Além dos
nativos, o Rio Grande do Sul foi enriquecido pela contribuição de
grande variedade étnica: portugueses, africanos, espanhóis,
alemães, italianos, judeus, árabes, sírio-libaneses e tantos
outros ajudaram a formar o gaúcho contemporâneo. Se festejamos dia
25 último 180 anos dos alemães, cabe igualmente lembrar o
centenário dos judeus. Seus ancestrais tiveram motivação diferente
para escolher nosso Estado como sua seguida pátria. Enquanto a
maioria dos imigrantes europeus buscava fugir de uma situação
econômica difícil e reiniciar vida nova com dignidade, a corrente
israelita fugia da discriminação em seus países de origem, para
viver em paz. O barão francês Maurício de Hirsch, banqueiro em
Bruxelas, fundou o ICA (Yidisch Colonization Association), em 1891,
para retirá-los da Europa Oriental.
Em 1903,
o barão Hirsch adquiriu 5,7 mil hectares no município de Santa
Maria, para estabelecer a fazenda agrícola Philippson. Em 1904
chegaram as primeiras 38 famílias da Bessarabia (Rússia). Cinco
anos depois, o ICA adquiriu mais 93.850 há entre Erechim e Getúlio
Vargas. Em 1910 foi criada a União Israelita Portoalegrense, a mais
antiga sinagoga do Estado, seguindo-se Centro Israelita. Começaram
os “bancos informais”, para ceder empréstimos aos novos
imigrantes, e os “caixas dos doentes” para subsidiar consultas e
facilitar o acesso a toda infraestrutura médico-hospitalar. Embora
exímios comerciantes, destacaram-se também a medicina, nas artes,
no direito, na literatura, etc., e que tanto honraram o nosso pago.
Em todas
as atividades, firmaram marcas indeléveis de participação ativa e
tudo impregnaram com o seu senso progressista e os seus valores
culturais. A comunidade israelita hoje prossegue na mesma trilha e,
graças a ela, junto com a contribuição das demais etnias, o Rio
Grande transformou-se ao longo de décadas, em uma das mais
importantes unidades da Federação. No Biênio da Colonização e
Imigração, em 1974-1975, de cuja Comissão Estadual fui o
presidente, comemoramos os 70 anos da chegada dos primeiros
imigrantes judeus, e a programação teve como coordenadores do então
Grupo de Trabalho Estado de Israel, Saul Nicolaiewski e Maurício
Rosemblatt, Shalon, pois à operosa comunidade israelita
gaúcha.
Presidente
do TCE-RS
Fonte:
Correio do Povo, página 4 de 2 de agosto de 2004.
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