A
entrada em vigor do Protocolo de Kyoto é um passo à frente para a
conscientização internacional sobre a importância da proteção ao
meio ambiente. O objetivo do protocolo, ratificando por 141 países,
é controlar os efeitos de gases que, ao aprisionarem calor na
atmosfera, aquecem o planeta. Estudos científicos estimam que o
chamado efeito estufa, num processo gradativo, poderá provocar
alterações do clima, cujo degelo das calotas polares seria o
resultado catastrófico mais sério. Embora todos os cálculos quanto
ao aquecimento do planeta assegurarem que tal hipótese é remota, a
redução gradativa da emissão dos gases produzidos pela queima de
fósseis é medida de segurança recomendada pela ciência.
O lamentável é que os Estados
Unidos, responsáveis por um quarto das emissões poluentes,
recusem-se a ratificar o protocolo, mantendo a posição firmada pelo
presidente George W. Bush quando da investidura em seu primeiro
mandato, em 2001. mesmo assim, governadores de quase a metade dos
estados discordam da postura do presidente Bush e prometeram
trabalhar em favor da cooperação internacional para uma melhor
qualidade de vida no planeta, estimulando a adoção de políticas
públicas antipoluição que não dependem, para sua implantação,
da esfera federal.
Os países desenvolvidos do Primeiro
Mundo, altamente industrializados, pelo Protocolo de Kyoto,
comprometem-se em reduzir em determinadas porcentagens o nível de
emissão de gases registrados em 1990.
Países emergentes, como Brasil e
Índia, só terão metas a cumprir depois de 2012. Mesmo assim, em
sua política de proteção ao meio ambiente, o Brasil, que conta em
seu território com a maior floresta tropical do mundo, a Amazônia,
com a implantação do Sistema de Vigilância da amazônia (Sivam),
combate o desmatamento e as queimadas, fatores que concorrem para o
aumento do efeito estufa. Na complicadíssima engenharia das
negociações internacionais, o Protocolo de Kyoto pode não ser o
suficiente, mas pode ser considerado um avanço na harmonização das
preocupações ambientalistas, que ganharam corpo a partir da década
de 70, com os interesses econômicos dos países.
Fonte: Editorial do Correio do Povo,
página 4 de 18 de fevereiro de 2005.
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