetti. 

Para aqueles que estão com as finanças equilibradas, os especialistas dizem que é a hora de fazer uma reserva, por meio de investimentos ou poupança. Além disso, uma outra dica é antecipar a compra de alguns presentes ainda em novembro para não sofrer com a elevação sazonal dos preços das mercadorias oferecidas no comércio. 

Férias planejadas podem gerar economia de 50%
As tão esperadas férias podem resultar em um déficit no orçamento durante o restante do ano. Por esse motivo, é importante planejar as viagens com antecedência para conseguir bons preços. 

“Com tempo, é possível fazer uma economia de até 50% só com os valores de passagens, hotéis e pacotes. Quanto mais próximo da data for a compra, mais caro fica”, ressalta Cláudio Henrique Tenroler. Para ele, outra opção seria optar por períodos com menor demanda, evitando épocas como o Natal e o Ano- Novo, por exemplo.

Alfredo Meneghetti sugere que, em caso de viagens internacionais, a compra de dólares deve ser feita próxima do embarque. “Passado o período de indefinição quanto ao governo, acredito que novembro e dezembro possam encaminhar uma estabilidade na moeda”, diz o professor universitário. 

Opções de investimento

Há diversas opções de investimento para aqueles que estão em condições favoráveis e têm esse perfil, ressaltam os economistas. Alfredo Meneghetti incentiva um equilíbrio nas aplicações, sendo 30% em caderneta de poupança, 30% em certificado de depósito bancário e 40% na Bolsa de Valores. 

André Azevedo aconselha fazer investimentos no Tesouro Nacional ou em títulos de renda fixa, por considerá-los mais vantajosos. Porém, para aqueles trabalhadores que estão com as finanças equilibradas e querem fazer uma reserva para o futuro, Claudio Henrique Tenroler diz que uma boa escolha é a aplicação em Previdência Privada. 

Confira 

• Organize seu orçamento antes de receber o décimo terceiro salário, estabelecendo um cenário realista sobre a situação financeira
• Estabeleça prioridades
• Espere receber as contas para calcular o que pode ser feito, buscando quitar aquelas com juros mais elevados
• Faça lista de presentes com valores estipulados e pague à vista 
• Faça gastos dentro do seu padrão de vida
• Guarde uma reserva para os gastos de início de ano como impostos, por exemplo. 

Correio do Povo

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