O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu unir oposição e
aliados ao rotular como “covardes” os jornalistas que são
contrários à criação do Conselho Federal de Jornalismo (CFJ).
Lula criticou um grupo de repórteres, segunda-feira, em Santo
Domingo, quando foi cumprimentar o novo presidente da República
Dominicana, Leonel Fernandez. No Senado, os líderes do PSDB, Arthur
Virgílio, e do PFL, Agripino Maia, repudiaram o autoritarismo do
presidente. Até a representante do governo, senadora Ideli Salvati,
líder do PT na Casa, contestou a posição de Lula, lamentou a
generalização e sugeriu que ele faça uma retificação.
Dirigentes
da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), responsável pelo
projeto do CFJ encaminhado ao governo rechaçaram a tentativa de
associar a resistência da categoria a grupos que desejam politizar o
tema. Para o presidente da Fenaj, Sérgio Murilo de Andrade, o
comentário foi inadequado. Na opinião do presidente da Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, Lula “fez um desserviço
à Nação e aos jornalistas”. A organização dos Repórteres Sem
Fronteira divulgou comunicado em que pede a retirada do projeto no
Congresso, argumentando que “não cabe ao Estado garantir o
respeito à ética por parte da imprensa”.
Fonte:
Correio do Povo, capa da edição de 18 de agosto de 2004.
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