Carvalho diz que equipe de transição econômica dará credibilidade ao governoMarcelo Camargo/Agência Brasil
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, defendeu hoje (27) a decisão da presidenta Dilma Rousseff de nomear novos ministros da área econômica para que façam uma transição com os atuais titulares antes do início do novo governo. Os novos ministros da Fazenda e do Planejamento serão anunciados hoje, mas não tomarão posse. Eles despacharão no Palácio do Planalto com equipes de transição dos atuais ministros Guido Mantega e Miriam Belchior. Carvalho defendeu a indicação do executivo Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda e lembrou que ele já foi secretário do Tesouro no início do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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“A presidenta sentiu a necessidade de já anunciar agora a equipe econômica para a assegurar a credibilidade e evitar uma solução de continuidade no processo da economia brasileira. O que começou a haver com o anúncio já na campanha de que ela renovaria os ministros. Os ministros da Economia têm uma natureza, na sua influência na sociedade, completamente diferente de qualquer outra área, é uma área sensível”, avaliou Carvalho, de manhã, ao chegar ao Palácio do Planalto para um seminário sobre participação social.
A indicação de Levy tem sido criticada por intelectuais e ativistas de movimentos sociais devido à proximidade com o setor financeiro. Atualmente, Levy é diretor-superintendente do Bradesco. “O Joaquim Levy foi excelente secretário do Tesouro do presidente Lula, perfilou-se perfeitamente dentro daquilo que era a orientação do governo. Fez parte de um processo vitorioso da economia. É evidente que, ao aceitar ser ministro, ele está aderindo a este projeto e à filosofia econômica deste projeto. O nome é importante porque pela trajetória dele, traz uma credibilidade.”
Segundo Carvalho, independentemente da trajetória dos novos ministros, quem toma as decisões sobre a política econômica é a presidenta. “Um ministro não toma decisões autônomas. Quem dá a cor do projeto é a presidenta e ela deixou claro na campanha e nos últimos quatro anos qual o nosso projeto, que é a continuidade desse projeto, que é o crescimento com inclusão social, a distribuição de renda.”
“Não cabe falar em submissão ao setor financeiro. Agora, nós somos realistas, sabemos que temos que ter credibilidade, temos que despertar interesse dos credores internacionais. Tem um equilíbrio que você faz, tem que governar um país em cima da realidade do mercado, evidentemente”, acrescentou.
Carvalho, que não estará na equipe de Dilma no segundo mandato, disse que ainda não sabe quando vai deixar o governo. Segundo ele, a presidenta decidiu começar as mudanças pela equipe econômica e só depois vai alterar outras áreas do governo.
Chuvas dos últimos dias em São Paulo não impedem queda do volume do Cantareira
Camila Maciel - Repórter da Agência Brasil Edição: Denise Griesinger
Apesar das sucessivas quedas do Cantareira, cinco mananciais importantes para o abastecimento de São Paulo aumentaram o volume de água armazenadoArquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil
As chuvas que atingiram nos últimos dias os mananciais que formam o Sistema Cantareira não foram suficientes para elevar o volume de água armazenado na represa, que caiu hoje (27) para 9,1% da capacidade. Os dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) mostram que o nível da principal fonte de abastecimento da região metropolitana da capital está em queda sucessiva há 13 dias. No dia 14 deste mês, o armazenamento do sistema estava em 10,8%.
Outros cinco mananciais importantes no abastecimento de São Paulo, no entanto, aumentaram o volume armazenado. No Alto Tietê – o segundo reservatório mais importante – o índice passou de 5,8% para 5,9%; no Guarapiranga, na zona sul da capital, o nível subiu de 33,4% para 33,8%. Também aumentou o armazenamento do Alto Cotia, de 29,1% para 30%; do Rio Grande, de 63,8% para 64%; e do Rio Claro, de 30,3% para 30,5%.
De acordo com a companhia, o Cantareira foi contemplado, nos últimos seis dias, com 44,7 milímetros (mm) de chuva. Ontem (26), foi o dia com maior precipitação, chegando a 22,3 mm. A maior chuva do mês foi no dia 14, com 24,4 mm. No acumulado de novembro, o sistema tem 134,9 mm de chuva. Com isso, a região se aproxima da média pluviométrica histórica para o período, que é 161,2 mm.
As chuvas só devem retornar à cabeceira dos mananciais a partir da próxima terça-feira (2), conforme análise do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “A tendência é diminuir. Agora se forma um sistema, conhecido como zona de convergência de umidade, que está concentrado entre o Rio de Janeiro e o sul de Minas [Gerais]”, explicou Gustavo Escobar, coordenador do Grupo de Previsão do Tempo.
Ele acrescentou que o sistema se formou sobre o nordeste e o norte de São Paulo, atingindo o Cantareira, o que provocou as chuvas dos últimos dias. Essa zona de convergência de umidade deslocou-se mais para o interior do país, inibindo a chuva na região nos próximos dias. Escobar destacou, no entanto, que o sistema, típico da estação chuvosa, mostra uma normalização da chuva em São Paulo. “Não tem chovido o suficiente para resolver o problema, mas pelo menos começou a chover”, avaliou.
SUS incorpora vacina para proteção de gestantes e recém-nascidos
Publicado em 26 de nov de 2014
NBR ENTREVISTA - 26.11.14: As grávidas e os recém-nascidos ganharam novo reforço para proteção da saúde. A partir deste mês, as gestantes passam a ter no calendário de imunização a vacina acelular contra difteria, tétano e coqueluche (dTpa). O objetivo do Ministério da Saúde é reduzir os casos e a mortalidade causada pelas doenças entre os recém-nascidos. Para falar sobre o assunto, o programa recebe a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.
Sala de Redação - 20/11/2014
Modo de falar e regionalismos distinguem português brasileiro do africano
Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian Beraldo
Camba? Kumbu? Kota? Você pode não saber, mas essas são palavras da língua portuguesa faladas em Angola, país da costa sudoeste da África colonizado por portugueses. Esses são termos usados para designar, respectivamente, “amigo”, “dinheiro” e “pessoa mais velha e respeitável”, e são uma pequena amostra de como a língua portuguesa tem variações que podem torná-la incompreensível até mesmo para seus falantes.
Há também casos de palavras que existem no português brasileiro e que podem gerar confusão em uma conversa com um angolano. “Geleira”, por exemplo, que no Brasil significa uma grande massa de gelo formada em lugares frios, em Angola, significa “geladeira”.
Angola é apenas um dos oito países de língua portuguesa espalhados pelo globo. Além do Brasil, de Portugal e de Angola, o português é a língua nacional de Cabo Verde, da Guiné-Bissau, de Moçambique, São Tomé e Príncipe e do Timor Leste, localizado no arquipélago indonésio, entre a Ásia e a Oceania.
Cada lugar tem um falar distinto, que torna o português, assim como outras línguas globais, um idioma rico e diversificado. Em alguns países, o português apresenta variações de sotaque e vocabulário, como é o caso das diferenças na forma de se expressar dos falantes do Nordeste, Sul e Sudeste do país.
O escritor e linguista Marcos Bagno, professor do Instituto de Letras da Universidade de Brasília (UnB), explica que a língua portuguesa foi levada para vários lugares do mundo por meio das conquistas marítimas de Portugal. Aos poucos, essa língua foi assumindo características próprias em cada comunidade.
“O que ainda nos mantém mais ou menos em contato fácil é a língua escrita formal, que é mais conservadora e tenta neutralizar as diferenças entre os modos de falar característicos de cada país”, destacou. “Faço parte de um grupo cada vez maior de pesquisadores que afirmam que, sim, o português brasileiro é uma língua diferente do português europeu, depois de mais de 500 anos de divergência.”
Recentemente, houve um movimento da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para aproximar a escrita desses países. O resultado foi a assinatura de um acordo internacional para a implantação de uma ortografia unificada. Todos os oito países assinaram e sete deles já ratificaram o documento. Apenas em Angola, o acordo encontra barreiras políticas.
Segundo o professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Gilvan Müller, que foi diretor executivo do Instituto Internacional da Língua Portuguesa da CPLP por quatro anos (entre 2010 e 2014), o acordo ortográfico, o aumento do fluxo de pessoas entre esses países e a expansão do sistema educacional dos países da África e do Timor Leste deverão ajudar no crescimento do número de falantes.
“Nesses países, uma parte muito grande da população não é falante do português. Eles falam outras línguas. Em Moçambique hoje, 50% da população não falam português. O português passa por um período de crescimento importante, porque finalmente esses países terminaram suas guerras civis, o sistema de ensino foi reestruturado e também os meios de comunicação. Pela previsão das Nações Unidas, todos os cidadãos falarão português nesses países a partir de 2050”, disse Müller.
O filólogo e acadêmico brasileiro Evanildo Bechara acredita que o português caminha para uma unificação escrita, mas que as formas de falar serão mais variadas no futuro. “Uma língua é uma multiplicidade de falares. A língua nunca é uniforme. Os países africanos ficaram independentes de Portugal apenas recentemente, por isso eles ainda falam como os portugueses. Mas a tendência é que, com o afastamento, cada um vivendo a sua cultura, vão nascer diferenças que não havia quando eles estavam sob a tutela portuguesa”, avaliou.
Para Bagno, o caminho inevitável é que o português falado nos diferentes países se diferencie cada vez mais. “Assim aconteceu com o latim, que se transformou nas diversas línguas românicas que existem hoje”, concluiu.
Desde o início do mês, a TV Brasil transmite, às 23h, a novela Windeck – Todos os Tons de Angola. A trama, ambientada em Luanda, é centrada nos bastidores da redação de uma revista chamada Divo. A novela é transmitida com áudio original, ou seja, os atores falam português de Angola. Com 140 capítulos, Windeck foi a primeira novela a ser produzida no país africano. A exibição, pela TV Brasil, recebe o apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.
Lei Antifumo entra em vigor na próxima semana
Aline Leal - Repórter da Agência Brasil Edição: Graça Adjuto
Pouco mais de 11% da população brasileira são fumantes Marcelo Camargo/Agência Brasil
Entra em vigor na próxima quarta-feira (3) a Lei Antifumo que proíbe, entre outras coisas, fumar em locais fechados, públicos e privados, de todo o país. Para especialistas, a medida é um avanço no combate ao hábito de fumar. Pouco mais de 11% da população brasileira são fumantes. No Dia Nacional de Combate ao Câncer, comemorado hoje (27), a informação vem reforçar as medidas de prevenção da doença.
Com a vigência da Lei 12.546, aprovada em 2011 mas regulamentada em 2014, fica proibido fumar cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos em locais de uso coletivo, públicos ou privados, como hall e corredores de condomínio, restaurantes e clubes, mesmo que o ambiente esteja parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo. Se os estabelecimentos comerciais desrespeitarem a norma, podem ser multados e até perder a licença de funcionamento.
A norma também extingue os fumódromos e acaba com a possibilidade de propaganda comercial de cigarros até mesmo nos pontos de venda, onde era permitida publicidade emdisplays. Fica permitida a exposição dos produtos, acompanhada por mensagens sobre os males provocados pelo fumo. Além disso, os fabricantes terão que aumentar os espaços para os avisos sobre os danos causados pelo tabaco, que deverão aparecer em 100% da face posterior das embalagens e de uma de suas laterais.
Será permitido fumar em casa, em áreas ao ar livre, parques, praças, em áreas abertas de estádios de futebol, em vias públicas e em tabacarias, que devem ser voltadas especificamente para esse fim. Entre as exceções também estão cultos religiosos, onde os fiéis poderão fumar, caso isso faça parte do ritual.
Nas Américas, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), 16 países já estabeleceram ambientes livres de fumo em todos os locais públicos fechados e de trabalho: a Argentina, Barbados, o Canadá, Chile, a Colômbia, Costa Rica, o Equador, a Guatemala, Honduras, a Jamaica, o Panamá, Peru, Suriname, Trinidad e Tobago, o Uruguai e a Venezuela.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão, o mais comum de todos os tumores malignos, estão relacionados ao tabagismo. A instituição estima que em 2012 foram diagnosticados mais de 27 mil novos casos da doença, considerada “altamente letal”.
Segundo o epidemiologista e consultor médico da Fundação do Câncer, Alfredo Scaff, o hábito de fumar está ligado não só a cânceres no aparelho respiratório, mas também a outros como de bexiga e intestino e pode causar outras doenças, como hipertensão e doenças reumáticas.
“A gente sempre associa o hábito de fumar ao câncer, mas não é só o câncer, são quase 50 doenças que ele pode causar, direta ou indiretamente". Scaff lembrou que os males podem atingir a pessoa que fuma e a que está ao lado, o fumante passivo.
O epidemiologista conta que enquanto no fim da década de 80, uma pesquisa apontou que cerca de 35% da população adulta eram fumantes, esse número hoje gira em torno de 11%. Para ele, essa redução também se deve à legislação, que impede que as pessoas fumem em qualquer lugar, e às limitações de propaganda. “A entrada em vigor da Lei Antifumo vai limitar o lugar onde a pessoa pode fumar, isso já não permite que ela fume a todo momento. Só para lembrar, um tempo atrás, você podia fumar em avião, no ambiente de trabalho, dentro do cinema, em qualquer lugar podia puxar o cigarro”.
O especialista alerta que as pessoas precisam entender que o hábito de fumar é um vício, uma doença que precisa de tratamento. Ele ressalta que a rede pública disponibiliza em todo o Brasil medicamentos e insumos necessários para quem quer parar de fumar.
Para reforçar a importância da Lei Antifumo, a Fundação do Câncer, em parceria com a Aliança de Controle do Tabagismo, lança na semana que vem campanha informativa nas redes sociais. A campanha visa a conscientizar a população sobre o tema e repassar informações sobre a lei.
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